"Caiu o pano sobre mais uma edição do campeonato nacional de futebol. Uma edição negra, que não deixa quaisquer saudades.
Deixa, sim, uma profunda preocupação quanto ao futuro próximo do futebol português - que parece ter andado para trás, rumo aos anos noventa do século passado.
Ao longo da temporada, o Benfica esteve muitas vezes aquém daquilo que deveria render, e tem muito para corrigir na sua equipa. Mas ficou por saber que classificação podia efectivamente ter obtido sem a interferência dos factores externos que, jornada após jornada, condicionaram e subverterem todo o rumo da prova.
Se isto não mudar, de nada adiantará contratar um bom treinador, ou um conjunto de bons jogadores. Mesmo se em campo formos melhores, fora dele continuarão a não nos deixar vencer.
É preciso que estejamos atentos, e que denunciemos, desde o primeiro dia, tudo o que condiciona as arbitragens em Portugal. È preciso obter, e expor, as respostas a várias perguntas: quem observa, quem avalia, quem promove quem, porquê, quando, que passado têm vários intervenientes, quais as suas ligações e interdependências, será que sofreram pressões ou mesmo chantagens, como se chega ao ponto de repetir, semana após semana, erros grosseiros sempre em prejuízo da mesma equipa.
Nos anos noventa não havia VAR. Agora há, mas parece ter-se tornado num instrumento de desresponsabilização generalizada. O trabalho do árbitro em campo é, e sempre foi, muito difícil. Para ser VAR basta saber as regras, ser honesto e ter bom senso, sendo claro que a alguns dos escolhidos para a função faltaram algumas daquelas virtudes."
Luís Fialho, in O Benfica
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