sábado, 20 de janeiro de 2024

O TANGO E O SAMBA JUNTARAM-SE PARA UMA NOVA DANÇA VITORIOSA



O tango e o samba juntaram-se para nova dança vitoriosa
O Benfica venceu o Boavista, por 2-0, com golos de Di María e Marcos Leonardo, em partida da 18.ª jornada da Liga Betclic.
No virar da volta da Liga Betclic 2023/24, o Benfica aumentou para oito o número de triunfos seguidos em todas as provas, após vencer o Boavista, por 2-0, na 18.ª jornada, em desafio realizado nesta sexta-feira, 19 de janeiro, no Estádio da Luz. Di María e Marcos Leonardo marcaram os golos.
Ao terceiro jogo seguido no Estádio da Luz, as águias tiveram de arregaçar as mangas para procurar o caminho do(s) golo(s) frente ao Boavista.
Os 54 345 espectadores que estiveram nas bancadas foram o farol ideal para os encarnados chegarem à 8.ª vitória consecutiva e ao 17.º jogo de invencibilidade na Liga Betclic.
Para o encontro frente aos boavisteiros, Roger Schmidt fez apenas uma alteração no onze em relação ao desafio frente ao Rio Ave, lançando Florentino no lugar de João Neves, que assim ficou no banco.
No banco estavam mesmo alguns dos pontos de interesse da partida. A começar pela presença de David Neres, regressado após um longo período de lesão. Para além do internacional brasileiro, havia ainda duas estreias absolutas a registar: Álvaro Carreras, reforço contratado nesta semana, e Diogo Prioste, jovem médio de 19 anos oriundo da formação.
Assim sendo, o onze escalado pelo treinador benfiquista era composto por: Trubin, Aursnes, António Silva, Otamendi, Morato, Florentino, Kökcü, Di María, João Mário, Rafa e Arthur Cabral.
Com a Luz a ferver, o árbitro Gustavo Correia deu ordem para que a bola começasse a rolar no esplêndido relvado da Luz.
As águias iniciaram o jogo pressionantes, remetendo o Boavista ao seu meio-campo, não dando veleidades aos visitantes.
O primeiro bruaá surgiu aos 12'. Excelente variação de jogo de Rafa, a fazer a bola a chegar a Morato, que cruzou tenso para a pequena área. João Mário desviou, o guarda-redes João Gonçalves defendeu, fazendo a bola ganhar velocidade, e Arthur Cabral, ao segundo poste, já não conseguiu a emenda.
No minuto seguinte (13'), Rafa recebeu de João Mário e, à entrada da área, tentou o remate em jeito, mas a bola desviou num jogador axadrezado e "morreu" nas mãos do guardião.




Em ataque continuado, aos 16', o Benfica voltou a estar perto do primeiro. João Mário surpreendeu a defesa contrária, ao fazer um passe na direção de Di María. A bola sofreu um desvio, que originou um pontapé de canto, e, assim, não chegou ao internacional argentino.
Tentando contrariar a avalancha ofensiva encarnada, o Boavista, aos 17', teve a sua primeira subida perigosa à baliza de Trubin, a qual terminou num cruzamento de Bozeník para boa parada do guardião.
Já aos 24', o Benfica teve uma ocasião flagrante para inaugurar o marcador. Pontapé de canto à maneira curta. Di María deu para João Mário, este deixou em Kökcü, com o médio turco colocar ao segundo poste, onde surgiu Otamendi a cabecear para Morato. O defesa, na zona de penálti, recebeu a bola e rematou muito perto do poste da baliza à guarda de João Gonçalves.
Aos 28', Di María, bem ao seu estilo, rematou em jeito e com força para boa intervenção do guardião axadrezado, que ainda nem meia hora o jogo levava e já tinha negado o golo aos encarnados por diversas vezes.
Nota para o facto de este lance surgir após um momento em que Rafa sofreu três faltas duras na mesma jogada, principalmente a última, que o deixou no chão. Não houve sanção.
O Benfica era dono e senhor do desafio e não deixava o Boavista respirar. Com trocas de bola e variações de jogo constantes, fazendo os jogadores boavisteiros desgastarem-se, ao correrem de um lado para o outro, os encarnados iam tentando arranjar brechas na organização defensiva contrária.
Aos 37', após uma jogada em que a bola rodou por quase todos os elementos de campo, Arthur Cabral recebeu à entrada da área, fugiu a um oponente, picou a bola por cima de outro, e, já descaído no lado esquerdo, tentou colocar num companheiro, mas viu a bola intercetada.
Cinco minutos depois (42'), nova boa iniciativa de Arthur Cabral, agora pela direita. Após recuperar a bola, o avançado, em grande velocidade, furou na área axadrezada, tentando, de seguida, servir Rafa, mas a bola acabou desviada para canto.
Sempre com as águias em cima do Boavista, e num momento em que o Benfica tinha oito jogadores dentro do meio-campo contrário, Florentino descobriu Di María no lado direito. O campeão do mundo recebeu, chegou perto da quina da área e atirou forte e cruzado. Desta vez, João Gonçalves não defendeu, mas a bola saiu ligeiramente junto ao poste esquerdo (44').
Já dentro do tempo de compensação (45'+2'), novamente o internacional argentino na jogada, ao cruzar para dentro da área, onde apareceu Arthur Cabral, bem na antecipação, a cabecear ao lado.
O intervalo chegou com um "mentiroso" 0-0 no marcador, pois o Benfica havia sido muito superior ao Boavista, como demonstram os números: 12 remates (1 para os axadrezados), 54% de posse de bola e nove cantos (1 para os boavisteiros).
Sem alterações nas duas equipas, o segundo tempo recomeçou novamente com a equipa orientada por Roger Schmidt em cima dos boavisteiros, com os primeiros dois minutos do segundo tempo a revelarem muito da beleza do futebol.
Depois de tanto tentar chegar ao golo na primeira parte, o Benfica conseguiu introduzir a bola na baliza na primeira tentativa do segundo tempo. João Mário progrediu com a bola, deu a Rafa, este rematou, a bola sofreu um desvio que a deixou à mercê de Di María, que não desperdiçou (47'). Contudo, alertado pelo VAR, que considerou braço de João Mário na bola no início da jogada, o árbitro foi ver o lance e anulou o golo (50'). Voltava tudo ao mesmo...
Aos 54', o Boavista teve a sua única oportunidade em toda a partida. Em contragolpe, Bozeník apareceu na cara de Trubin, mas o guarda-redes impôs-se ao avançado polaco e negou-lhe os intentos.
Três minutos depois (57'), Morato subiu pelo lado esquerdo e cruzou para o interior da área. Rafa antecipou-se à defesa boavisteira, desviou de cabeça, mas bola saiu ao lado.
Com a Luz vibrante, o golo do Benfica chegou mesmo! No lado direito, cruzamento-remate muito venenoso de Di María, a bola a passar por Arthur Cabral e por João Mário e a terminar... no fundo das redes (1-0, aos 61').
No seu 150.º jogo de águia ao peito, o internacional argentino desbloqueava a partida. Nota ainda para a boa abertura de Kökcü, que, após percorrer vários metros com a bola, descobriu o camisola n.º 11 sozinho no lado direito do ataque encarnado.
Logo após o reatamento do jogo, Rafa, em zona frontal, arriscou e rematou forte, vendo a bola passar muito perto do poste (63').
Sete minutos depois (70') tiveram início as mexidas nas equipas, com Roger Schmidt a lançar Tomás Araújo (por Florentino) e Marcos Leonardo (por Arthur Cabral).
Depois do golo, o jogo estava um pouco partido – ainda que o Boavista pouco ou nenhum perigo criasse –, o que, por um lado, beneficiava as transições rápidas do Benfica, mas, por outro, obrigava as águias a ficarem alerta.
Numa dessas transições, Rafa pegou na bola dentro do meio-campo axadrezado, acelerou, percorreu vários metros em alta velocidade, tentou dar a Di María, mas a bola foi intercetada. Tomás Araújo não desistiu do lance, recuperou a bola e entregou-a ao avançado argentino, que, já dentro da área, rematou em arco, mas por cima (82').
No controlo total do jogo, o Benfica instalou-se no meio-campo do Boavista e, em dois minutos, por duas vezes, esteve muito perto do 2-0.




Primeiro através de um forte remate de Kökcü, defendido de forma pouco convencional, mas eficaz, por João Gonçalves, para canto (84'). Na sequência do mesmo, Di María bateu direto e só uma grande defesa do guarda-redes boavisteiro impediu o golo (85').
No mesmo minuto, nova alteração nas águias, com a entrada de João Neves (50.º jogo pela equipa principal) para o lugar de Kökcü.
Há apenas 36 (!) segundos em campo, João Neves, na sua primeira ação, sofreu uma falta de Vukotic merecedora de cartão amarelo. Da infração resultou um livre em zona frontal, que Di María cobrou, mas que ficou na barreira (88').
Com o Benfica a carregar em zonas ofensivas, a um minuto dos 90, Tomás Araújo, de uma ponta à outra do campo, colocou a bola em João Mário. O aniversariante [completou nesta sexta-feira, 19 de janeiro, 31 anos] controlou a bola, meteu-a na relva, evitou dois adversários e rematou forte para nova excelente defesa de João Gonçalves (89'), que, claramente, evitou que o Boavista saísse da Luz com um resultado pesado.




Com mais seis minutos para se jogar, Marcos Leonardo aproveitou os 90'+4' para, ao segundo jogo, fazer o seu segundo golo de águia ao peito. O argentino Otamendi lançou longo no espaço vazio da defesa do Boavista, onde apareceu o compatriota Di María, que, com apenas um toque de classe, serviu o jogador brasileiro. Só com a felicidade pela frente, o avançado não a desperdiçou e empurrou para o fundo das redes (2-0). Tango e samba no mesmo golo. Bonito!
Se o ambiente já estava quente, mais ficou com este golo, e foi nesse momento que Roger Schmidt fez regressar David Neres à competição: entrou para o lugar de Rafa. Na mesma altura, Di María – considerado o Man of the Match (Homem do Jogo) – cedeu o seu lugar a Musa (90'+5').
Pouco depois o árbitro apitou para o final do desafio, confirmando a 8.ª vitória seguida do Benfica, que não vai ter muito tempo para descansar deste intenso encontro: na quarta-feira, 24 de janeiro, às 19h45, os encarnados defrontam o Estoril na meia-final da Taça da Liga, no Estádio Municipal de Leiria.

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