sábado, 4 de dezembro de 2021

LAGARTOS ESTOIRAM A LUZ



  Estádio da Luz (1-3), na noite de sexta-feira, 3 de dezembro. Nos momentos críticos, a eficácia dos visitantes sobrepôs-se aos intentos dos encarnados.

Antes do pontapé de saída, a atmosfera na Catedral era excelente, e os primeiros traços do dérbi foram executados no estirador tático, com Jorge Jesus, do lado do Benfica, a arquitetar um onze, em 3x4x3, com Odysseas, André Almeida, Otamendi, Vertonghen, Valentino, Weigl, João Mário, Grimaldo, Everton, Rafa e Darwin.
Efervescente, o jogo teve várias faltas nos minutos iniciais, três das quais sobre João Mário, o mais castigado no arranque da partida, e o árbitro Artur Soares Dias levou a mão ao bolso para mostrar o cartão amarelo a Feddal logo ao minuto 1.
Numa jogada simples, com poucos toques na elaboração, o Sporting surpreendeu a defensiva do Benfica aos 8'. Porro, na direita, fez um passe curto a libertar Pedro Gonçalves entre linhas, este levantou de pronto para a área, e Sarabia, infiltrando-se no espaço entre André Almeida e Valentino, finalizou de primeira, rematando sem hipótese de defesa para Odysseas (0-1).
Havia intensidade e velocidade no relvado, e o Benfica saltou para o ataque com o pensamento de rapidamente igualar o resultado. Rafa, ao minuto 10, cruzou sobre o lado direito, aparecendo Grimaldo a cabecear na área à figura do guarda-redes Adán, que espalmou o esférico para a frente. Grimaldo tornou a sobressair num centro para a conclusão de Darwin ao minuto 16, mas o avançado cabeceou por cima da barra. Estava, porém, ligeiramente adiantado, e a equipa de arbitragem assinalou fora de jogo.
Com poucas combinações ofensivas em zonas interiores e curta exploração da profundidade, os encarnados começaram a sentir dificuldades para se estenderem e importunarem o guardião contrário. Ainda assim, em aceleração, Darwin, pela direita, conseguiu escapar, gerar um desequilíbrio aos 24' e invadir a área, mas a ofensiva terminaria com um cruzamento para as luvas de Adán.
O Benfica daria outro sinal ao minuto 36, com Otamendi, num passe milimétrico, a procurar Darwin nas costas da defensiva leonina, mas Adán estava alerta e foi à entrada da área estancar a ameaça. Do outro lado, num ataque rápido, Sarabia conteve o esférico e soltou-o para Pedro Gonçalves rematar na área, um pouco descaído para a direita. Odysseas estirou-se e, com a luva direita, ainda tocou na bola, que embateria no poste. Antes do fecho do primeiro tempo, outro susto para o Benfica, com Paulinho a introduzir a bola na baliza, mas a fazê-lo em posição de fora de jogo, infração detetada pelo VAR.
Jorge Jesus aproveitou o intervalo para mudar o conteúdo do coletivo benfiquista: saiu Valentino, entrou Yaremchuk. Everton mudou-se para a direita, nas funções de ala, e o avançado ucraniano juntou-se a Darwin.
Quem encontrou uma brecha para se mostrar foi Rafa, que, aos 47', passou por quatro adversários e, à entrada da área, rematou de pé esquerdo sobre a barra. As águias já conseguiam entrar na defensiva forasteira, mas as decisões no momento da verdade não eram as mais felizes. Yaremchuk, aos 53', escapou na direita da área, mas depois o cruzamento/passe foi neutralizado por Adán.
As grandes oportunidades para empatar o dérbi foram desaproveitadas pelo Benfica aos 60' e aos 62'. No primeiro lance, de bola parada, João Mário bateu um canto na direita e Darwin cabeceou ao poste; no segundo momento, Darwin rompeu na esquerda e endossou para João Mário, mas o remate do médio seria sustido por Adán. No contra-ataque subsequente, Matheus Nunes soltou a bola para Paulinho e este faturou o 0-2 perante Odysseas (62').
O Benfica levantou-se e procurou ir à luta. Aos 64', em mais um lance em que a hesitação atraiçoou as intenções encarnadas, Rafa acertou na barra. Pouco depois, em mais uma transição rápida, Matheus Nunes esgueirou-se, entrou na área e marcou o 0-3.
O jogo estava cada vez mais difícil para as águias, e Jorge Jesus promoveu duas modificações na equipa aos 74': saíram André Almeida e Weigl, entraram Gilberto e Taarabt (e o sistema mudou para 4x4x2). Um lampejo de esperança ao minuto 80, quando Yaremchuk voltou a desenhar um bom movimento para enganar a linha defensiva verde e branca, assistindo depois Darwin para o toque final. Todavia, o golo seria anulado pelo VAR, após revisão das imagens (fora de jogo tirado a Yaremchuk por seis centímetros).
Na reta final do desafio, Everton e Darwin foram substituídos por Pizzi e Gonçalo Ramos. O Benfica esgotava as substituições, e ainda reduziria para 1-3 aos 90'+6' numa ação de classe de Pizzi, a receber na esquerda, a cortar para dentro e a disparar cruzado de pé direito. Pouco depois caía o pano no dérbi.
O Glorioso tem novo compromisso importante já na quarta-feira, 8 de dezembro, no Estádio da Luz, com a receção ao Dínamo Kiev na 6.ª e última jornada do grupo E da Liga dos Campeões, estando ainda em aberto a qualificação para os oitavos de final da prova milionária.

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