Gerir emoções dentro de campo não é tarefa fácil. São muitos os fatores que influenciam o estado emocional de um jogador e por consequência o de uma equipa, pelo que é essencial aprender a gerir os estados emocionais associados aos momentos do jogo. Se isto já não era tarefa fácil para alguns, com a introdução do vídeo-árbitro passou agora a ser um quebra-cabeças.
Vejamos alguns aspetos importantes: 1 – A ajuda da tecnologia é um sinal de progresso e evolução, só significa que estão a ser criadas ferramentas que permitem corrigir erros humanos. 2 – A tarefa desempenhada pelos árbitros não é simples e está sujeita a erros, que podem ditar o resultado. O vídeo-árbitro apresenta-se como uma ferramenta de auxílio, que serve o propósito de zelar pela verdade desportiva durante o jogo. 3 – Somos humanos, e tendencialmente resistimos a tudo aquilo que é novo e que exige adaptação. Gostamos de nos manter na nossa zona de conforto. Sair dela, aceitando a inovação e a mudança, exige uma nova aprendizagem.
A solução passa por um processo de aceitação e adaptação, como em tudo nesta vida. Primeiro estranha-se e depois entranha-se. Vários estudos indicam que, quanto mais rápida for a adaptação a uma nova realidade, maior flexibilidade o jogador terá em lidar com todas as implicações que daí advêm.
Sempre que estamos perante uma nova situação, que fazemos as coisas de outra forma ou temos novos pensamentos, estabelecemos novas ligações neurológicas, que por repetição passam a ficar programadas no cérebro e se tornam automáticas. Acredito que, passada esta fase de adaptação ao vídeo-árbitro, os jogadores ficarão mais competentes, os árbitros mais confiantes e, no final, os jogos serão mais justos e a vitória será daqueles que demonstraram as melhores capacidades dentro de campo.
Susana Torres, in Record
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