segunda-feira, 29 de junho de 2020

DOIS LAGES NA MESMA MOEDA

"Quando um clube contrata um treinador.
Contrata uma ideia de jogo.´
Contrata um modelo táctico e posteriormente jogadores de acordo com esse modelo.
Contrata uma pessoa com um perfil e uma postura.
Mais ou menos agressivo nos diálogos com a imprensa.
Mais ou menos “atrevido” nas substituições e no risco que o jogo pede.
Tudo isso está bem patente.
Mais professor e estudioso ou ex-jogador e da velha guarda.
Aspas para todos estes termos que podem convergir.
O mercado tem de tudo.
O grande problema foi que Lage não estava no mercado.
Não se conhecia a forma nem o conteúdo. Lage era interino.
E como tal uma solução passageira para um clube que dava o campeonato como entregue. 
Surpreendeu tudo e todos.
Até ele se deve ter surpreendido.
E com resultados há paciência e há tempo.
Agora vamos ao outro lado.
Quando os adeptos veem a contratação de um treinador.
Esperam vitórias.
Ponto.
Não querem saber se jogam bem ou jogam mal.
Se a comunicação é assertiva.
Se falam bem ou mal.
Se as substituições são bem feitas ou não resultam.
Tudo isso pouco interessa para o adepto comum.
O adepto quer vitórias e títulos.
Quer ganhar.
Esqueçam o futebol bem jogado e as notas artísticas.
Futebol é para quem ganha.
Sempre foi.
E quem hoje dorme como herói.
Amanhã acorda como vilão.
Quando os treinadores não ganham.
Vem a magia e o feitiço da derrota.
A derrota transforma a educação em deselegância.
Transforma alguém que fala sobre tácticas e estratégias.
Em alguém que fala em almoços e favores.
O que quero explicar é o seguinte.
Não podemos esperar que Lage seja algo que não é.
Assim como Rui Vitória já não era.
Na hora da derrota.
Ser boa pessoa e bom pai de família vale o mesmo que ser parvo e órfão.
Já ninguém se lembra dos bebés de Lage.
Até porque os deste ano são embriões.
E os do ano passado já não são bebés.
E agora estão naquela idade que só fazem asneiras.
E lá está.
Este Pai não dá uma palmada quando é preciso.
E muito menos castigos.
É mais de conversa.
Lage só tem uma salvação.
E ela está a quatro pontos de distância.
E ele sabe disso.
Quem hoje o assobia e pede a sua saída.
Vai aplaudir e pedir a sua permanência.
E isso amigos.
Não se chama ingratidão.
Tem outro nome.
Chama-se futebol."

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