"“A sheet full of bull shit to cheat on us all.”
O "mundo desportivo", velha escola de jornalismo e desportivismo nos anos da iliteracia salazarenta, ficaria envergonhado com a vulgaridade a que se reduziu a conversa entre os doutores e engenheiros que pululam nas televisões a pretexto das suas frustrações futeboleiras, fomentadas por chicos metidos a espertos. Qualquer merda mal traduzida serve para atirar ao ventilador da instigação e do ódio.
Como se desenvolverá o julgamento de Vlachodimos, o suspeito do último crime, alemão de nacionalidade, grego de origem, com aquele sotaque ciciado característico dos helénicos, espécie de beirões da Europa?
‘Herr Ody’, queria dizer que a nossa equipa era uma merda? Ou que faz batota? Ou referia-se à folha com o onze para o jogo?
E por que referiu “these” se a dose era “those”?
Este é sem dúvida um caso estimulante para a arguição dos advogados, dificilmente vitoriosa em juízo entre gente que se orgulha de trocar os bês pelos vês, os alarbes pelos vurros, ou os ões pelos ons, os morcons pelos mourões.
Todos sabemos que não passa da enésima tentativa dos biltres de serviço de impor, hipócrita e risivelmente, como prenuncio de sorte, a pronúncia do norte, o sotaque como adn, a palavra como veneno.
Eu gosto.
Mais fonética do que semântica, mais ronha do que renha.
Por exemplo, há quem chame “coreografia” ou “cântico” às performances dos tatibitates xexelentos de bancada.
E há quem confunda informação com achavascado, diretor com estólido.
Agrada a uns, irrita outros, incomoda quase todos - dos ignaros aos crânios, passando pelos ordinários.
Que texto besta.
Que cerdo desonesto.
E, sim, bardamerda para a conversa.
Como dizem os mais educados ingleses com sotaque das terras altas: “for cough”. Com k."
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