"O Benfica é mais do que um importante líder nacional", enfatizou Domingos Soares de Oliveira. Presente na apresentação do relatório CEO Survey 2019 da consultora PWC, o administrador executivo abordou os novos desafios (entre os quais a eventual criação de uma Superliga europeia) colocados pela mudança no futebol do Velho Continente.
Domingos Soares de Oliveira, administrador executivo da SAD do Benfica, esteve, na tarde de quinta-feira, na apresentação do relatório CEO Survey 2019 da consultora PWC, em Lisboa.
A captação e retenção de talentos, os ciberataques e a importância da mão de obra foram alguns dos temas dominantes no evento, que decorreu no Palácio Sotto Mayor.
Domingos Soares de Oliveira, administrador executivo da SAD do Benfica, esteve, na tarde de quinta-feira, na apresentação do relatório CEO Survey 2019 da consultora PWC, em Lisboa.
A captação e retenção de talentos, os ciberataques e a importância da mão de obra foram alguns dos temas dominantes no evento, que decorreu no Palácio Sotto Mayor.
O CEO do Grupo Benfica, cuja boa gestão foi mais uma vez reconhecida, explicou à BTV os horizontes próximos do Clube num mundo tão competitivo como é o do futebol profissional.
"Encaramos diferentes tipos de desafios. Temos um desafio a nível nacional em que já conseguimos otimizar muito o nosso modelo de negócio, e hoje temos muito boas receitas do ponto de vista de bilhética, de patrocínios, a nível de corporate... Se tivéssemos uma lógica apenas de clube que disputa as competições nacionais, eu estaria extremamente confiante relativamente àquilo que é o futuro, mas a verdade é que, cada vez mais, a tendência daquilo que se perspetiva a nível de UEFA e da vontade de todos os clubes europeus é que haja muito mais competições a nível internacional e com um novo ou com um diferente modelo da Champions, eventualmente, se pode garantir que haverá mais jogos a nível europeu", referiu Domingos Soares de Oliveira.
"Quando esse desafio se coloca ao Benfica, o Clube não pode fugir às suas responsabilidades no sentido de conseguir ter a melhor prestação possível em competições europeias. Tem de continuar a haver por parte do Benfica um crescimento das suas receitas que permita atrair e reter mais talento. Tem de continuar a haver também uma seriedade cada vez mais forte do ponto de vista de dotar as suas equipas com jogadores, sejam eles da formação ou não, que sejam capazes de competir a um nível mais alto e a mentalidade que se tem de incutir dentro do Benfica como organização é que hoje somos um importante player europeu e não apenas um importante líder nacional", reforçou.
Com uma Europa em mudança, o Benfica está atento. "Vai haver uma Superliga Europeia no modelo fechado porque efetivamente o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, já abordou isso. Para os clubes mais importantes do planeta do ponto de vista do seu negócio (serão talvez 12 clubes), naturalmente que este é o modelo que preferem, porque no modelo em que houver mais competições europeias também haverá certamente mais receita."
"Para os clubes mais pequenos, que não é o nosso caso, é uma oportunidade interessante, porque haverá mais clubes a disputarem mais competições europeias mesmo num formato regional, dentro de uma região que pode ser a Escandinávia, os Balcãs, os países anglo-saxónicos... Haverá aqui determinados modelos que podem ser definidos e agradam a todos", acrescentou.
"Para os clubes da dimensão de um Benfica, de um Ajax, de um Zenit, de um Anderlecht, efetivamente é um desafio importante; é o desafio de dizer se somos efetivamente parte dos 30/32 clubes grandes ou se somos parte dos clubes que vêm a seguir. Seremos sempre parte do projeto europeu, e é este o desafio que é simultaneamente uma oportunidade, porque a ambição de todos é podermos disputar mais jogos a nível europeu. Se não formos capazes de encarar isto da maneira mais rigorosa possível e mais profissional, podemos ficar fora do comboio. Vivemos num mundo de alguma incerteza, mas em que acredito que o Benfica tem todas as condições para continuar como tem estado ao longo dos últimos dez anos, colado ao pelotão da frente", enfatizou.
Para se manter colado a esse mesmo pelotão, o Benfica tem uma estratégia bem definida. "Quando o presidente Luís Filipe Viera arrancou, nos primeiros cinco, seis, sete anos, nós não tínhamos nenhum talento oriundo da formação porque a formação praticamente era inexistente e um projeto de formação demora. Ainda agora recentemente disse isso a um presidente de um clube grande europeu, que a formação demora cerca de dez anos a produzir sucesso. Houve uma fase em que era preciso fazer aquisição pesada, do ponto de vista de valor, de talento para dentro do Benfica", contou Domingos Soares de Oliveira.
"À medida que o projeto da formação, que se iniciou basicamente com a construção do Caixa Futebol Campus em 2007, começou a produzir resultados, já pudemos ter uma redução dos nossos investimentos em jogadores talentosos oriundos de fora e fazer um mix entre o talento do Seixal e do talento que vem de fora. A realidade é que hoje, se é verdade que os salários aumentaram significativamente, também é verdade que as amortizações por força da aquisição de passes estão a descer, portanto haverá menos investimento lá fora. Na minha opinião é um investimento que não desaparecerá, mas terá de ser cada vez mais cirúrgico. Haverá uma emergência de talento, não será todos os anos que teremos João Félix, Rúben, Ferro, Gedson Fernandes e por aí fora, mas temos efetivamente uma visão que não pode ser uma visão só para o ano que vem. Tentamos ter sempre uma visão com seis, sete anos de distância, que nos permita acreditar que em determinados momentos o talento oriundo de baixo é suficiente para complementar determinadas posições, e noutras alturas teremos de ir buscar jogador A, B ou C fora, porque nessa altura em concreto não há um talento a emergir", concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário