quarta-feira, 10 de abril de 2024

JUSTIÇA E PRESTAÇÕES



 "1. Entrando abril, fez o Benfica a sua melhor exibição da temporada. Oito meses depois da conquista da Supertaça, está, no entanto, o Benfica afastado da final da Taça de Portugal. A qualidade do futebol na noite de terça-feira (dia 2 de abril) e o empenho dos nossos jogadores mereceram dos adeptos uma calorosa ovação quando o árbitro deu por terminado o desafio. Foi bonito. Mas foi, sobretudo, uma justa despedida no fecho de uma eliminatória em que o Benfica nunca foi feliz.


2. Os especialistas em matéria de arbitragem concluíram que ficou por marcar uma grande penalidade contra o Sporting por derrube a Rafa na área adversária e que uma falta cometida sobre Tengstedt quando se isolada em direção à baliza do Sporting seria passível de expulsão. O que interesse isso agora? Rigorosamente nada.

3. O dérbi decisivo das meias-finais da Taça de Portugal reuniu no relvado da Luz um conjunto impressionante de jovens talentos do futebol português que, independentemente das cores que representam, as cores dos dois rivais, confraternizaram sem pudores minutos antes de o árbitro apitar para o início do encontro. É este o futebol que queremos.

4. É uma grande desonestidade comparar os legítimos protestos de Roger Schmidt dirigidos ao juiz da partida no fim do jogo com as acções carnavalescas do treinador do FC Porto em todos os campos do país sempre que a sua equipa não ganha.

5. Haverá, certamente, alguns benfiquistas que, por força da decepção, gostariam de ver o presidente do Clube apresentar-se na sala de imprensa no fim do jogo para insultar a equipa de arbitragem à semelhança de uma prática de quatro décadas que valeu e vale o miserável prestígio de outros presidentes. É de crer, no entanto, que a maioria dos adeptos do Benfica se revê na postura de Rui Costa, avesso, por natureza, a episódios de histerismo emocional

6. Os árbitros também erram, e há erros que marcam temporadas e até jogadores. Aprecia-se o caso de Di Maria, que vemos sendo castigado sem piedade por força da ausência de uma intervenção disciplinar que lhe era devida quando, em Janeiro, no decorrer do jogo com o Sporting de Braga dos oitavos de final da Taça de Portugal, encostou a sua cabeça à cabeça de um fiscal de linha. Di Maria devia ter sido admoestado, e não foi. E é pena que não tenha sido porque, desde aí, tudo é permitido aos jogadores adversários nos confrontos diretos com o argentino. Mais lhe valia e melhor nos valia ter sido Di Maria expulso no princípio do ano do que esta justiça a prestações que lhe vem sendo aplicada com prejuízo para o jogador e para o Benfica.

Leonor Pinhão, in O Benfica

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