"Da ficção sobre o actual momento leonino à realidade da estreia da Selecção Nacional no Campeonato do Mundo da Rússia-2018
Bruno de Carvalho está inconsolável. Hoje, as televisões, as rádios e os jornais entenderam - vá lá saber-se com que inconfessáveis razões - que a Selecção portuguesa e o seu jogo de abertura do Mundial, com a Espanha, era mais importante do que ele. Pior a Selecção ainda é um desígnio colectivo, uma bandeira da Pátria. Pior é ser ultrapassado e humilhado pelo esplendor de uma individualidade. Cristiano Ronaldo, um madeirense que a única coisa boa que teve até agora foi uma caricatura com uma cara um bocado parva. Em resposta a esta afronta, Bruno pondera promover, esta tarde, uma conferência de imprensa na Gulbenkian para atacar o que considera ser «esta inqualificável escolha editorial» que o suspenso presidente considera contrária aos superiores interesses do Sporting.
Segundo fontes dignas de crédito, também o Conselho Directivo leonino, depois de ter reunido de emergência numa cabina telefónica da zona de Alvalade, decidiu estudar a possibilidade jurídica de avançar com a criação de uma comissão transitória para dirigir a Federação Portuguesa de Futebol, a fim de proibir a realização de qualquer jogo de Selecções, oficial ou não oficial, que possa contribuir para desfocar a atenção dos sportinguistas espalhados pelo mundo.
Instado a pronunciar-se sobre o facto da FIFA e da UEFA nunca virem a autorizar tais propósitos, o líder leonino twittou no seu buncker: «O presidente do Sporting nunca reconhecerá legitimidade em quem não foi votado, convocado ou nomeado por ele ou pela doutora Elsa».
Entretanto, A Bola sabe que o inquietante e prolongado desaparecimento do, antes, inesgotável director de comunicação, Nuno Saraiva, se deve ao facto do indefectível brunista estar, há meses, em Washington, incumbido de uma missão tão específica quanto secreta: preparar uma complexa cimeira entre os dois mais fortes líderes do mundo: Donald Trump e Bruno de Carvalho.
Aguarda-se, com natural curiosidade, o teor da agenda, mas fontes próximas da administração americana falam da possibilidade de vir a ser considerada a hipótese de ambos os líderes trabalharem em conjunto um bloqueio económico e militar que obrigue à desnuclearização do Estádio da Luz e ainda a proclamação de um impedimento universal de actividade profissional a Cristiano Ronaldo, por manipulação e monopolização do interesse dos portugueses, em manifesto prejuízo dos superiores interesses do Sporting e dos Estados Unidos.
Nota Importante: Este é um texto de pura ficção. Qualquer ponto comum com a realidade é, apenas, mera coincidência.
Portugal, como certamente terão visto no frenético jogo com a Espanha, voltou a ser Cristiano e mais dez. O Homem deu cabo da Espanha inteira e desde o D. Afonso Henriques que não aparecia português mais destruidor. Bem pode o meu querido amigo Pereira Ramos levar uma vida de monge, na laboriosa missão de provar aos espanhóis que os portugueses são fixes, que aparece sempre um CR7 e lhe dá cabo de anos e anos de trabalho meritório.
Curioso: nem todos os espanhóis levaram a mal o hat trick do português, dado que o melhor do mundo destroçou o fisco espanhol que, se soubesse antes o que se passou depois, teria ordenado Cristiano Ronaldo a vinte anos de prisão ou, em alternativa, ao degredo definitivo.
Agora, Messi vai ter um trabalhão para fazer melhor. Não vai ser fácil. Pelo que parece, o pequeno génio argentino está em crise e não consegue ganhar a Ronaldo, nem ao fisco espanhol. Podem dizer-me que é cedo para cantar vitória, que ainda vem aí aquele Marrocos que nos lixou no México e aquele Carlos Queiroz que nos lixou na África do Sul, mas haja esperança. O presidente já disse que tem bilhete e hotel marcado para Moscovo.
O regresso de Alcochete
As anunciadas rescisões de contrato no Sporting, a serem irreversíveis, podem causar danos arrasadores para o futuro, a médio e curto prazo, ao futebol profissional dos leões. O problema, para os novos responsáveis, que vierem ter a coragem de gerir o clube, coloca-se no campo jurídico (tentar reverter alguns casos e cuidar de justificar as maiores indemnizações possíveis) e no campo desportivo (criar condições para uma equipa de futebol digna). Incontornável será, sempre, o regresso à fonte essencial: Alcochete.
(...)"
Vítor Serpa, in A Bola
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