domingo, 10 de março de 2019

“FAZER DE CADA JOGO UMA FINAL"


FUTEBOL
O treinador dos águias anteviu a receção ao Belenenses e apontou a um “desafio muito interessante” e onde o Benfica se tem de apresentar ao “melhor nível”, pois a meta é clara: vencer a primeira das dez finais que faltam na Liga NOS…
O treinador do Sport Lisboa e Benfica, Bruno Lage, fez a antevisão, em conferência de Imprensa, no Caixa Futebol Campus, à partida referente à 25.ª jornada da Liga NOS, com o Belenenses SAD, agendada para as 20h15 desta segunda-feira, no Estádio da Luz. Vem aí mais uma semana de exigência máxima, com três jogos, mas o técnico está confiante na resposta da equipa. A partir de agora, são dez as finais que faltam!
Que adversário espera amanhã (segunda-feira)?
“É um adversário que nos venceu na 1.ª volta, e isso, por si só, revela a sua qualidade. É uma equipa com boa organização e com uma vontade enorme de jogar bem e ter a bola. É uma equipa muito competente, com bons jogadores, bom treinador. Vai ser um desafio muito interessante e para vencermos temos de estar ao nosso melhor nível.”
Confirmado que Seferovic não está disponível e não vai a jogo, vai colocar Jonas no seu lugar? O Benfica vai ter de mudar a sua forma de jogar?
“Independentemente do sistema ou não, quando se troca de jogadores temos de viver daquilo que eles oferecem às dinâmicas da equipa. Não vou dizer quem vai jogar, mas o mais importante é o que nós construímos enquanto equipa e depois tentar potenciar ao máximo o que cada jogador oferece a essa mesma dinâmica e ao coletivo. Estamos preparados para tudo e isso faz parte do nosso trabalho. Em função do jogo e da estratégia, quando definimos um onze o objetivo é procurar o que fazemos coletivamente e o que cada um oferece ao coletivo.”
Já fez a análise do que correu menos bem na Croácia? O que é que o Benfica não deve fazer para não acontecer o que aconteceu em Zagreb?
“Fazemos sempre a análise, a ganhar e a perder. Ouvi várias situações, em que disseram que nos faltou largura, profundidade, isto ou aquilo. Senti que o que tentámos fazer de início, as nossas ideias, foi procurar o jogo interior, porque tínhamos a ideia de que iria surgir uma forte pressão nos nossos dois médios de construção. Colocando dois médios por dentro, para jogar junto ao médio adversário, porque joga em 4x3x3, ou seja, 1x2, poderíamos ter espaço para jogar, mantendo a largura, com o Corchia à direita e o Grimaldo à esquerda, e o ataque à profundidade com dois avançados. Conseguimos fazer isso até aos 30 minutos, com o resultado em 0-0 e com a melhor oportunidade do nosso lado. A partir daí, com a saída do Seferovic por lesão, as coisas mudaram. Tentámos mudar, criar outro tipo de dinâmicas, que infelizmente não resultaram. O adversário chegou ao golo a partir de um penálti, falha nossa. Fica a boa intenção de nós tentarmos fazer as coisas como temos vindo a fazer até aqui. Já nos aconteceu isto no passado, fizemos a nossa análise, seguimos em frente e é esta a nossa vida.”

Jorge Jesus disse este domingo que o Benfica tem todas as condições para chegar à final da Liga Europa. Concorda?
“É a opinião de um grande treinador, experiente, que já ganhou muito. Eu ainda estou a começar e, como tal, vou fazer o meu caminho e o meu caminho tem sido desde início jogo a jogo, treino a treino e fazendo a melhor gestão possível do plantel.”
Como tem sido feita a gestão de Jonas?
“Partem do princípio errado. O Jonas mantém o mesmo estatuto, de imprescindível, agora, nós temos é de fazer gestão, e a gestão do Jonas é igual à gestão dos outros jogadores. Quando sentimos que pode jogar, joga, quando sentimos está no banco e pode jogar, joga, quando sentimos que não deve jogar, não joga. É igual à gestão do Félix e do Jota. É a gestão diária.”
Tendo em conta que não tem sido titular, tem jogado, mas pouco, acredita que Jonas pode jogar os 90 minutos?
“Sim, por que não? Da maneira como todos treinam… Houve já vários exemplos de jogadores que estiveram fora, fora do jogo, fora da convocatória, e de repente passaram a jogar 90 minutos regularmente. Dou o exemplo do Samaris, que há imenso tempo não jogava e passou a jogar. O mais importante é os jogadores estarem preparados para jogar, treinarem bem para jogar e quando forem chamados marcarem presença. O Gabriel também não jogava há algum tempo e passou a jogar…. O Félix a mesma situação. Por isso é dou muito valor à forma como se treina e como se preparam os jogos quer ao nível individual, quer coletivo."
Vem aí mais uma semana de três jogos. Pela exigência de jogos, vai ser uma semana diferente ao nível da preparação?
“Não! Tem sido assim desde o início da minha chegada. Nunca tivemos uma semana completa, de domingo a domingo. Houve um período de cinco dias em que pudemos treinar a seguir à meia-final com o FC Porto e agora 4 ou 5 dias… A consequência tem sido sempre essa. Dá muito trabalho porque gostamos de fazer uma análise muito detalhada do nosso jogo, que é o mais importante, a foram como jogamos e como queremos evoluir, e depois também ter uma perspetiva daquilo que é o Belenenses. Neste espaço, entre o jogo do Dínamo e o dia de hoje, já vimos o nosso jogo e quatro jogos do Belenenses. É o nosso trabalho, independentemente dos dias que temos, tem que ser feito. Estamos a dar o melhor de nós, toda a gente, para que as coisas se concretizem. Isso é o mais importante!”
Mudou alguma coisa por o Benfica ter passado para a frente do Campeonato? Sente que o Benfica é neste momento mais favorito, olhando até para o calendário que falta?
“Não senti grande diferença. Após a nossa chegada (Zagreb), e depois do natural efeito de uma chicotada, temos que ser os primeiros a puxar o ânimo da equipa para cima. Conseguimos isso de forma instantânea e senti-o no treino e nas dinâmicas. Tenho sentido a mesma alegria, determinação e atitude no treino. Relativamente ao calendário, são dez jogos que ambas as equipas têm. Incluo também aqui o Braga e o Sporting. São dez jogos e há muitos pontos em disputa. Há um fator que podem não perceber, mas que nós deste lado levamos muito em consideração, que é os dez jogos finais. Por vezes, as equipas que aparentam ser mais acessíveis são as que trazem mais complicações porque entramos numa fase decrescente. As equipas que estão a lutar pela sobrevivência, estão a lutar pela vida, e isso traz uma motivação extra de conquistar pontos. Os pontos que não se conquistam na primeira volta, há espaço suficientemente para os conquistar na segunda volta. Aqui não, não há mais espaço! Vão ser mais dez jogos muitos competitivos e todas tem de estar ao seu melhor para vencer. E é isso que nós pretendemos! Queremos fazer de cada jogo uma final, com enorme determinação de conquistar os pontos e chegar ao final destes dez jogos mantendo esta posição.”

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