"A convicção é de Jorge Jesus, que garantiu também um Benfica a jogar três vezes mais.
Para tal, garantidamente que não bastará apenas trabalho do treinador encarnado, mesmo que este mantenha a excelência de sempre. O nível individual do Benfica decresceu significativamente desde o tempo em que Jesus era o treinador, e tendo em conta a forma e as características específicas com que Jesus olha para cada jogador para integrar o seu modelo, percebe-se que estará o Benfica longe de proporcionar ao seu treinador as opções ideais.
A ida ao mercado é garantida, mas quantos poderão ser mesmo adquiridos, em função da “saúde” financeira do clube, e quantos terão de ser aproveitados?
Um possível 11:
Odysseas. Até pela própria estatura, o grego não é o tipo de guarda redes que Jesus aprecia. Contudo, por tantas posições por preencher, e depois de uma temporada globalmente positiva, melhor até que a do título, o grego deverá ser o guarda redes do Benfica em 20/21.
André Almeida. Com Jorge Jesus foi sempre uma opção aos habituais titulares. Contudo, está dentro do processo, conhece bastante bem as ideias do seu treinador e denota competência defensiva importante. Com a exigência própria de Jesus deverá apresentar-se a nível mais alto, e provavelmente só na segunda temporada o Benfica investirá na posição de lateral direito.
Rúben Dias. O central já é uma referência nacional na posição. Jogador de selecção portuguesa tem a competência defensiva necessária, bem expressa nos movimentos, posicionamentos e forma como utiliza o corpo. É um porto seguro na defesa do Benfica e deverá manter a posição, desta feita ao lado de quem possa acrescentar.
Central – Contratação. Garay / Cabrera / Koch? A chegada de um central de nível indiscutível é uma obrigatoriedade. Muito provavelmente chegarão até dois. Um para acompanhar Rúben Dias, outro que possa ser a primeira opção à dupla titular. É esperado nada menos que um jogador de grande dimensão física, técnica e táctica, que possa ser um indiscutível não apenas no Benfica mas também na Liga. Se atrás se colocam os pilares que sustentam toda a obra, a chegada de defesas centrais é uma obrigatoriedade.
Grimaldo. Tal como André Almeida e Odysseas, o espanhol está muito longe de ser o jogador que Jorge Jesus idealiza na posição. Baixa estatura, débil nos duelos defensivos, sejam no ar ou no solo, não tem também presença defensiva na protecção à baliza em situações de cruzamento. Porém, tem uma qualidade inegável e indiscutível no momento ofensivo, e porque será ai que o Benfica impactará grande parte das partidas, dificilmente passará pela posição de Lateral Esquerdo a revolução. Pelo menos no primeiro ano de Jesus, tendo em conta necessidades muito mais urgentes no meio campo ofensivo.
Florentino. Competência defensiva extraordinária, à excepção do jogo aéreo que Jesus tanto valoriza na posição 6, para que equilibre o centro da defesa em situação de cruzamento, ou quando central sai na bola, Tino tem todos os traços pretendidos para a posição. Capacidade de recuperação da bola assombrosa, cadência de passada elevadíssima que lhe permite chegar rapidamente atrás para auxiliar última linha, é um dos que mais promete valorizar-se e tornar-se um jogador de eleição com o novo treinador.
Weigl. Falou-se de Gerson, um jogador mais completo tendo em conta as ideias próprias de Jorge Jesus para a posição 8, mas o brasileiro parece inacessível ao “bolso” encarnado. Tendo em conta a qualidade do alemão, não é expectável que o Benfica use recursos financeiros quando tem no próprio plantel quem possa crescer na posição e tornar-se bastante mais competente. Com um conforto e critério elevadíssimo em posse, a Weigl faltará comer metros em condução provocando desequilíbrios ofensivos pelo corredor central como tanto Jesus gosta (recorde Gerson, Witsel, Enzo e até Adrien Silva), mas tem as características técnicas e físicas para ser moldado e atingir um rendimento de alto quilate.
Ala Direito – Contratação. Cebolinha? Sem um único jogador no actual plantel capaz de trazer velocidade, verticalidade e rupturas tão apreciadas e tão necessárias na posição, ainda para mais quando o lateral também não tem tais traços, o reforço da posição torna-se obrigatório. O mais próximo que há em casa é Tiago Gouveia, mas o jovem ainda passará pela Equipa B antes de poder ser opção para Jesus. Para ala direito o Benfica terá de encontrar no mercado um jogador que seja verdadeiramente diferenciado capaz de criar, finalizar, mas também dar-se às tarefas colectivas da equipa, fechando espaços e participando defensivamente. Um perfil técnico elevado mas também físico.
Ala Esquerdo – Rafa Silva. Muito longe de ser a opção idealizada por Jesus, pela inépcia defensiva e dificuldades a definir de forma associativa em espaços curtos, o ideal seria uma transação que viabilizasse a chegada de um jogador mais próximo do que Jesus pretenderá. Um extremo capaz de servir em cruzamento a área adversária, veloz mas também com poder de finalização e definição no último terço. Ainda assim, permanecendo em Portugal e no Benfica, Rafa é um dos que tem potencial para aumentar bastante o seu rendimento se inserido numa equipa que lhe permita muitas possibilidades para iniciar criação.
Pedrinho. Poderá ser o segundo Avançado do Benfica, desde que bem enquadrado por Jorge Jesus que até já revelou que o ex Corinthians não o encanta partindo da ala. De drible curto eficaz, o dez da selecção olímpica canarinha tem argumentos técnicos para jogar nos espaços mais curtos, e ainda finaliza com eficácia. Denota também traços agressivos e disponibilidade defensiva que é sempre obrigatória em todos os jogadores do Modelo Jesus. Terá de crescer na decisão e na objectividade do seu jogo, mas quantos com potencial não já o fizeram sob a alçada do agora treinador do Benfica?
Ponta de Lança – Contratação. Cavani? Ainda que Vinícius se tenha sagrado o melhor marcador da Liga, a posição de avançado centro esteve sempre orfã de qualidade. Um ponta de lança que seja simultaneamente o primeiro jogador da equipa quando esta não tem bola, proporcionando condições para a tão amada pressão alta, e que ao mesmo tempo tenha recursos de finalizador dentro da grande área e capacidade para definir os lances em zona de criação, mesmo quando tem de servir os colegas. A chegada do Uruguaio seria um upgrade incrível numa posição onde só marcar golos já não é suficiente no futebol mundial. Comportamento defensivo e capacidade para servir os colegas é o que garante a toada do jogo e mais oportunidades para se chegar aos tais golos.
Posições como a de defesa direito, defesa esquerdo, guarda redes e extremo esquerdo precisarão também de retoques. Contudo, tendo em conta a qualidade vigente deverão ser tidas como menos prioritárias e muito provavelmente serão apenas alvo de reforços em outra janela de transferências. Afinal, é impossível em apenas uma transformar todo um plantel. A menos que sejas o Manchester City.
Na zona de criação muito possivelmente todos os jogadores serão novos no plantel. E se não chegar Cavani e ficar Vinícius, possivelmente reforçar-se-à o Benfica com outro extremo. Jogadores mais capazes e eficientes tecnicamente mas também fisicamente com outras valências que lhes permita não apenas os desequilíbrios ofensivos, mas também mostrar disponibilidade defensiva e capacidade para tornar a pressão encarnada efectiva no que concerne ao roubar a posse ao adversário."
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