"Todas as oportunidades são boas para homenagear Fernando Albino Sousa Chalana. E hoje, às 18 horas, haverá mais uma, com a apresentação do livro “Chalana, a Vida do Génio”.
Da autoria de Luís Lapão, com colaboração do departamento do Património Cultural do Sport Lisboa e Benfica do qual o autor faz parte, com prefácio do consagrado escritor e jornalista Mário Zambujal e publicado pela editora Prime Books, parceira oficial do clube, este livro conta com testemunhos de familiares, amigos e colegas de Fernando Chalana, além do antigo jogador.
A obra versa sobre a vida do Pequeno Genial, como um dia Chalana foi apelidado por José Neves de Sousa, então jornalista do extinto Diário de Lisboa, tornando-se alcunha por tão bem assentar ao fantástico jogador do Benfica e da Selecção Nacional. A carreira do futebolista e técnico é escalpelizada ao longo do livro, com enfoque nos primeiros passos de Chalana enquanto jogador. Do despertar do gosto por jogar à bola ao estrelato, nada foi ignorado, permitindo-nos ficar a conhecer melhor aquele que tantos idolatram.
Chegou ao Benfica aos 15 anos, e aos 17 anos e 25 dias de vida tornou-se, então, no mais jovem de sempre a atuar numa partida do Campeonato Nacional, o que lhe permitiu ser campeão pela primeira vez nessa temporada (1975/76). Apesar da tenra idade, a participação em dois jogos não surpreendeu quem acompanhava os jogos dos Juniores, nos quais Chalana, com exibições magistrais repletas de jogadas extraordinárias, já despertara a atenção de muitos benfiquistas.
Na época seguinte, em que voltou a conquistar o título nacional, já era figura de proa da equipa, correspondendo às enormes expectativas em si depositadas e preenchendo o vazio que um certo sentimento de orfandade provocado pela saída, em final de carreira, de António Simões deixara entre os benfiquistas, não só relativamente à posição de extremo-esquerdo, mas também quanto à capacidade de um jogador de, pela genialidade que emprega nas suas ações, fazer sonhar todos os que têm o privilégio de o ver jogar.
Até à transferência para o Bordéus – por um valor recorde e que pagaria as obras do fecho do terceiro anel do antigo Estádio da Luz – após formidáveis exibições no Campeonato da Europa de 1984, realizado em França e em que Portugal foi o terceiro classificado, Chalana marcaria um período da vida do Benfica, notabilizando-se pelas fintas desconcertantes, pela inteligência refinada que colocava nos lances em que participava, por ter contribuído decisivamente para vários títulos e por ter sido muitíssimo admirado por todos os que acompanharam a sua carreira, incluindo colegas de equipa e adversários.
Em França, acometido por vários problemas físicos, não obteve o sucesso que todos lhe auguravam, regressando ao seu Benfica a tempo de acrescentar títulos ao pecúlio obtido anteriormente. Foi campeão nacional seis vezes e ganhou duas Taças de Portugal, duas Supertaças e três Taças de Honra e fez parte de três equipas finalistas europeias, marcando uma era do futebol português, sendo idolatrado por várias gerações e considerado, por muitos, um dos melhores jogadores de sempre do Benfica.
Viria ainda a representar brevemente Belenenses e Estrela da Amadora, colocando um ponto final na carreira aos 33 anos apenas, sem, no entanto, abandonar o futebol. Integrado em diversas equipas técnicas das camadas jovens benfiquistas, inspirou centenas de aspirantes a futebolistas, incluindo Bernardo Silva, que frequentemente se lhe refere como uma das pessoas que mais o ajudaram e inspiraram a tornar-se profissional de futebol.
Todas as oportunidades são boas para homenagear Fernando Chalana. Porque merece. Porque é humilde. Porque maravilhou quem o viu jogar. E porque é daqueles que muito ajudaram a engrandecer o Benfica!"
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