segunda-feira, 7 de maio de 2018

ATÉ AO LAVAR DOS CESTOS É VINDIMA...


No Porto, adeptos felizes e comissionistas nem tanto. Parabéns às ilhas, Nacional e Santa Clara são boas notícias... e o Marítimo - Sporting?

Primeira palavra, neste espaço, para Nacional e Santa Clara, a insularidade a dar cartas na competitiva segunda liga e a garantir um espaço entre os maiores. Parabéns à Madeira e aos Açores e oxalá a descentralização possa frutificar no futebol português. Assim a centralização dos direitos televisivos possa vir a ser uma realidade, criando condições de igualdade que por agora não se verificam.
A seguir, felicitações ao FC Porto, que precisava de carimbar o título e nem teve de jogar para fazê-lo. É, olhando para o que aconteceu dentro das quatro linhas, um campeão justo, que superou dificuldades e teve o supremo mérito de criar um espírito de grupo coeso.
Sérgio Conceição é o mestre da obra, a jogada certa de Pinto da Costa, que falhou redondamente com Julen Lopetegui (treinador competente, como se vêm ao serviço da Espanha, mas que não percebeu nem o futebol português, nem o portismo), mas que teve um derradeiro feeling, ao resgatar o técnico agora campeão ao Nantes. O encaixe que o FC Porto garante na próxima época, na Champions, é significativo, mas provavelmente o aspecto mais importante tem a ver com a lição aprendida nesta temporada: comissionistas mais tristes, adeptos mais felizes...
E há, é claro, para animar a derradeira jornada, além da luta pela permanência (parabéns ao D. Aves, garantido na Liga e finalista da Taça), a luta entre Sporting e Benfica pelo eventual acesso à Champions. Tivessem os clubes portugueses outra ideia do negócio do futebol e não estaríamos perante esta desvalorização das nossas equipas nas provas da UEFA. Mas é evidente que o Marítimo - Sporting concita muita atenção, ganhando, creio, o estatuto de jogo mais mediático da 34.ª jornada. Não será difícil antever, a propósito desta partida no caldeirão dos Barreiros, uma feroz guerra de palavras ao longo da semana. Se calhar, de forma, até, emblemática, ou não tivesse esta época sido marcada por um terrorismo comunicacional como não memória, perante a complacência dos vários órgãos jurisdicionais da Liga e da FPF. Em tempo de lavar dos cestos, cada um fará a sua leitura da situação. Mas, em termos de vencedores e derrotados, apenas de uma coisa tenho a certeza. Perdeu o futebol, mais do que ganhou. E será que alguém se importa?

Ás
João Sousa
Depois de algumas desilusões em solo pátrio, João Sousa foi direito à glória, arrebatando o Estoril Open. Grande momento para o ténis português, embora seja difícil vislumbrar qualquer estratégia que prometa sustentabilidade. Mas regozijemo-nos com o sucesso de João Sousa, o maior do ténis luso. Amanhã será o que tiver de ser.
(...)
Rei
Rui Vitória
Boa resposta táctica no derby. E, na próxima jornada, a missão do Benfica é simples: vencer o Moreirense. Os encarnados, ficam, depois, à espera do resultado do Sporting nos Barreiros, para fazerem as contas do acesso à Champions. Neste momento, como classificar a temporada encarnada? Não foi um sucesso...

Alex Ferguson, um antes e um depois...
«Os meus pensamentos e orações estão consigo, meu querido amigo. Seja forte, chefe!»
Cristiano Ronaldo, jogador do Real Madrid
A frase de Cristiano Ronaldo foi replicada, nestes tempos de incerteza relativamente à saúde do icónico treinador, por muitos dos jogadores que cresceram à sombra de sir Alex Ferguson. Porque em Ferguson reside a essência do futebol, mais do que um jogo, uma filosofia. Com a saída de Wenger do Arsenal, será que estamos perante o fim dos dinossauros excelentíssimos?
Rolando, momento de bola de ouro
Um ano depois do lançamento de A Bola em Portugal o L'Équipe surgiu nas bancas gaulesas. E, pergunto eu, quantos jogadores tiveram, no L'Équipe, o mesmo destaque que o português Rolando recebeu depois do golo em Salzburgo, que projectou o Marselha para  a final da Liga Europa?

A atenção de Fernando Santos
Quando estou com o astral em baixo, vou ao YouTube e digito «Éder, França-Portugal». Sou remetido, de imediato, para aquele instante eterno do Stade de France, em que imagino que Éder ouviu o meu grito, a 50 metros, «Chuta, chuta!!!», e não é que chutou mesmo?, mandando Lloris às urtigas e abrindo caminho para um dia apenas comparável, em comunhão da portugalidade, ao primeiro de Maio em 1974 e à união por Timor, em 1999. Éder, para mim, merecerá sempre o benefício da dúvida, embora herói improvável, será sempre herói. No último sábado, alguns milhões de russos, adeptos do Lokomotiv, passaram a achar o mesmo que eu, ou não tivesse sido Éder a assinar o golo que valeu o título ao emblema moscovita. Por isso, valha o que valer, Éder, além de bom jogador também é um talismã poderoso. À atenção de Fernando Santos..."

José Manuel Delgado, in A Bola

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