domingo, 28 de junho de 2015

A ÉTICA E O "FAIR PLAY" É UMA TRETA

Bruno de Carvalho contratou Jorge Jesus apesar de saber que Marco Silva é o

 treinador Sporting, clube que, neste momento, tem dois treinadores, um que

 vai entrar e outro que não saiu, dando-se o caso, como ontem explicou o

 presidente da Associação Nacional da classe, em declarações à Renascença,

 que, por imperativo regulamentar, enquanto Marco não sair, Jesus não pode

 entrar... pelo menos como treinador principal.

Ao assumir o compromisso com Jesus, o presidente leonino sabia que tinha este

 nó por desatar e tem-no tentado à sua maneira: primeiro, esgrimiu o

 expediente de despedimento por justa causa, devido a uma troca de fatos;

 depois, provavelmente pouco entusiasmado com a argumentação jurídica,

 avançou para o mútuo acordo, sugerindo um pagamento em dinheiro que a

 outra parte até aceitaria desde que ficasse com o caminho livre para prosseguir

 a construção da sua carreira. Negativo, porém, dado o presidente leonino

 propor-se liquidar apenas o correspondente a um terço do resto do contrato e

 reclamar o direito de controlo sobre a vida de quem quer despedir, tendo José

 Pereira, rosto da ANTF, utilizado engraçada expressão metafórica para traduzir

 inusitado comportamento, que, objetivamente, não tem graça nenhuma...

Ao assumir o compromisso com Bruno de Carvalho, Jorge Jesus sabia que Marco

 Silva era o treinador do Sporting e que ao aceitar substituí-lo estava a

 patrocinar uma relação nada saudável entre mestres do mesmo ofício. Sabia

 também que o assumiu sendo treinador do Benfica, que é quem lhe paga até 30

 de junho, apesar de estar já a trabalhar no Sporting, de aí só poder ser

 apresentado em julho para tornear o «pressuposto legal».

Jorge Jesus disse em tempos que o 'fair play' é uma treta. Sobre a ética não

 consta que tivesse dito alguma coisa, nem ele nem Bruno de Carvalho. Nem é

 preciso...

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