sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

ARTISTAS DE VARIEDADES


"Ao contrário do que se apressou a dizer o sempre optimista presidente da Liga de Clubes, esta última edição da Taça da Liga não foi uma desta. Foi uma farsa.
Uma final SC Braga- Benfica foi transformada num pálido e envergonhado Sporting - FC Porto. E quando temos dois finalistas que não mereciam estar na partida decisiva, quando temos uma final de aviário, a credibilidade da competição fica dramaticamente comprometida.
Infelizmente, estas coisas não são novidade. Durante décadas, uma mesma equipa foi empurrada para as vitórias por um sistema corrupto e cobarde. Penáltis-fantasmas, golos fora-de-jogo, bolas que entraram e não contaram, de tudo aconteceu um pouco, nas Antas, na Luz e em qualquer local onde se tenha disputado um FC Porto - Benfica em toda a década de noventa e suas franjas. Fortunato Azevedo, Calheiros, Donato Ramos, António Costa, Benquerença e Proença (ele mesmo) são nomes que ainda nos fazem sentir náuseas.
Qual a novidade? É que então, não havendo VAR, poderiam sempre escudar-se nos tradicionais 'não vi', 'tinha o ângulo tapado', 'o lance foi muito rápido', etc. Fechados numa sala, com vários ecrãs de televisão diante de si, e minutos a fio para ver o rever os lances de dúvida, torna-se impossível aceitar qualquer justificação para erros como os que vimos na semana passada.Seria útil ouvir os árbitros no final dos jogos. Se todos os protagonistas são obrigados a tecer considerandos sobre o que se passou em campo, porque é que os Fábios Veríssimos deste futebol podem calar-se, assobiar para o lado, e rir-se de nós, depois de virarem um jogo de pernas para o ar?"

Luís Fialho, in O Benfica

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