"Florentino Pérez, o todo-poderoso presidente do Real Madrid, afirmou nesta semana: 'Criámos a Superliga Europeia para salvar o futebol'. Por muito que não me agradem a política da UEFA e da FIFA e os casos de corrupção inerentes, também não confio nas boas intenções do dirigente e empresário espanhol.
Juntar 15 dos maiores clubes do mundo na mesma competição e deixar a porta aberta para outros 5 é só um insulto a todas as equipas que fizeram a história do futebol na Europa. Sim, o Benfica incluído, claro, mas não só. É o princípio da coisa que está errado. Numa competição como a Superliga ninguém desce de divisão e só lá se chega por convite. Será isso justo para todos os outros que não entram na equação? E os adeptos, como é que ficamos?
As organizações que gerem o futebol mundial já ameaçaram com a expulsão dos clubes e jogadores envolvidos na Superliga Europeia de todas as competições, Champions e Liga Europa incluídas, mas também Campeonatos do Mudo ou da Europa. O braço de ferro não vai ficar por aqui, e durante os próximos dias e semanas vão surgir, de todos os lados, argumentos contra e a favor da Superliga.
Este é o ponto de vista de um simples adepto, que cresceu a ver o futebol como uma extensão da sociedade: um jogo aberto a todos, democrático, inclusivo, onde as surpresas existem, em que há tomba-gigantes, há equipas a derrotar favoritos com 10, 50, 100 vezes maiores orçamentos. Uma liga só para ricos pode matar o futebol como o conhecemos, mas também pode confirmar aquilo que há muito se temia e preconizava: o futebol profissional masculino é, cada vez mais, uma questão de lucro, não de estética, de paixão, de amor à camisola."
Ricardo Santos, in O Benfica
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