segunda-feira, 9 de setembro de 2024

CONTAS NEGATIVAS



 A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o Relatório e Contas anual do exercício 2023/24, no domingo, 8 de setembro. O resultado líquido do período – 1 de julho de 2023 a 30 de junho de 2024 – é de 31,4 milhões de euros negativos.

O Presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD, Rui Costa, em mensagem dirigida aos acionistas no Relatório e Contas anual, relembrou que "o equilíbrio económico do exercício poderia ter sido facilmente alcançável se as movimentações de mercado tivessem avançado mais cedo, ao invés de proteladas para depois do Campeonato da Europa". "Caso contrário, teria sido natural um resultado positivo, em linha com o primeiro semestre, a reforçar a robustez da Benfica SAD, cujos capitais próprios continuam elevados e num patamar sem paralelo no futebol nacional", frisou.
Rui Costa deixou igualmente a garantia de que a "sustentabilidade económica da Benfica SAD está, indubitavelmente, assegurada, não se indiciando qualquer risco quanto ao cumprimento dos critérios financeiros da UEFA".
Assim, o resultado líquido do período com um valor negativo de 31,4 milhões de euros representa um decréscimo de 35,6 milhões de euros face ao período homólogo, estando o mesmo influenciado pela redução dos rendimentos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) e dos resultados com transações de direitos de atletas.
Os rendimentos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) atingem os 179 milhões de euros, registando uma redução de 8,6% face ao período homólogo. Esta evolução é explicada pelo decréscimo das receitas no segmento Media TV, em consequência da redução dos rendimentos provenientes de prémios distribuídos pela UEFA. Em sentido contrário, verifica-se um crescimento das receitas associadas aos segmentos Matchday (+4,6%, impulsionado pelo aumento das vendas de Corporate e Red Pass) e Commercial (+15,6%, o que representa um aumento de 5,7 milhões de euros face ao período homólogo).
O resultado com transações de direitos de atletas ascende a 58,4 milhões de euros, refletindo um decréscimo de 8,3% em comparação com o período homólogo. De referir que os resultados com transações de direitos de atletas foram muito influenciados pelo facto de não se ter efetuado nenhuma operação até ao final do exercício, em parte em consequência do Campeonato da Europa ter protelado a atividade no mercado de transferências. Caso as principais transações com direitos de atletas que decorreram no início da época 2024/25 tivessem sido realizadas no final do exercício de 2023/24, a Benfica SAD teria obtido resultado positivo neste período.
Os gastos operacionais sem direitos de atletas equivalem a um montante de 207,3 milhões de euros, o que representa um ligeiro crescimento de 0,5% face ao valor de 206,4 milhões de euros, apresentado no período homólogo, sendo de referir que o aumento verificado nos fornecimentos e serviços externos foi compensado pela redução registada nos gastos com o pessoal.
Sublinhe-se que o ativo supera os 565,2 milhões de euros, o que significa um aumento de 7,4 milhões de euros face ao final do período homólogo, correspondendo ao nono exercício consecutivo em que o valor do ativo cresce. Este crescimento foi impulsionado pelo aumento do valor do plantel no ativo intangível, apesar da diminuição, pelo terceiro ano consecutivo, do número de jogadores que estão refletidos no ativo da Benfica SAD.
O passivo equivale a um montante de 483,4 milhões de euros, o que significa um crescimento de 8,7% face a 30 de junho de 2023, principalmente justificado pela variação ocorrida nos empréstimos obtidos, sendo de referir que o passivo representa 85,5% do ativo.
Por sua vez, o capital próprio ascende a 81,9 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 27,7% face ao período homólogo, em consequência do resultado negativo apresentado no presente exercício. A Benfica SAD continua a apresentar um capital próprio manifestamente positivo, existindo a expetativa de que venha a ser valorizado já no decurso do 1.º semestre do exercício de 2024/25.

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