"Vamos esclarecer alguns cronistas que, com certeza esquecidos, não se recordam da verdadeira razão de Otávio ter sido assobiado e tentam colar esta situação isolada à situação de João Mário, que nada tem a ver.
Otávio foi assobiado não por ser um jogador com um talento incrível ou do FC Porto, mas por ser um traste enquanto ser humano que tudo faz para provocar os adversários, chegando a agredi-los em campo, simulando faltas, desrespeitando os adeptos na bancada e os telespectadores em casa.
Otávio foi assobiado por ter chamado "filhos da puta" a milhões de pessoas e não ter tido qualquer remorso ou uma palavra de desculpa para as mesmas. Ser atleta do FC Porto tem zero a ver com isto. Diogo Costa também jogou na Luz e não ouviu quaisquer assobios, antes pelo contrário. Das bancadas da Luz só ouviu aplausos.
Otávio não foi assobiado por ser brasileiro nem por ser cor de rosa às bolinhas amarelas. Não há qualquer tipo de xenofobia ou racismo aqui. Há sim uma resposta a um comportamento inqualificável que não foi serenado.
Otávio foi assobiado porque todos fecharam os olhos e nem sequer Fernando Santos, à altura selecionador nacional, teve a ousadia de vir dar a cara e pedir desculpa por tais comportamentos.
Otávio foi assobiado porque o FC Porto, clube pelo qual representa, não teve uma palavra a dizer sobre a sua postura e remeteu-se ao silêncio, tal como a Federação. Afinal de contas, quem cala consente.
Otávio foi assobiado porque o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, deveria ter estancado o assunto e lançado comunicado a condenar os cânticos antidesportivos do jogador que ofenderam e lesaram o bom nome de milhões de portugueses, mas não o fez, calando-se que nem um rato até hoje.
Os assobios a Otávio não têm absolutamente nada a ver com os assobios a João Mário, Rafa ou Félix. Só um energúmeno ou caneta de aluguer sem memória pode sequer ousar comparar estes casos e meter tudo no mesmo saco. Só mesmo por encomenda se escreve tal coisa.
Otávio foi assobiado por tudo o que foi acima mencionado; os seus colegas foram desprezados, desrespeitados e vítimas de comportamentos inaceitáveis por serem ou terem sido jogadores do Benfica. São casos completamente desassociados entre si. Não tentem fazer das pessoas parvas.
Sim, os 3 jogadores encarnados foram vítimas de clubite, mas Otávio não. Otávio foi vítima de si mesmo, por ter uma conduta antidesportiva e andar de mãos dadas com um clube que não tem qualquer ética desportiva e goza com a cara de todos ao lançar um código de conduta de ética, e de uma Federação que deveria ter agido na altura e punido tais comportamentos, pedindo desculpa aos portugueses, mas preferiu não o fazer.
Vêm agora os dirigentes do desporto português e os jornalistas condenar o quê?
Condenem-se a vocês próprios.
Condenem a vossa hipocrisia, o vosso comportamento, a vossa atitude desprezível e a falta de noção que demonstram ter.
Os adeptos são seres humanos e não têm culpa de ser insultados. Os adeptos têm o direito de se poder manifestar e defender.
Não há portugueses de primeira e de segunda e quem não sente não é filho de boa gente. Antes de correrem a condenar os adeptos, olhem para o que nos levou aqui e depois, então, escrevam as crónicas por encomenda que a Federação já nos habituou a ler.
Mais que Otávio, quem merece ser assobiado e corrido de uma vez por todas é Fernando Gomes, que teima em pensar que ainda está ao serviço dos interesses do FC Porto e não de Portugal.
A seleção é de todos os portugueses, não só de alguns. O Sistema tem de ser abolido de vez, e para ser extinto, necessita de limpeza nos seus principais alicerces, a começar na Federação Portuguesa de Futebol.
Por fim, deixamos as belíssimas palavras de Bernardo Ribeiro, diretor do Record, quando Nélson Semedo foi vítima de insultos racistas em Guimarães: "O cliente tem sempre razão. Se ainda não conhecia este clássico, o lateral do Benfica ficou ontem a saber que a única interação possível com o público é o agradecimento de aplausos. Haja respeito.""
Há muito tempo que não lia nada tão concreto e objetivo, o meu bem haja, e que uma vez por todas se escreva a verdade.
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