sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

QUANDO O TELEFONE TOCA


Tudo andou em segredo até há uma semana. E de repente saiu na imprensa que Marcos Chuva e Vera Barbosa tinham acusado três falhas no processo de localização no sistema de controlo antidoping. Tanto o Benfica como o Sporting saíram em defesa dos seus atletas, recorrendo a comunicados ou a declarações de responsáveis. Será que tudo ficou devidamente esclarecido?
Essa é naturalmente uma maneira de abordar a questão. Se a matéria fosse pacífica e não levantasse dúvidas, tudo bem. Mas há algo que convém ser esclarecido. Estamos a falar de temas muito sensíveis e de apurar responsabilidades. É fácil apontar o dedo ao sistema ou ao método que está em vigor. Há atletas que invocam que as brigadas da ADoP nem sempre os contactam quando não estão no local a essa hora, por uma questão de poucos minutos. Nem um simples telefonema para o atleta ou seu representante. Marca-se a falta e siga viagem.

Sabemos também que há atletas que têm um fuso horário diferente. Facilitam nas horas e no preenchimento burocrático dos dados. O profissionalismo mede-se em todas as vertentes. Se o atleta errou, deve ser penalizado; se a ADoP falhou no processo, deve ser acusada. Tudo deve ser claro: responder às perguntas olhos nos olhos, assumindo cada um as consequências. A partir de agora, os clubes têm de se precaver nos contratos: se o atleta não acusar doping, mas falhar três controlos, vai continuar a receber o mesmo subsídio durante o tempo em que estará castigado? E em que situação fica o clube se tiver uma baixa inesperada e perder um título nacional?
Norberto Santos, in Record

Sem comentários:

Enviar um comentário