domingo, 6 de abril de 2025

OS DESAFIOS DA LIGA PORTUGAL E O FUTURO PRESIDENTE

 


A Liga Portuguesa de Futebol Profissional prepara-se para um momento decisivo. No próximo dia 11 de abril, será escolhido o novo líder de um dos organismos mais influentes do desporto nacional. Mais do que uma simples eleição, esta decisão definirá o rumo do futebol português nos próximos anos. Em disputa, dois perfis distintos, duas visões para o futuro e uma certeza: o futebol precisa de liderança forte, credível e capaz de responder aos desafios da atualidade.

A corrida é a dois. José Gomes Mendes, 63 anos, combina uma sólida carreira académica e política com experiência no dirigismo desportivo. Doutorado em Engenharia Civil e Arquitetura, é professor catedrático e exerceu funções como secretário de Estado em dois governos de António Costa. Atualmente, preside à MAG da Liga, cargo que já ocupou entre 2014 e 2015, tendo também passado pelo Clube de Ténis de Braga e pelo SC Braga.
Já Reinaldo Teixeira, gestor de 61 anos, natural de Salir, Loulé, construiu um império empresarial desde 1983, liderando um grupo de 42 empresas e mais de 700 colaboradores. O seu nome está intimamente ligado ao futebol há mais de duas décadas, nomeadamente através da Associação de Futebol do Algarve, da qual é presidente desde 2019. A sua ligação à Liga remonta a 2015, quando foi nomeado coordenador dos delegados e avaliadores, após 20 anos como delegado. Desempenha também funções enquanto membro do conselho consultivo no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Um destes homens será o futuro presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e enfrentará, no cargo, vários desafios: crescer, inovar e transformar.
O futebol português está em crescimento. Durante anos, ouvimos falar das dificuldades dos clubes, da necessidade de maior profissionalização e da falta de competitividade. Mas, hoje, há um dado inegável: a indústria do futebol em Portugal está a evoluir a um ritmo impressionante. Nos últimos cinco anos, as receitas cresceram, em média, 8% ao ano. Poucas indústrias no país podem orgulhar-se deste feito. Poucas conseguem estar entre as seis ou sete melhores da Europa. Isso significa que estamos no caminho certo, mas também que há desafios que precisamos de encarar com determinação.
Um dos temas mais prementes é o investimento em infraestruturas. Os clubes, mesmo com dificuldades financeiras, têm procurado melhorar os seus estádios, mas ainda há muito por fazer. Não podemos ignorar que a experiência do adepto no estádio tem de ser cada vez mais valorizada. Parte da solução passa por uma redistribuição mais justa de receitas, nomeadamente das apostas desportivas, que atualmente não beneficiam diretamente os clubes como deveriam.
Mas há um desafio ainda maior: a proximidade entre os clubes e os adeptos. O futebol português precisa de fomentar a paixão pelos clubes locais. Não podemos ser um país onde o apoio se concentra apenas em três emblemas. É essencial que os Vizelas, os Aroucas, os Rio Aves e os Vitórias desta vida consigam atrair mais adeptos, consolidar as suas bases e crescer de forma sustentável.
A centralização dos direitos televisivos é mais do que um desafio inadiável, é um passo inevitável. E não se trata de centralizar por centralizar, mas sim de criar um modelo que beneficie todos os clubes e aumente a competitividade da Liga. Portugal é um dos poucos países onde as receitas televisivas estão esmagadoramente concentradas nos três principais clubes. Essa desigualdade reflete-se em tudo: na qualidade das equipas, na competitividade interna e na presença europeia. Se tivermos um campeonato mais equilibrado, todos saem a ganhar - basta olhar para o impacto positivo que uma equipa como o Vitória Sport Clube teve na Conference League 2024-25. A centralização permitirá uma melhor distribuição de receitas e, consequentemente, clubes mais fortes, melhor futebol e um produto mais atrativo para investidores e patrocinadores. Mas é preciso vontade e visão para dar este passo.
Outro entrave ao crescimento do futebol português é a carga fiscal. O IRS aplicado aos jogadores em Portugal é altíssimo quando comparado com outros países europeus. Em mercados concorrentes, como Itália, existem regimes fiscais específicos que tornam mais atrativo contratar e manter jogadores. Aqui, os clubes precisam de gastar quase o dobro para oferecer aos atletas o mesmo salário líquido. Essa realidade coloca-nos em clara desvantagem no mercado internacional.
Claro que não estamos a falar de igualarmo-nos a mercados como o saudita, onde as taxas são praticamente inexistentes. Mas, dentro da Europa, é fundamental encontrar um modelo que nos permita competir em igualdade de condições e atrair talento sem um peso fiscal desproporcional.
A legislação em torno dos seguros dos atletas é outro fator que prejudica os clubes portugueses. As regras atuais fazem com que os prémios de seguro sejam extremamente elevados, porque consideram que uma lesão pode obrigar a compensações durante décadas. Em outros países, há legislação específica para profissões de desgaste rápido, que distingue, por exemplo, um jogador que sofre uma lesão incapacitante no futebol, mas que pode continuar a exercer outras atividades. O resultado? Os clubes portugueses pagam significativamente mais pelos seguros dos seus atletas do que os seus concorrentes em Espanha ou Itália. É uma desvantagem competitiva que precisa de ser analisada e corrigida.
Os números falam por si: pela primeira vez, o futebol português atingiu os 1.000 milhões de euros de receitas. Isso prova que o futebol é uma indústria rentável e que vale a pena investir nela. As receitas vêm de bilheteiras, patrocínios, merchandising, lugares corporate, transferências e direitos televisivos. Com a centralização dos direitos e um maior equilíbrio na distribuição de receitas, esse valor pode crescer ainda mais. Não é por acaso que cada vez mais fundos internacionais olham para Portugal como um mercado atrativo para investir. Esses investidores não apostam em projetos para perder dinheiro. Apostam porque acreditam no potencial de crescimento do futebol português.
No próximo dia 11 de abril, a decisão não será apenas entre dois candidatos, mas entre duas formas de encarar o futuro do futebol português. Respeito José Gomes Mendes e desejo-lhe o melhor, mas, para mim, o próximo líder da Liga Portugal tem um nome: Reinaldo Teixeira. Porquê? Não é por ser meu conterrâneo. Nem sequer pelo facto de, num momento difícil da minha vida, ter sido dos primeiros a vir ao meu encontro, com um abraço sincero, carregado de solidariedade e amizade. É porque conheço o homem por detrás do candidato. Sei quais são os valores que o guiam e moldam, a determinação que o move e a visão que transporta para o futebol português. É um líder nato. Um estratega que não apenas sonha com uma Liga mais forte, mas que sabe exatamente como construí-la. Alguém que compreende a importância do presente sem perder de vista o futuro. Um líder que faz crescer, que inspira, que inova, que une e que transforma.
É a primeira vez na história que um algarvio se candidata à presidência de um dos principais organismos do futebol português. Reinaldo Teixeira, natural de Salir, construiu um percurso sólido no dirigismo desportivo, começando no AC Salir e ascendendo a cargos de destaque na Associação de Futebol do Algarve e na Liga de Clubes. Agora, apresenta-se como o rosto de uma nova era para a Liga Portugal, trazendo consigo uma visão clara e uma missão bem definida.
Homem de valores, compromisso e conhecimento profundo das duas faces do futebol – o profissional e o amador –, Reinaldo Teixeira desenvolveu uma perspetiva abrangente, um sentido de justiça apurado e uma capacidade de decisão ancorada na realidade do futebol português. São qualidades que considero essenciais para liderar a Liga Portugal.
Ao longo dos anos, conquistou credibilidade pela sua seriedade, transparência e pela capacidade de unir diferentes agentes do futebol em torno de um objetivo comum. A sua candidatura, Uma Liga para Todos, reflete essa filosofia: promover um futebol mais competitivo, equilibrado e sustentável, onde todos os clubes tenham voz e oportunidades de crescimento.
Com uma visão estratégica e experiência consolidada, Reinaldo Teixeira propõe um modelo de gestão eficiente, que beneficie tanto os grandes como os pequenos clubes, garantindo maior equilíbrio e competitividade. O apoio de emblemas como Benfica, Sporting e Vitória Sport Clube demonstra a confiança que a sua liderança inspira. A inclusão de figuras como António Saraiva na sua equipa reforça a seriedade e o rigor de um projeto estruturado e focado no futuro do futebol português.
E, por tudo isto, acredito que o sucesso dele será o sucesso da Liga, dos clubes - grandes e pequenos - e de todo o futebol português. Porque a Liga precisa de valor e de valores. De alguém com independência e visão de futuro. E Reinaldo Teixeira é, sem dúvida, essa pessoa e vai, com toda a certeza, marcar uma nova era na Liga Portugal.
Tiago Guadalupe, in a Bola

CLÁSSICO DECISIVO? TEMOS!



 Ao contrário do que se possa pensar, o Benfica não é favorito para o clássico de logo à noite no Dragão. Peso da história assim o diz e o FC Porto quer confirmar indícios de melhorias...

Os números no futebol são arrebatadores e como o algodão: não enganam. Olhando para os resultados do Benfica no Estádio do Dragão neste século é muito fácil concluir que, apesar de a águia estar melhor e o FC Porto viver uma época de mudança de paradigma e corte com o passado de Pinto da Costa, o favoritismo tem de ser entregue aos dragões.
Desde 2000, são 15 vitórias para o FC Porto, várias delas com números esclarecedores, seis empates e apenas quatro triunfos do Benfica na casa do grande rival, sendo que um deles foi com Bruno Lage na reviravolta épica para o título de 2018/19. O passado não joga, é certo, mas o ascendente psicológico que o FC Porto consegue ter, inclusivamente no Estádio da Luz, exceção feita ao 1-4 da primeira volta desta temporada, pesa muito e não é por acaso que o Benfica entra quase sempre 'a tremer' nos clássicos do Dragão.
Basta olhar para o que aconteceu há um ano, quando, em luta acesa com o Sporting pelo título, a águia tombou de forma quase chocante (0-5) na 24.ª jornada frente à pior versão do FC Porto de Sérgio Conceição, um mestre em preparar os jogos grandes ao detalhe e explorar as fragilidades alheias. Aí, a águia ficou a quatro pontos do leão e a desvantagem foi irrecuperável.
No FC Porto, Martín Anselmi tem aqui o jogo da época e a noção de que joga muito do crédito que terá junto dos adeptos para começar a nova temporada seguro no Dragão, pois foi precisamente há uma volta que começaram a pairar as primeiras nuvens negras sobre a cabeça de Vítor Bruno, isto já depois de, em agosto, o Sporting ter sido muito superior no clássico em Alvalade. Há alguns sinais de melhoria vistos com o Estoril, mas é preciso confirmá-los, enquanto o Benfica vai vencendo, sim, mas raramente convencendo e ficam sempre mais dúvidas do que certezas sobre o que fará a águia na partida seguinte.
O Sporting, esse, assistirá de poltrona ao tira-teimas de mais logo, ciente de que uma possível escorregadela encarnada pode abrir-lhe as portas do bicampeonato. Sem nota artística, o leão ultrapassou a fase de menor fulgor de Gyokeres e, agora que o inacreditável sueco voltou ao modo arrasador, levando a equipa às costas jogo após jogo, poderá ficar em posição muito vantajosa se o Benfica deixar pontos no Porto. O regresso de Rui Borges ao 3x4x3, modelo para o qual o plantel foi desenhado, deixando o contraproducente 4x2x3x1 de lado, deixou os verdes e brancos mais seguros para as últimas curvas do campeonato.
Francisco Vaz de Miranda, in a Bola

sábado, 5 de abril de 2025

UM NOVO ANFITRIÃO NO CLÁSSICO ENTRE FC PORTO E BENFICA

 


O Clássico de amanhã, entre FC Porto e Benfica, será o primeiro sem Jorge Nuno Pinto da Costa. O primeiro embate entre as duas equipas depois da morte do histórico presidente azul e branco, e também a primeira vez que o FC Porto recebe o maior rival sem Pinto da Costa a ocupar a cadeira principal do Estádio do Dragão. A 3 de março de 2024 o lugar era ainda seu, quando o FC Porto goleou o Benfica, por 5-0, em jogo da 24.ª jornada da temporada anterior.

Durante os 42 anos de presidência de Pinto da Costa, o FC Porto disputou um total de 130 jogos com o Benfica. Venceu 60 (46%) e perdeu 33 (25%). Até 1982, ano em que o presidente dos presidentes dos dragões tomou posse, o saldo era de 125 duelos, com 42 triunfos portistas (34%) a contrastar com 58 derrotas (46%).
Estes números mostram como Pinto da Costa mudou o jogo, e se a proximidade geográfica alimenta a rivalidade entre Benfica e Sporting, o palmarés das últimas décadas fez do FC Porto o principal adversário das águias.
Este clássico terá um novo anfitrião: André Villas-Boas saiu goleado na primeira volta, mas agora estará sentado na cadeira de sonho, ao que tudo indica sem Rui Costa ao lado.
É verdade que o novo líder azul e branco podia dar o exemplo, mas dedicará ao presidente do Benfica o mesmo tratamento que recebeu no Estádio da Luz, e as mais recentes polémicas já tinham deixado claro que esta não seria oportunidade para fazer diferente. Até porque, entre as eleições da Liga e a polémica Proença/Fernando Gomes, a «paz podre» só veio reforçar a noção de que os dirigentes do futebol português já não enganam ninguém com falsas esperanças.
Dentro deste espírito de um por si e todos por nenhum, há muito entranhado por cá, Villas-Boas aproveitou também a receção ao Benfica para fazer um discurso mais virado para os adeptos. Chegou até a dizer que este será o «jogo da época», numa declaração que minimiza sobremaneira a dimensão que o FC Porto assumiu nas últimas décadas.
Percebe-se que Villas-Boas esteja empenhado em sarar feridas internas e aproveite a ocasião para falar para dentro, mesmo que a eficácia da mensagem esteja dependente do resultado de um jogo com o maior rival, em situação bem mais favorável na Liga. Mas justificará um lamento se for indício de que o rumo prometido está a sofrer desvios.
Nuno Travassos, in a Bola

PROENÇA: UEFA A VER TUDO, ATÉ O PREVISÍVEL BENFICA-SPORTING

 


Pedro Proença não foi eleito para o Comité Executivo da UEFA. Quer isso dizer que Portugal perdeu poder de decisão na entidade que rege o futebol europeu.

Já o escrevi antes, para que ninguém usasse tal argumento. Portugal deixou de ser «pequenino» na Europa futebolística. Durante anos ouviu-se essa justificação perante dissabores de clubes e seleções nacionais, justificados com arbitragens duvidosas. Ao dia de hoje, era, ainda é, muito mais difícil Marc Batta expulsar um jogador da seleção portuguesa nos mesmos termos em que o francês expulsou Rui Costa num Alemanha-Portugal. E muito menos acreditar em teorias da conspiração contra a seleção ou o futebol português, ainda que haja um ou outro caso polémico no que a decisões arbitrais diz respeito.
A grandeza de Cristiano Ronaldo tem alguma coisa a ver com esta ideia também, mas é sobretudo a presença de Portugal nos órgãos de decisão da UEFA e da FIFA que fizeram com que o país fosse um peso-pesado institucional.
É factual que essa presença sucedeu no período em que Fernando Gomes esteve à frente da Federação e terminou quando a deixou. A influência seria tão grande que uma carta de Gomes terá decidido a continuidade portuguesa naquele Comité. Nunca saberemos o que sucederia se o ex-líder da FPF tivesse manifestado apoio à eleição de Proença, mas podemos adivinhar perante as evidências.
Já Proença apontou de imediato a 2027. Quando esteve na Liga, a principal crítica que os seus detratores lhe fizeram é que passara demasiado tempo a pensar em chegar à FPF do que a tratar das questões que se impunham à Liga.
Agora, para chegar ao Comité Executivo da UEFA em 2027 e sem apoio de quem lá esteve, vai ter de basear-se no mérito próprio. Terá de angariar apoios e influências e ser um executante primoroso. A UEFA vai estar a ver e a comparação com Gomes será inevitável. Proença terá então de mostrar que é tão ou mais capaz que o seu antecessor.
Na tomada de posse, Proença falou em três pontos fundamentais para o futebol nacional: a redução do IVA nos bilhetes, do IRS dos jogadores e o investimento em infraestruturas. Sem «nada» lá fora, é nestes três pontos que vai ter de se esmerar para que o futebol nacional seja mais competitivo.
No fundo, Proença vai ter de se concentrar internamente, porque daqui até 2027 haverá decisões bastante difíceis de tomar e algumas impopulares certamente.
E a primeira até pode mesmo ser a final da Taça de Portugal no Jamor. O último dérbi entre Benfica e Sporting no jogo decisivo foi em 1996 e todos sabemos o que aconteceu. Defenderei sempre o Estádio Nacional, mas perante o que se antevê com o final do campeonato entre rivais lisboetas e o emergir desse passado, é prudente analisar outras opções. Segurança primeiro, até porque se alguma coisa correr demasiado mal, também chegará a Nyon.
Luís Pedro Ferreira, in a Bola

SE UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

 


"Três imagens valem muito mais! Tem estado à vista de todos o escândalo que tem sido desde que o doutor Varandas falou. Não são precisos mais comentários. No final da época se ajuizará sobre a utilidade do silêncio do Benfica."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

sexta-feira, 4 de abril de 2025

HIPOCRISIA!



 André Villas-Boas queixou-se há bem pouco tempo que existia uma "paz podre" no futebol português.

Em parte, o presidente do FCPorto fala com razão. No futebol português existe mesmo uma "paz podre". Basta ver a troca de "galhardetes" a que se assistiu entre Fernando Gomes (COP) e Pedro Proença (FPF).
Mas quem pensa que Villas-Boas tem boas intenções, desengane-se! Bastou o aproximar de um escaldante FCPorto-SLBenfica - jogo da época na boca do presidente do FCPorto - para que mostrasse a sua verdadeira faceta, num comunicado onde insinua que existe um conflito de interesses entre o Presidente do SLBenfica e um candidato a presidir a Liga.
E logo o FCPorto é que vem falar em conflito de interesses!? O clube que já teve Pinto da Costa (ex-Presidente do FCPorto) a presidir a Liga!? O clube que teve José Guilherme Aguiar (ex-Vice do FCPorto) como Diretor Executivo da Liga!? O clube que teve Fernando Gomes (ex-Vice do FCPorto) como presidente da Liga, mesmo sabendo-se que esteve envolvido em suspeitas no processo Apito Dourado!?
O objetivo é bem claro! Criar um ambiente hostil à volta do clássico, bem ao jeito do que se passou nos últimos 43 anos para os lados de Contumil. HIPOCRISIA...

Alberto Mota, in Facebook

É FINALMENTE TRABALHAR, SRº PROENÇA!

 


Pedro Proença falhou a eleição para o Comité Executivo da UEFA. Pior, teve 7 votos. Entre os 11 proponentes foi aquele que menos apoio angariou. Talvez a sua imagem ainda fique mais fragilizada se olharmos para quem recolheu mais votos: Suíça, Liechtenstein e Polónia, que também ficaram de fora, e Arménia, Estónia e Finlândia, que garantiram o seu representante, tal como os mais poderosos Croácia, Alemanha, Itália e Países Baixos (nos rankings UEFA e FIFA e agora no Comité à frente de Portugal, é de mim ou há aqui um padrão?). Não integrar o Comité era (e foi) considerado derrota de todo o futebol português. Integrá-lo oportunidade única para exercer influência.

O que se passou nos últimos dias transportará a responsabilidade pelo desfecho para cima dos ombros de Fernando Gomes, que depois de ver a sua direção apoiar Proença quis separar-se individualmente da imagem deste assim que deixou de ter essa obrigação. Fê-lo depois de o sucessor o ter tomado por garantido de forma pública, o que lhe terá certamente causado alguma alergia face ao passado.
Não saberemos o que teria sido a eleição se o agora líder do Comité Olímpico de Portugal tivesse sido politicamente correto e mantido as aparências. Será que teria mudado assim tanto? O agora presidente da FPF vai insistir que sim, como bom político que quer ser, e a máquina que o rodeia irá repeti-lo ad nauseam. É impossível sabê-lo.
Sabemos sim que o que aconteceu não foi mais do que consequência da paz podre ou até mesmo guerra surda que existiu entre as duas fações desde que o antigo árbitro entrou na Liga para liderá-la. O que sempre transpirou foi a imagem de uma incompatibilidade inultrapassável ao ponto de um unir de forças ser uma impossibilidade, mesmo em nome de um bem maior.
Os dois organismos, que podiam ter trabalhado em conjunto no sentido da pacificação, modernização e reestruturação do futebol português, nunca iriam fazê-lo, mesmo que os seus líderes se prolongassem no tempo. Também é mais ou menos público que quando Proença já piscava o olho à Cidade do Futebol quem ainda lá andava tentou arranjar quem, pelo menos, vendesse cara a derrota. Sem sucesso, todavia.
Tanto Proença como Gomes partilhavam ambições, estratégias e até receios. Quiseram sobretudo reunir consensos e evitar roturas. Nunca pretenderam levantar a poeira, mas sim liderar de forma tranquila. Apostaram numa gestão cujo objetivo final passava por apresentar lucro nas empresas que lideravam, mesmo que tal não refletisse o produto que era o seu objeto. No entanto, os meios para chegar ao mesmo fim foram bem diferentes. Para que a galinha pusesse ovos de ouro, e a galinha na Federação era a Seleção principal, havia que fortalecê-la, criar massa crítica: as equipas B, a Liga Revelação e a Liga 3 abriram espaços competitivos para quem saía da formação e garantiu um maior aproveitamento e maturidade.
É verdade que também houve o outro lado, o de não deixar Ronaldo infeliz, que terá condicionado o trabalho de selecionadores, mas manteve os patrocinadores na Cidade do Futebol. Com o futsal e o futebol feminino em crescimento exponencial, pode falar-se em benefícios colaterais, a que não deixarão de colar o rótulo de legado. Ainda houve algo produtivo, mesmo que no restante tudo tenha ficado mais ou menos na mesma.
Já na Liga, o tempo parou. Em torno de um Santo Graal chamado centralização dos direitos televisivos, que está longe de se encontrar no mapa futebolístico indígena, pouco ou nada mudou. Os pobres estão mais pobres, os ricos menos ricos, os estádios ainda vazios e os melhores jogadores noutras paragens. A justiça ainda tarda quando não se perde em tribunais administrativos, as comunidades mostram-se cada vez mais divorciadas dos clubes, a perda de competitividade reflete-se nos rankings. As arbitragens mantêm-se frágeis, mesmo com o VAR, hoje o foco de discórdia, e o desinteresse pelo nosso futebol é tão pequeno lá fora como quase é cá dentro. Mesmo com uma Seleção cheia de talento, jogadores que fazem saltar multidões das cadeiras e treinadores a querer recuperar espaço nos maiores clubes.
O trabalho que a Liga não fez foi substituído pela propaganda. Nas reações às declarações de Fernando Gomes foi penoso ver clubes virarem instrumentos histéricos de propagação de mensagens decoradas e uma Liga ainda indiretamente de Proença sair em sua defesa. Tanto como quando pintam cenários idílicos da paisagem destruída que é o nosso futebol.
Há algo mais que me entristece. Que Proença provavelmente tenha querido, mais uma vez, ir pelo caminho mais fácil. Que tenha pensado que iria resolver os problemas do futebol português no comité executivo, ainda que acredite que seja aí que realmente queira estar. Não na Liga, não na FPF, mas sim na UEFA, eventualmente na FIFA.
Os problemas do futebol português resolvem-se é por cá. Arregaçando as mangas, sujando os braços, trabalhando diariamente para um bem maior. Fazendo perceber aos clubes que se as regras os protegerem não protegem o jogo, logo indiretamente também não os servirão a médio prazo. E criando um produto forte, que poderá não acontecer tão rápido como 2027, altura de nova reeleição, porém trará certamente mais força do que qualquer palmadinha nas costas por parte de um antecessor. Obrigará a olhar definitivamente para Portugal.
Se gostam de paralelismos, pensar que se resolve os problemas de um país na UEFA é o mesmo que acreditar que os equívocos da arbitragem desaparecem com um ex-árbitro na Liga ou na Federação. É bem mais profundo do que isso, embora em Portugal o dirigismo, de tão enfraquecido que está, procure sempre o caminho mais curto e menos complicado.
No que diz respeito a Fernando Gomes, respeito que não queira associar-se a alguém de quem não gosta. Já chega de paz podres e politiquices corretas. A Proença, resta-lhe falar (e mandar que falem) menos e trabalhar mais. Afinal, foi para isso que foi eleito. Há sempre males a vir por bem.
Luís Mateus, in a Bola

O QUE HÁ DE COMUM NESTES DOIS LANCES?

 


"1. Os jogadores do Benfica sofreram faltas evidentes.
2. As faltas eram no mínimo para amarelo - por negligência -, mas podiam bem ser para vermelho - puseram em causa a integridade física dos adversários.
3. Os VAR, com toda a tecnologia ao seu dispor, câmaras e mais câmaras, não deram por nada, não viram nada demais nestes dois lances, para quê chamar os árbitros ao monitor?
4. Os jogadores do Benfica sofreram danos evidentes, mais o Darwin porque o pisão do Fábio Cardoso obrigou a que fosse suturado com 5 pontos!
5. O lance do António foi dentro da área - o do Darwin à entrada da área - e ficou um evidente penálti por assinalar. É, sem dúvida, o Benfica (sempre) a ser levado ao colo. Alguma dúvida?
6. O Benfica não gosta de falar, remete-se sistematicamente ao silêncio dos comunicados. Mas, em semana de clássico, o Porto já conseguiu "fabricar" uma polémica - com o tal candidato à Liga que teve negócios com o Rui Costa em 2005 - para acicatar e mobilizar as hostes e o presidente já avisou que é o jogo da época."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

SOFRIMENTO EM VEZ DE GOLEADA MAIS TRÉS RUMO AO 39

 


"Benfica 3 - 2 Farense

De certeza que não sou só eu a achar que o Benfica atravessa o melhor momento da época. Em Barcelos, num campo onde os rivais tropeçaram, voltou a fazer um bom jogo, dominando do princípio ao fim.
O Farense empatou na Luz num dos melhores jogos que fizemos em casa na época passada - lembram-se? Todo o cuidado é pouco.
Bruno Lage voltou a rodar jogadores. É mais um sinal de que a equipa está bem: muda jogadores, mantém o sistema, a produção não cai. E temos o Renato no onze! Carrega BENFIIIICAAAAAAA!!!

VAMOS AO JOGO
06 fdx, que grande jogada! Já tínhamos ameaçado, agora foi a sério: AK-TUR-KO-GLU!!! Está de regresso aos golos e as boas exibições.
15 pressão, eles não saem dali de trás, gosto disto. Aursnes, então, vocês sabem, enche-me as medidas - é a extensão do Lage em campo.
23 PA-VLI-DIIIIIIIIS! Mesmo à ponta-de-lança! Craque, e eu acabadinho de dizer que o grego tinha que marcar hoje. Já está!
25 o Ricardo Velho tem uma estampa física que não é brincadeira. Garantem-me que é portista doente. E então?
30 o Trubin a mostrar que está cá para alguma coisa. Não é só o Ricardo Velho. Bela defesa a sair aos pés do avançado do Farense. A não deixar que o marcador mostrasse injustiça no resultado.
40 Renato numa posição que não é a sua tem estado bem, a simplificar, de primeira, sem grandes correrias, bom regresso. Que seja para continuar.
43 mais uma paragem cerebral na nossa área: dois-um. Acho que abrandámos depois do segundo golo...
54 que jogada do crl! Pavlidis a assistir o Akturkoglu! Estão em grande! Aprecio muito a forma como o Lage tem gerido estes dois: o resultado está à vista.
57 mais outra jogada linda a merecer golo do Aktur. Que jogo do turco! 60 estes árbitros a marcarem faltas não tem descrição. Não há de a liga portuguesa ser a que tem a média mais alta de faltas por jogo da Europa.
63 bom golo deles, indiscutivelmente. Três-dois. Não dá para descansar...
68 tenho insistido nisto e volto a insistir: o que anda a trabalhar e a jogar o Kökcü. Não sejam injustos com ele, sff!
75 cuidado com o Farense...
77 obrigado Trubin! Voltaste a safar isto....
80 é tão fácil marcar faltas contra o Benfica. O jogo a pôr-se a jeito para eles e o Tozé Marreco a meter a carne toda no assador.
90 vá que são só mais 4
90+2 amarelo para o Trubin por queimar tempo. Tudo dito.
90+4 ACABOU! Vamos para o Dragão com 9 pontos de avanço e colados ao Sporting."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

quinta-feira, 3 de abril de 2025

BENFICA MENOS FRESCO DO QUE O FC PORTO NO DRAGÃO

 


Haverá 72 horas (3 dias) de recuperação entre as equipas. Numa fase tão adiantada da temporada, com todo o desgaste físico acumulado, os tempos de descanso são cruciais. Questiona-se, assim, o critério por trás da decisão de o Benfica ter marcado o jogo em atraso (com Gil Vicente, por sua iniciativa adiado e que empurrou o do Farense para ontem) para a semana anterior ao do FC Porto.

Com Sporting e Benfica empatados, em pontos, no topo da Liga de futebol, a jornada que se segue (28 de 34), que inclui o clássico entre o 3.º classificado (a 9 pontos do duo da liderança) FC Porto e o Benfica e o duelo entre os líderes leões (em vantagem no confronto direto com as águias) e SC Braga (4.º classificado em igualdade pontual com os dragões) tem grande importância. Desde logo, no que mais interessa, a corrida ao título de campeão.
E na iminência de uma partida de exigência máxima, o Benfica defrontará o FC Porto no Estádio do Dragão com um pouco mais de metade do tempo de recuperação do adversário. Os encarnados jogaram ontem com o Farense e os azuis e brancos no domingo com o Estoril. Haverá 72 horas (3 dias) de recuperação entre as equipas. Benfiquistas terão aproximadamente 92 horas até ao apito inicial na Invicta contra 164 (uma semana) dos portistas.
Numa fase tão adiantada da temporada, com todo o desgaste físico acumulado - que tanto se debate por ser excessivo, causador de lesões e abaixamento do rendimento de jogadores e equipas -, os tempos de recuperação são cruciais, significando diferenças de frescura aos jogadores mais importantes, mais vezes titulares, e os mais sobrecarregados.
Questiona-se, assim, o critério por trás da decisão de o Benfica ter marcado o jogo em atraso (com Gil Vicente, por sua iniciativa adiado e que empurrou o do Farense para ontem) para a semana anterior ao do FC Porto. Não haveria data mais adequada? Entre 13 (Arouca) e 19 de abril (V. Guimarães)? Se sim, nada o justifica...
Ricardo Jorge Costa, in a Bola