"Em 2023/24, os clubes nacionais terminaram a fase de grupos em 11.º lugar no ‘ranking’ UEFA
Terminada a participação nacional nas competições europeias de clubes no ano civil de 2023, Pedro Proença, presidente da Liga, fez um balanço positivo, assinalando que mantemos «quatro equipas nas provas da UEFA», e relevando que somos, «excetuando as Big Five, o país com mais clubes nas provas europeias».
O que não disse foi que aquilo que as equipas portuguesas fizeram, não só nos 24 jogos que disputaram na fase de grupos mas também nas pré-eliminatórias qualificativas, representou apenas a 11.ª performance dos 54 países concorrentes, e que Portugal, atual sétimo no ranking da UEFA (que leva em conta as últimas cinco épocas), viu a França e os Países Baixos, quinto e sexto dessa classificação, ganharem-lhe terreno, e a Bélgica, oitava, aproximar- se. E porquê? Sendo verdade o que Proença diz em relação aos quatro clubes nacionais ainda em prova, que acabaram por ficar dentro do expetável (quiçá um pouco menos o Benfica…), faltou-lhe colocar o dedo na ferida e assumir que a mediocridade do 11.º lugar em que aparecemos se deveu à ausência total, completa e absoluta na Liga Conferência, onde em três anos não conseguimos meter um representante que fosse na fase de grupos.
É na ressurreição da classe média do nosso futebol que há que investir, já se percebeu que a venda centralizada dos direitos televisivos, quando (e se…) chegar, já virá tarde demais para ter a efetividade pretendida, e melhor se percebeu que os integrantes da Liga não estão interessados na requalificação dos quadros competitivos, via mais rápida para recuperar a competitividade internacional perdida pelos clubes abaixo do quarto lugar.
Com este cenário, a probabilidade de irmos de mal a pior no contexto europeu é muito elevada, e parece que ninguém se preocupa verdadeiramente com este caminho para o abismo. Tem razão Pedro Proença quando clama contra a desigualdade fiscal entre os vários países que penaliza os clubes portugueses? Toda a razão do mundo, embora isso não o leve a lado nenhum, porque não se vislumbram condições políticas para qualquer suavização das taxas. Aliás, este nem será tema na campanha eleitoral que se avizinha… «Onde poderíamos chegar se nos dessem as condições que, noutros países, são dadas às equipas com quem competimos na Europa? », pergunta, e bem, Proença, dirigindo-se, por certo, aos futuros governantes. E «onde podíamos chegar se formatássemos as competições à escala do que realmente valemos?», pergunto eu, dirigindo-me aos clubes que formam a Liga Portugal…"
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