"110 anos de 'derby' são no mínimo merecedores de respeito. Que se cale quem não sabe estar à altura da história e que ganhe o melhor...
O Sporting - Benfica do próximo sábado, que pode ser a chave do título, insere-se num contexto bem mais vasto, uma história de 110 anos de rivalidade sem fim à vista. Os dois grandes clubes de Lisboa defrontaram-se pela primeira vez em Carcavelos, corria o ano de 1907 e a monarquia portuguesa vivia o reinado de El-Rei D. Carlos, que seria assassinado no Terreiro do Paço precisamente dois meses depois desse jogo.
De então até hoje, leões e águias fizeram a expansão nacional de bicicleta, levados pelas pedaladas de Trindade e Nicolau e mais tarde foram transportados pelos emigrantes até aos quatro cantos do mundo, ganharam adeptos nos países que um dos integraram o Império lusitano e vivem hoje como projectos profundamente enraizados numa sociedade que sem eles não se reconhece.
Ao longo da história de Sporting e Benfica, no futebol e não só, encontram-se exemplos de títulos ganhos e pedidos graças à acção do rival, do golo de Martins ao Belenenses que fez as águias campeãs, à derrota dos encarnados na Luz que deu o campeonato ao FC Porto, abrindo-lhe as portas da glória em Viena. As relações entre os históricos emblemas de Lisboa foram sempre marcadas pela tensão; e a maior parte das vezes pelo respeito. De alguns anos a esta parte, através de uma vulgarização do discurso, acompanhada por uma prática de judiciarização das querelas, a relação tem-se degradado sem que se vislumbre benefício para qualquer das partes. O tempo encarregar-se-á de devolver Sporting e Benfica à rivalidade normal, feita de dignidade e respeito. Entretanto, importará em vésperas de derby decisivo, tirar palco aos incendiários, abrindo portas a quem fará a diferença dentro das quatro linhas. É tempo de debater as estratégias de Jorge Jesus e Rui Vitória e os trunfos que podem ter escondidos nas mangas; de especular sobre as qualidades de Rui Patrício, campeão da Europa e de Ederson Moraes, o goleiro que o mundo inteiro quer; de ponderar qual é a liderança mais forte, de Adrien ou de Luisão; de antecipar a forma como Alvalade vai receber André Carrillo; de fazer votos para que Gelson e Rafa brilhem no derby; e ainda, claro está, de fazer contas à luta de goleadores entre Bas Dost e Jonas, numa passagem de testemunho da Bola de Prata. Tanta coisa boa para falar...
ÁS
Rui Vitória
Depois de uma má exibição em Moreira de Cónegos, que povoou de dúvidas o universo encarnado, o Benfica recebeu e bateu o Marítimo com clareza, mostrando argumentos de campeão. Equipa mais junta, circulação de bola segura e ausência de erros defensivos deixaram no ar uma ideia de melhoria na véspera de Alvalade.
(...)
Rei
Jorge Simão
A resposta que os arsenalistas deram às notícias que apontam para uma nova equipa técnica na próxima época foi bastante forte. Depois de um triunfo em Santa Maria da Feira, ficaram, no último sábado, provavelmente a onze metros de uma vitória sobre o FC Porto. Grande luta com os rivais de Guimarães pelo quarto lugar!
Tempo de andar com os nervos à flor da pele
«Se está aqui como adepto devia ir para outra bancada. Se está como membro do Governo é lamentável que se comporte assim..»
Pinto da Costa, Presidente do FC Porto
O que está em jogo é muitíssimo e verifica-se uma tendência em alguns protagonistas para sucumbirem à pressão. O líder do FC Porto não gostou que o secretário de Estado José Mendes tivesse celebrado o golo do SC Braga e mudou de lugar no camarote presidencial da pedreira. Até ao fim do campeonato, outras tempestades destas, num copo de água, vão assolar o território nacional.
A gesta do Mónaco em busca da glória
A recta final da temporada do Mónaco está a ser exigente a ponto de se pensar que quanto mais alta é a árvore, maior é o tombo. Para já, a equipa de Jardim está a lutar bravamente contra as dificuldades e, com a ajuda de Bernardo Silva e Moutinho, Radamel Falcao deu aos monesgascos um triunfo suado frente ao Dijon.
'Special One'
O Manchester United derrotou o Chelsea e isso não significa que vá ser campeão de Inglaterra, já que o título não deve fugir aos 'blues' de Stamford Bridge. No entanto, na saga privada de José Mourinho, ganhar ao Chelsea numa tarde de poupanças a pensar na Liga Europa não pode deixar de ser especial. Para nós, há uma realidade que não devemos subestimar: Mourinho assegurou um lugar na história do futebol inglês e tem direito a ver o seu nome ao lado dos maiores mitos da pátria do futebol. A vitoria de ontem foi apenas mais um passo nessa caminhada..."
José Manuel Delgado, in a bola
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