"O derby de Lisboa não foi muito distinto dos últimos jogos grandes a que assistimos. Duas equipas num 3-4-3 (o Benfica a moldar-se para encaixar no Sporting), um jogo equilibrado, sem muitas oportunidades, onde o receio de arriscar e expor a linha defensiva falaram mais alto. Apesar de ser mais uma derrota do Benfica frente a um adversário direto, não se pode dizer que houvesse um justo vencedor óbvio neste jogo: o Sporting acabou por controlar mais momentos do jogo, mas o Benfica até se aproximou bastantes vezes da área dos leões, teve os seus momentos de superioridade num jogo desinspirado de parte a parte e acabou por sofrer nos últimos minutos, algo inadmissível num jogo desta importância.
Ora, se o Benfica terminou o jogo com apenas dois remates enquadrados (ambos na segunda parte), o que aconteceu nas variadas vezes que se aproximou da área dos leões, seja através de contra-ataques rápidos, ou recuperações no meio-campo ofensivo? Problemas de ligação na equipa, erros na tomada de decisão, e muita, muita “ansiedade” no momento ofensivo. Reações típicas de uma equipa sem confiança, mas que também vive muito do desequilíbrio individual, principalmente nos jogos grandes. Grandes distâncias entre os homens da frente, nomeadamente entre Darwin e os seus colegas (recorde aqui o artigo em que falei disso); falta de entrosamento nas movimentações dos diferentes jogadores, e atacando frente a uma linha defensiva que tem estado exímia em situações de igualdade ou inferioridade numérica, o Benfica teve vários lances que vão deixar Jorge Jesus de mão na cabeça quando analisar o jogo. Afinal de contas, o mais difícil para o Benfica nem tem sido chegar a zonas perigosas, ou criar situações de superioridade, o problema tem sido a definição dos lances e a falta de inspiração dos seus jogadores, ainda mais evidente quando “a bola não entra”."
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