"1. O último jogo da pré-temporada do Benfica aconteceu no Estádio Algarve. A lotação foi dada como esgotada, o que não admira porque assim aconteceu em Águeda por duas vezes quando o Benfica lá jogou no arranque dos trabalhos com o Farense e com o Celta de Vigo. Nos dois jogos feitos na Luz, com o Brentford e com o Feyenoord, a soma do número de espectadores nos dois acontecimentos chegou aos 100 mil. E no jogo com o Almeria, na fronteira da França com a Suíça, também a lotação esgotou. É assim com o Benfica em toda a parte.
2. No Estádio Algarve não se esperaria outra coisa do que uma casa cheia. Mas no início da transmissão da BTV ficou claro que as bancadas laterais estavam cheias, mas os dois topos do estádio apresentavam-se vazios. Porquê? Porque 'não oferecem condições de segurança para o público', explicou o repórter da BTV que acompanhou a transmissão do jogo.
3. Não é estranho que um estádio construído com recursos de modernidade para um grande evento como o Europeu de 2004 já só esteja meio operacional por força da degradação dos materiais? Sim, é. A decisão da Supertaça no último fim de semana, também teve por palco em estádio construído de raiz para o Euro 2004.
4. Em Aveiro, ao contrário do que sucedeu em Faro/Loulé, não houve restrições ao número de espetadores. Todas as bancadas repletas de espetadores davam a garantia de que o estádio não apresentava problemas para o público em lugar nenhum. No entanto, acabou por suceder um caso grave já durante o jogo, visto que se partiu 'acidentalmente' um vidro de delimitação de um camarote, e a queda dos destroços sobre a bancada inferior provocou ferimentos numa espetadora que foi transportada ao hospital.
5. Como é que um estádio, construído no século XXI, pode acontecer uma coisa destas assim tão 'acidental'? O jogador do Sporting que por 'acidente' partiu o vidro pediu desculpa à vítima, e a FPF, também muito 'solicita', prontificou-se a pagar um hotel em Aveiro aos familiares da vítima.
6. Entretanto, surgiu um vídeo exibindo Nuno Santos e um outro elemento da comitiva do Sporting reagindo energicamente a um momento do jogo, batendo no vidro sem cerimónia e sem precaução. Depreende-se, assim, que o incidente não foi lá muito 'acidental', o que ilibará a Câmara Municipal de Aveiro, proprietária do recinto, de responsabilidades civis, mas que não servirá, certamente, para acusar ninguém, não vá a 'acidentalmente' ofender-se.
Leonor Pinhão, in O Benfica
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