"Em situações normais não aprecio particularmente a expressão que dá título a estas linhas. Entendo que uma conquista é uma conquista, e que cada troféu vale por si próprio, engrandecendo o clube que o alcança. Mas se Ortega y Gasset dizia que um homem é ele próprio e as suas circunstâncias, também não será descabido afirmar que uma Taça é ela própria e as suas circunstâncias. Ora, o Benfica vem de um campeonato traumático, que no início da segunda volta parecia mais ou menos bem encaminhado, e acabou tristemente entregue a um adversário com enormes fragilidades no plano institucional e financeiro. Digamos que, se há campeonatos mal perdidos, este foi um deles. E sejamos honestos: neste contexto, ganhar a Taça de Portugal não significa transformar esta numa época triunfante. Isso infelizmente já ficou fora de causa.
Recordo-me de Taças de Portugal com outra envolvência, que concretizando saborosas 'dobradinha', quer, por exemplo, a de 2004, que festejámos quase como se de um campeonato se tratasse. Então não conquistávamos qualquer troféu havia vários anos (passado de que alguns parecem ter-se já esquecido, o que não deixa de ser bom sinal), e aquela vitória simbolizava muito mais do que uma simples Taça. Não é o caso.
A final de Coimbra será, pois, uma oportunidade de salvação. De salvação de uma época que começou muito bem (com a Supertaça) e que, com mais um troféu, ainda pode acabar em sorrisos. Não de modo triunfal, como felizmente temos sido habituados, mas com a dignidade e a frescura de espírito necessárias para que a próxima temporada venha a ser bem diferente para melhor."
Luís Fialho, in O Benfica
Para ganharmos, Veríssimo e os nossos jogadores têm de ter em mente que vão enfrentar inimigos, que vão entrar raivosos e dar porrada, jogando com o beneplácito do árbitro e do Var amigos, que estão fartíssimos de nos roubar. É de uma batalha que se trata, e uma batalha só pode ser vencida por guerreiros que não viram a cara à luta, que não têm medo dos adversários, dos árbitros e do Var, e que dão tudo o que têm para dar em campo. É de coragem, de raça, de chama imensa e de muito espírito de sacrifício, além de competência e de uma grande concentração nos noventa e tal minutos, que necessitam para vencer a 27ª Taça de Portugal. Deem-nos isso! Acreditamos em vocês.
ResponderEliminarEu não me esqueci desse passado. Nem daquele em que o Benfica não era réu.
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