sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

ONDE ESTÁ O MP?!

 


HAVERÁ UM "MOMENTO CERTO" PARA ROLLHEISER E PRESTIANI?

 


Bruno Lage tem de alargar o círculo de confiança a outros bons jogadores do plantel, que podem vir a ser importantes para a equipa numa época tão desgastante como a atual.

«Tenho de perceber os motivos de falarem muito do Rollheiser», atirou Bruno Lage, em tom de desafio, quase insinuação disfarçada pela aparente boa disposição, na conferência de Imprensa após a final da Taça da Liga.
A indireta não saiu na direção de nenhum jornalista de A BOLA, mas há várias razões para todos nós, de todos os órgãos, falarmos do argentino. Se Lage não concorda, então provavelmente não estaremos a olhar para os mesmos jogos.
Falemos, então, de Benjamín Rollheiser. Primeiro, porque é bom jogador. Porque foi a primeira aposta do técnico para o apoio a Di María, depois da adaptação feita por Schmidt do extremo ao duplo-pivot – um pouco ao jeito de Enzo Pérez por Jorge Jesus –, e perdeu-se aos 56 minutos do segundo encontro, em Belgrado, face à disponibilidade entretanto recuperada por Aursnes. Em terceiro, porque o contexto é de quebra física no norueguês, desgastado pela missão de sacrifício que é pressionar metade da largura do campo, do centro para a direita e vice-versa, fazendo de si próprio e ainda de Di María – e de irregularidade em Kokçu, que se mostra algo unidimensional: superlativo no momento do passe, deficitário nos posicionamentos e no foco sem a bola nos pés. Por fim, com a equipa tão frágil no ataque posicional, deixo a questão: não faria sentido ter em campo a capacidade para resistir à pressão, passar e levar de Rollheiser?
Terá o sul-americano piorado o seu caso ao ficar ligado ao golo do Aves SAD na luta desigual com Devenish, porém isso não chega para explicar a birra ou posição de força de Lage, ao ponto de estar a empurrar um jogador que lhe pode ainda ser muito útil para a porta de saída. Não estará a ser inimigo de si próprio?
Quem fala de Rollheiser pode ainda lembrar Prestianni, que durante as primeiras semanas da temporada mostrou uma irreverência que será certamente necessária ao Benfica durante o que falta da época. O ex-Vélez foi um investimento importante, apontando-se-lhe um grande futuro, e tem de ser encarado de forma diferente dos demais. Nesta altura, o técnico está obrigado a perceber que só os terá a top se lhes for mostrando que não desistiu deles.
É verdade que Schjelderup foi passo importante (no «momento certo», defende o técnico), sobretudo para quem costuma ser tão fiel aos seus, porém Lage vai ter de alargar o círculo de confiança ou faltar-lhe-ão soluções quando os do costume se esgotarem. E vão esgotar-se.
Luís Mateus, in a Bola

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

PELO FIM DA TAÇA DA LIGA

 


A Taça da Liga foi criada em 2007/08, por proposta do Sporting e do Boavista, com o objetivo de aumentar a competitividade entre os clubes e gerar mais receitas. Na época, o Campeonato Nacional tinha 16 equipas, a Liga dos Campeões contava com apenas seis jogos na fase de grupos e a Liga Europa ainda se chamava Taça UEFA, enquanto a Liga Conferência não existia. Neste contexto, a competição fazia sentido.

Desde então, o futebol mudou drasticamente. O Campeonato Nacional passou a ter 18 equipas, aumentando o total de jogos de 30 para 34 por temporada. As competições europeias também se reformularam: a Liga dos Campeões agora exige oito jogos na fase inicial, mais dois no play-off, enquanto a Liga Europa e a Liga Conferência adotaram modelos semelhantes. Além disso, as seleções nacionais têm calendários mais intensos, com mais jogos e competições.
Esta densidade crescente criou desafios sérios. Em Portugal, é comum ver clubes disputarem sete jogos em apenas 21 dias. Este ritmo provoca desgaste físico e mental nos jogadores, resultando em lesões frequentes. A introdução do novo Mundial de Clubes só intensifica este cenário.
Entretanto, a Taça da Liga perdeu relevância. O vencedor recebe um prémio financeiro inferior ao valor recebido por uma vitória na fase de grupos da Liga dos Campeões. Assim, a competição tornou-se redundante num calendário já sobrecarregado, funcionando mais como fonte de financiamento para a Liga do que como benefício real para os clubes. O Benfica, ao conquistar a sua oitava Taça da Liga, expõe o paradoxo da competição: é nos momentos de vitória que devemos refletir sobre a sua pertinência. Assim como o Sporting e o Boavista propuseram a criação da Taça da Liga, o Benfica deveria liderar a proposta para a sua extinção.
A alternativa passa pela reformulação da Supertaça Cândido de Oliveira. Este novo formato incluiria quatro equipas: o campeão da Primeira Liga, o vencedor da Taça de Portugal, o segundo classificado da Primeira Liga e o finalista vencido da Taça. Para aumentar a credibilidade e evitar comparações recorrentes com critérios do campeonato, os jogos seriam arbitrados por árbitros estrangeiros. A Supertaça seria disputada no início da época, num modelo que garantiria um impacto superior ao da Taça da Liga. O exemplo espanhol da Supercopa disputada este fim de semana é elucidativo: ao passar para um formato de Final Four, com jogos realizados fora do país, a competição ganhou uma projeção internacional bastante superior, atraindo novos públicos, patrocinadores de peso e receitas milionárias. Com uma abordagem estratégica, Portugal poderia replicar este sucesso.
Eliminar a Taça da Liga reduziria o calendário em dois jogos para os finalistas, aliviando a carga sobre os atletas e permitindo um maior foco nas competições prioritárias. Chegou a hora de Portugal repensar o seu modelo competitivo. As provas nacionais precisam de evoluir para atender às novas exigências globais do futebol. Se queremos triunfar na Europa e garantir a sustentabilidade dos clubes portugueses, é essencial criar condições para que as nossas equipas prosperem.
Mauro Xavier, in a Bola

NOS QUARTOS DE FINAL DA TAÇA DE PORTUGAl



 "O Benfica está apurado para os quartos de final da Taça de Portugal após vencer o Farense, em Faro, por 1-3. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Passagem merecida
O treinador do Benfica, Bruno Lage, considera: "Fomos um justo vencedor por aquilo que fizemos nos 90 minutos." E salienta a mentalidade do grupo de trabalho às suas ordens: "Enaltecer o espírito dos jogadores, espírito de conquista, porque não são todas as equipas que, após aquilo que fizemos há três noites, de conquistar um título, vêm com a determinação com que viemos."
2. Trabalhar por títulos
Schjelderup refere: "Estamos muito felizes por passar para a próxima fase." O jovem norueguês partilha o que lhe vai na alma: "Estou muito feliz no Benfica, estou a jogar, estou a marcar golos, estou a ajudar a equipa e o treinador, e é isso que eu realmente quero fazer, esforçar-me em cada treino e em cada jogo para ganhar títulos aqui e ganhar jogos."
3. Homem do jogo
Veja as melhores jogadas de Schjelderup, considerado o Man of the Match.
4. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os golos marcados pelo Benfica frente ao Farense.
5. Jogos do dia
Nesta manhã, a equipa feminina de futebol do Benfica garantiu o apuramento para as meias-finais da Taça da Liga ao ganhar, por 0-3, no reduto do Marítimo.
Às 15h00, os Sub-23 recebem o Gil Vicente no Benfica Campus.
6. Dois embates na Luz
Amanhã o Benfica recebe o Lusitânia, às 18h00, em futsal, e o HC Liceo, às 20h00, em hóquei em patins.
7. Protagonista
Pedro Henriques, guarda-redes da equipa de hóquei em patins do Benfica, é o entrevistado da semana. "Queremos ser os melhores do mundo", assume.
8. Selecionados para o Mundial
São 4 os andebolistas do Benfica convocados para o Campeonato do Mundo de andebol.
9. Reforço
Lívia Andrade, pivô internacional brasileira, chega para reforçar a equipa feminina de futsal do Benfica.
10. Nomeações
Kutchy esteve entre os nomeados pelo Futsal Planet para melhor futsalista jovem do mundo. Janice está nomeada para melhor jogadora do mundo. Ana Catarina foi eleita a melhor guarda-redes.
11. Um milhão de visitantes
O Museu Benfica – Cosme Damião, inaugurado em 26 de julho de 2013, já conta com mais de um milhão de visitantes."
Benfica News, in SL Benfica

RAKEL ENGESVIK A CAMINHO DA LUZ?



Rakel Engesvik, médio de 26 anos, vai ser reforço de inverno para a equipa de Filipa Patão?
O Benfica estará perto de garantir a contratação de Rakel Engesvik, médio norueguesa de 26 anos pela qual as águias já tinham feito uma proposta no verão passado, a fim de colmatar a saída de Kika Nazareth para o Barcelona. Alguns meses depois, a operação deverá mesmo concretizar-se e Engesvik, internacional sub-23 pela Noruega em 13 ocasiões, vai juntar-se na Luz à compatriota Marit Lund. No verão, Engesvik já tinha aceitado a hipótese Benfica, mas o Brann rejeitou o avanço dos encarnados e a jogadora acabou por perder o estatuto de titular quase indiscutível na parte final da temporada.
Engesvik começou a carreira no SK Trondheims-Orn, representou o Rosenborg e o Sandviken e, em 2022, mudou-se para o Brann. Na última temporada, apontou oito golos em 31 jogos nas vice-campeãs do país nórdico.
O Brann já iniciou os trabalhos de pré-temporada e Rakel Engesvik nem sequer está a trabalhar com as restantes companheiras, ultimando-se, então, os detalhes da transferência da médio para o plantel de Filipa Patão.

BOA VITÓRIA E ASSIM VOU EU PARA O PROGRAMA NO V+

 


"Farense 1 - 3 Benfica

Dia 14 de janeiro e já estamos a disputar o quarto jogo do mês! E sexta-feira já recebemos o Famalicão e na próxima terça o Barcelona. Irra, que isto é sempre a aviar! Bah, António, Florentino, Barreiro, Arthur Cabral e Schjelderup, mais de meia equipa que não está sobrecarregada de jogos.
VAMOS AO JOGO (HOJE PELA RTP 1)
01 Boa entrada no jogo: grande transição, belo centro de Schjelderup, Di María quase marcava.
07 Benfica entrou decidido a marcar, criou situações de perigo, mas é o Farense a adiantar-se no marcador. Não andamos a sofrer golos a mais de canto? Quer-me parecer que sim. Vá que há muito jogo pela frente.
15 Schjelderup a destacar-se claramente nestes primeiros minutos do jogo. Muito em ação, com decisões acertadas, rápido, bons centros, bons passes, a provar que merece a titularidade.
25 O Arthur Cabral tem que dar mais, muito mais do que isto. Há avançados a mostrar mais serviço na equipa B. E o Benfica tem que meter mais bolas com perigo dentro da área do Farense.
30 Farense a mostrar o que é uma equipa solidária: todos a ajudar todos no processo defensivo. Dava jeito que não aguentassem esta entrega e esta intensidade até ao final do jogo. O Benfica tem que acelerar processos e decidir melhor lá na frente, errar menos passes.
39 Com razão ou sem ela, a quantidade de jogadores do Farense que vão para o chão, implicando a paragem do jogo, tem sido um exagero. Veremos quanto tempo vai dar o senhor Hélder Malheiro no final da primeira parte.
40 Di María, que não tem tido descanso, sai tocado, pelo seu pé, entra Amdouni. Mal será se contra um dos últimos classificados da Liga precisarmos de nos lamentar com este evidente contratempo.
45+5 Precisamos de subir de produção se quisermos dar a volta a este resultado. Muita posse, muitos passes, pouco perigo depois do bom arranque no jogo.
48 Nós a precisar de marcar e eles a obrigarem o Samuel Soares a uma defesa apertada. 55 Não se notam melhoras no Benfica.
56 Schjelderup outra vez a marcar de pé direito, da esquerda para o meio, como na final da Taça da Liga, sem dar hipóteses ao Ricardo Velho.
57 Passe brutal do Carreras e o Arthur Cabral a mandá-la lá para dentro, com competência, com precisão! O jogo está virado. Vamos, Benfica!
61 Insiste, insiste, insiste e Bah a faturar. Nem estava a fazer grande jogo - estás perdoado que eu agora já posso descansar um pouco.
70 Jogo tranquilizou para o nosso lado. Bem precisamos... sexta-feira já recebemos o Famalicão.
75 Impressiona o bom jogo de pés do Samuel, a forma como mete bolas à distância, com precisão. Faz lembrar Ederson.
90+4 Vitória justíssima no São Luís. Estamos nos quartos de final. Sexta feira regressa a Liga e depois a Champions. Carrega, Benfica!
E agora vou para estúdio, para o programa das noites de terça-feira no canal V+."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

TAÇA QUE CONVENCE



 Entre o campeonato e duas derrotas consecutivas, que por serem raras abalaram o Benfica, quis o calendário da taçaTaça da Liga que os mesmos intervenientes se voltassem a encontrar, pouco tempo depois, para tirar as teimas. A síndrome das primeiras partes frouxas era fundamental reverter nestes novos embates e isso aconteceu. Passando à final, foi excelente o nível exibido por Benfica e Sporting num jogo equilibrado e vibrante. Uma bela demonstração, digna da capacidade real das respetivas equipas.

Surpreendente a intensidade mostrada depois de disputadas as meias-finais, ainda mais no caso do Benfica, com menos um dia de descanso. Para valorizar o espetáculo, ao contrário do que acontece na maioria das ocasiões, as equipas passaram por cima do estafado e histórico estudo mútuo e aceleraram desde início. O Benfica repetiu a forte entrada contra o SC Braga e de novo com efeito decisivo.
Lage decidiu premiar Schjelderup pelos belos serviços prestados e influência marcante no jogo anterior com o SC Braga. Se então o jovem norueguês ameaçou, na final lá marcou e como. Mesmo com um ritmo de jogo abaixo dos restantes, a vontade de mostrar, a personalidade com bola e a superior qualidade técnica sobressaíram e convenceram. A aposta de Lage teve o efeito desejado e com juros. Imagino que a substituição do jovem norueguês tenha sido decidida pelo seu esgotamento físico. Só pode. Mal refeito da sua boa estreia a titular e poucos dias depois ter que defrontar o rival, mais a pressão que um dérbi envolve, é duro. Deu tudo o que tinha de bom em 45 minutos frenéticos, à frente e atrás.
Quanto ao resultado, foi uma vitória da equipa que mais perto esteve de evitar os penáltis. A perdida de Pavlidis, embora ainda na primeira parte, poderia ter assinalado uma final diferente e o esboço antecipado de quem sairia vencedor. O empate acaba por acontecer pela bola parada menos difícil de concretizar, mas que faz parte, muitas vezes por precipitação de quem defende. Esse momento vivido por Florentino penaliza um dos melhores em campo. Fez um bom jogo, de muitas ações decisivas e grande desgaste, que por vezes precipita intervenções de maior risco, inadequado na própria área. Na defesa, a fórmula dos gémeos Tomás e António, já anteriormente testada e mais uma vez fiável. Opção para manter?
No rescaldo da final e mesmo para os mais céticos, a resposta foi boa e ficou claro que o Benfica pode chegar onde quer. E Schjelderup também... Quanto às rivalidades, o último dérbi importa e faz sempre mossa. Muitas vezes muda a dinâmica e o curso da história que corre.
Nota: Francisco Trincão pode e deve lamentar o penalti falhado, que desempatou a final, mas pedir desculpa? Fazê-lo por algo que se quer conseguir e não se consegue, por mérito de quem defende? Nunca se é culpado quando se tenta o melhor. Claro que a tristeza é compreensível e a humildade uma qualidade admirável. No rescaldo da competição, a alegria ou tristeza não deve corresponder a elogio ou insulto. É pedir muito respeitar o esforço e vontade, mesmo na derrota?
50 EUROS
Podcasts são espaços atuais interessantes de partilha de vivências num ambiente o mais caseiro possível e confortável, que proporciona a sinceridade e abertura do entrevistado. Não sendo eu especialmente seguidor deste recente meio de divulgação, já participei num par de ocasiões e gostei. Entrelinhas é um destes projetos e é sobre uma das últimas edições emitidas que vos falo. Carlos Vinícius, avançado que passou pelo Benfica, foi o convidado. Reconheceu ele, com ingénua naturalidade e graça, que pagava 50 euros aos seus colegas do Rio Ave por cada assistência que lhe fizessem e que resultasse em golo. A ideia, à partida, faz soltar uma gargalhada a qualquer um, mas o resultado está à vista. Sabemos que o golo gera vitórias e, para um avançado, é determinante para a progressão da sua carreira. A verdade é que este original investimento resultou e catorze foram os golos conseguidos nessa época por Vinícius. E o mister saberia? Euros à parte, o avançado brasileiro pode orgulhar-se sim, do seu belíssimo trajeto, só ao alcance dos bons.
Rui Águas, in a Bola

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

MAIS BENFICA

 


"1. No primeiro dia da semana passada, Domingo, 5 de Janeiro, cumpriram-se 11 anos sobre a morte de Eusébio, o maior. Nascido em Lourenço Marques, hoje Maputo. Eusébio da Silva Ferreira foi o monumental jogador da história do Sport Lisboa e Benfica e o melhor jogador de todos os tempos do futebol português. O legado q8ue Eusébio deixou no Benfica é o que é, não permite discussões.

2. Nos 15 anos em que se vestiu de águia deixou-nos uma fabulosa coleção de títulos e de categorias: 11 Campeonatos Nacionais, 5 Taças de Portugal, 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus. Foi por 7 vezes o melhor marcador do nosso campeonato (1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1970 e 1973), foi por e vezes o melhor marcador da Taça dos Clubes Campeões Europeus (1965, 1966 e 1968) e foi o melhor marcador do Mundial de 1966 (com 9 golos). Conquistou a Bola de Ouro em 1965 e conquistou a Bota de Ouro, prémio instituído pelo jornal francêsbL'Équipe, que consagrava o melhor marcador europeu, em 1968 1973.
3. Morreu em 4 de Janeiro de 2014, e, no fim da semana seguinte, dois dos emblemas mais míticos da Europa decidiram promover um minuto de silêncio nos seus estádios em memória do nosso Rei. Em Old Trafford, a casa do Manchester United, e em Santiago Bernabéu, a casa do Real Madrid, antes dos respetivos jogos, o público ovacionou de pé o nome de Eusébio, um jogador adversário, naquela hora em que deixou de ser adversário e passou a ser pertença de todos ocupando o seu lugar régio na memória coletiva do futebol europeu e mundial.
4. A perene devoção do Benfica pela figura de Eusébio e o enorme respeito internacional que continua a granjear não se explicam apenas pelos números do seu palmarés. Havia outro coisa.
5. Para além dos golos, das conquistas, das exibições memoráveis e das proezas do mais alto quilate - tudo o que o definiu e define como um dos melhores do mundo -, Eusébio era um ser raro. Tão raro, que, sempre que lhe pediam autógrafos em Portugal, ou em qualquer outra parte do mundo, era Eusébio quem dizia 'obrigado' agradecendo ao seu admirador o facto de o admirar. Que rei.
6. O Benfica joga no sábado a final da Taça da Liga. O adversário é o Sporting. Trata-se de um troféu oficial do calendário do futebol português. O Benfica não conquista a Taça da Liga desde 2016. Não faltam motivos de empolgamento para o Benfica somar mais um título oficial para o seu palmarés.
7. O percurso do Benfica nestas últimas jornadas do Campeonato Nacional foi, no mínimo, frustrante. O Campeonato chegou a meio. Falta disputar a 2.ª volta. Queremos mais Benfica, muito mais Benfica até ao fim da temporada."
Leonor Pinhão, in O Benfica

SEIS MINUTOS "À BENFICA"



Ao intervalo, as águias ficaram sem o astro argentino e estavam a perder por 0-1. No segundo tempo, com três golos em pouco mais de cinco minutos, deram a volta ao resultado..
Dois minutos dão para muita coisa. Que o digam, por exemplo, Bayern e Manchester United na final da Liga dos Campeões de 1999, quando os ingleses passaram de uma desvantagem de 1-0 para uma vantagem de 2-1 em apenas 103 segundos (90+1 e 90+3).
Esta terça-feira, em Faro, no mítico São Luís, nem dois minutos foram necessários para o Benfica inverter desvantagem de um golo (0-1) para vantagem de dois (2-1). Schjelderup fez o primeiro aos 55.50, Arthur Cabral marcou o segundo aos 57.03. Bastaram 73 segundos para que os encarnados finalizassem a reviravolta no marcador. E, passados mais quatro minutos e nove segundos, Bah fechou o jogo: 3-1 aos 61.12.
Os algarvios marcaram cedo, sim, mas cedo também se percebeu que muito dificilmente aguentariam a maior pedalada dos encarnados, embora estes não arrancassem nada de verdadeiramente interessante até ao intervalo, a não ser, claro, o que saía do pé esquerdo de Di María.
E de repente, pertinho do descanso, já depois de Neto, lesionado, ser substituído por Seruca, soaram todos os alarmes encarnados: também lesionado, Di María abandonava o relvado, aparentemente devido a lesão muscular. O argentino falhara apenas um jogo esta época, frente ao Casa Pia, na jornada 2 da Liga e por entorse, não por lesão muscular. Enorme sinal de alarme, pois o campeão do Mundo fora responsável por 13 golos e 7 assistências em 2024/2025. Ou seja, teve interferência num terço dos golos do Benfica.
A perder por 0-1 e sem a sua maior estrela, como reagiria o Benfica a segundos 45 minutos em dupla desvantagem e frente a um Farense que se fechava muito bem junto da sua área? A verdade é que, sem Di María e com Amdouni, foi o Farense a entrar na segunda parte com algum perigo, através de remates de Miguel Menino (muito por cima da barra) e de Tomané, este para Samuel Soares defender sem grandes dificuldades.




Porém, de rajada, o Benfica passou de 0-1 para 2-1. Schjelderup entrou pelo lado esquerdo (como entrara frente ao Sporting na final da Taça da Liga), desviou ligeiramente para o meio e rematou forte e colocadíssimo para o empate. O cronómetro marcava 55 minutos e 50 segundos. Quase de seguida, Carreras faz um lançamento longo para a direita do ataque do Benfica, Arthur Cabral dominou a bola e, pum!, fez o 2-1. Tinham passado apenas 73 segundos.
Sim, tinha passado pouco mais de um minuto, mas o Benfica estava insaciável. Quatro minutos depois, Arthur Cabral entrou na área em rodriguinhos, tentou o terceiro golo, a bola sobrou para Bah e o dinamarquês fez o 3-1. O cronómetro marcava agora 61 minutos e 12 segundos. Empate (1-1), reviravolta (2-1) e tranquilidade quase absoluta (3-1) demoraram apenas 5 minutos e 22 segundos a consumar.
O resultado fechava-se e, mesmo sem Di María, sem o maior talento do plantel, o Benfica conseguia jogar bem, criar golos e marcar golos. Frente ao penúltimo classificado da Liga, é certo, mas ficou provado que há vida no Benfica para lá de Di María.
DESTAQUES:
Di María saiu lesionado antes do intervalo e foi sem o argentino (que estava a ser o melhor…) que a águia disparou para uma reviravolta e uma segunda parte onde emergiram Arthur Cabral, Schjelderup, Carreras, Bah e… outros
Melhor em campo: Arthur Cabral (7)
Indiferente. A forma como (não) festeja os golos é já quase imagem de marca… Uma espécie de apatia, uma raiva silenciosa que nunca se exterioriza mesmo quando se torna peça decisiva. Mas este jogo é um belo exemplo daquilo que pode oferecer este brasileiro, muitas vezes um mal amado das bancadas. Foi o impulsionador de uma águia que se encontrava amorfa e sem chama após 45’ minutos. Primeiro com um golo, o do 2-1, de belo efeito, após receção orientada e remate colocado a passe de Carreras e, logo a seguir, esteve na origem do terceiro, com remate que Velho não agarrou e Bah completou. Missão cumprida, com distinção, em exibição com outros pontos altos, carregada de entrega, frescura física e eficácia.




Samuel Soares (6)
Ponderado. Sofreu um golo a ‘frio’, no qual sai isento de culpas, sem grande efusividade (à exceção de um lance… arriscado em que até driblou na sua área Poveda) mas a mostrar enorme segurança a remates mais apertados de Tomané (50’) e Elves Baldé (89’). Cumpriu.
Bah (6)
Confiável. Com pouca projeção ofensiva, mais preocupado com a solidez defensiva, passou despercebido na etapa inicial. Mas quando embalou… toda a equipa o seguiu, com várias incursões pela direita, uma delas a originar golo, o terceiro, na recarga a remate de Arthur Cabral.
António Silva (5)
Inseguro. Não começou bem. A comprometer com passes mal medidos, a ser batido no duelo aéreo com Tomané no golo do Farense, muitas hesitações que faziam temer noite desastrada. Conseguiu, ainda assim, reagir na etapa final, bem mais concentrado, com 45’ minutos num nível bem mais elevado.
Otamendi (6)
Competente. Não verga, com índices de concentração elevados, veloz, uma exibição em crescendo. Voz de comando, eficaz na sua área de jurisdição, com alguns cortes determinantes a serenar um setor nem sempre tranquilo.




Carreras (7)
Destemido. Explosivo e objetivo pela direita, mesmo correndo riscos. Com solidez defensiva, sem receio de ser feliz em remates de meia distância (18’ e 42’), um lateral que também é extremo e seguro em zonas centrais. Um dos melhores em que o ponto alto foi a assistência (perfeita!) para Arthur Cabral no 2-1.
Leandro Barreiro (6)
Clone. De Florentino, sempre em zonas recuadas, a descer muito para construir, quase sempre partir da esquerda. Mesmo estando longe de uma noite de enorme fulgor o clique deu-se aos 57’ quando arrancou pela esquerda e ‘ofereceu’ a bola a Schelderup que fez um golo brilhante. Um momento que lhe deu alento para um jogo em que terminou com nota positiva.
Florentino (6)
Empenhado. Mais solto na zona intermédia, raio de ação elevado, boa leitura de jogo, a anular (e a ganhar) de forma eficaz muitos duelos no miolo. Cresceu muito na segunda parte e a equipa beneficiou quando ganhou mais metros no campo.
Aursnes (5)
Dinâmico. Sem o fulgor de outros tempos, é certo, mas assertivo nas zonas de pressão, a limitar espaços aos jogadores algarvios, a equilibrar a equipa sem ter de correr muito. Bastou estar no posicionamento certo…
Di María (7)
Alarmante. Saiu, com problemas físicos, ainda antes da primeira parte quando se perfilava para ser uma das figuras da partida em Faro. Muito ligado ao jogo, várias ações a levar perigo, com destaque para o remate nos primeiros segundos de jogo, dois livres que obrigaram Velho a defesas apertadas (22’ e 39’) e inúmeros passes a colocar os avançados encarnados em excelente posição. Com ele em campo, o Benfica foi sempre mais alegre, objetivo e perigoso. Sem o astro argentino… outros foram iluminados.



Schjelderup (7)
Reforço. O Benfica ainda não foi ao mercado, mas 2025 deu a conhecer um novo jogador na Luz. Um extremo habilidoso, audaz contra todos os adversários e, não menos importante, com papel decisivo. Que marca e decide. Foi ele que, num golpe de génio, num golo a papel químico do que tinha feito ao Sporting na Taça da Liga, da esquerda para dentro, atirou forte e colocado para o 1-1. Abrindo caminho… para minutos alucinantes que permitiram a reviravolta no marcador.
SUPLENTES
Amdouni (5)
Equilibrado. Mais escondido na frente, com pouco espaço, deu maior fulgor à linha ofensiva sem deslumbrar.
Akturkoglu (5)
Paciente. Provavelmente é o que terá de ter daqui para a frente com a afirmação de Schelderup que ontem voltou a somar pontos. O turco ficou pelas ameaças…
Pavlidis (4)
Apagado. Uma aposta para os últimos 15 minutos quando a águia já geria o esforço e o resultado. E pouco acrescentou.
Bajrami (-)
Estreante. Central, 22 anos, primeiros segundos com a camisola dos encarnados. Para mais tarde recordar…
Rollheiser (-)
Regressado. Também uns minutos. Ele que não jogava desde 23 de dezembro…

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

COMUNICADO

 


"O Sport Lisboa e Benfica esclarece que tomou conhecimento público da intenção de Pedro Pablo Pichardo de cessar o seu contrato de trabalho com o Clube.
O Sport Lisboa e Benfica informa que Pedro Pablo Pichardo foi notificado no passado dia 3 de janeiro de 2025 de um processo disciplinar com vista ao seu despedimento.
Em causa está a falta de comparência de Pedro Pablo Pichardo a exames médicos para os quais estava convocado depois dos Jogos Olímpicos, bem como o facto de ter recusado a inscrição na plataforma de atletas, apesar de ter sido por diversas vezes solicitado para tal. Uma decisão que tem impedido, entre outras consequências, a sua participação em provas ao serviço do Benfica.
O Sport Lisboa e Benfica irá fazer prevalecer os seus direitos na defesa do bom-nome e dos interesses do Clube."

SL Benfica