sábado, 14 de janeiro de 2023

PROCESSOS DESAPARECIDOS...!!!

 


"𝟭. 𝗗𝘂𝗮𝘀 𝗳𝗮𝗰𝗲𝘀 𝗱𝗮 𝗷𝘂𝘀𝘁𝗶𝗰̧𝗮.
É estranho que os processos que envolvem o Benfica, ou pessoas ou grupos associados ao clube da Luz, estejam permanentemente na mira do Ministério Público e, ao mesmo tempo, não haja desenvolvimentos (nem notícias públicas sobre os mesmos) nos inquéritos que envolvem o FC Porto ou a sua claque, os Super Dragões.

𝟮. 𝗠𝗶𝗹𝗵𝗼̃𝗲𝘀 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗮 𝗱𝗼 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼.
Em relação à Operação Prolongamento, em que ponto se encontra atualmente? Há algum avanço significativo?
Lembre-se que no centro desta investigação liderada pelo procurador Rosário Teixeira e Paulo Silva, chefe da Divisão da Autoridade Tributária, está Jorge Nuno Pinto da Costa, o principal beneficiário de uma conta no Banco Carregosa para onde terão sido desviados parte dos 40 milhões de euros pertencentes às receitas da SAD do FC Porto. A conta está registrada em nome do empresário José Pedro Pinho, que tem um histórico de agressão contra um repórter de imagem da TVI e tem agenciado a venda de vários jogadores do FC Porto, surgindo neste contexto como um testa-de-ferro do presidente do clube. De acordo com os investigadores, terão sido desviadas para a referida conta avultadas verbas que a SAD portista pagou em comissões inflacionadas aos empresários Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente da SAD do Porto, relativas a contratações de futebolistas. O dinheiro retirado dessa conta terá servido basicamente para suprir necessidades de Pinto da Costa, desde a oferta de carros a mulheres das suas relações até ao pagamento a uma bruxa de Matosinhos por vários tipos de feitiçarias e previsões, inclusive quanto a futuros resultados da equipa de futebol do FC Porto.

𝟯. 𝗠𝗮𝗻𝗶𝗽𝘂𝗹𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗿𝗲𝘀𝘂𝗹𝘁𝗮𝗱𝗼𝘀 𝗱𝗲𝘀𝗽𝗼𝗿𝘁𝗶𝘃𝗼𝘀.
No despacho de promoção do Ministério Público que deu origem às buscas à SAD do FC Porto e às residências de Pinto da Costa, Alexandre Pinto da Costa e Pedro Pinho, em novembro de 2021, o procurador Rosário Teixeira levantou suspeitas sobre possíveis casos de manipulação de resultados dos jogos disputados pelo clube. O magistrado do DCIPA afirmou que o dinheiro desviado nos negócios de compra e venda de jogadores terá não só entrado na "esfera pessoal" de Pinto da Costa, como poderá ter servido para "entregas a favor de pessoas com alegada capacidade de influenciar a sorte do jogo". Desde então, perguntamos novamente, quais foram os avanços na investigação? Já se sabe se as "pessoas com alegada capacidade para influenciar a sorte do jogo" eram árbitros, jogadores, treinadores adversários ou quaisquer outros agentes relacionados com o FC Porto? Ou, numa explicação porventura mais prosaica, tratar-se-ia de uma mulher com alegados poderes paranormais, conhecida como Bruxa de Matosinhos, que teria sido paga para influenciar o jogo a favor do FC Porto?

4. 𝗣𝗿𝗼𝗰𝗲𝘀𝘀𝗼𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮 𝗙𝗖 𝗣𝗼𝗿𝘁𝗼 𝗻𝗼 “𝗰𝗼𝗻𝗴𝗲𝗹𝗮𝗱𝗼𝗿” 𝗱𝗼 𝗠𝗶𝗻𝗶𝘀𝘁𝗲́𝗿𝗶𝗼 𝗣𝘂́𝗯𝗹𝗶𝗰𝗼.
A Operação Prolongamento não é o único caso em que os processos aparenta estar ‘congelado’. Algumas investigações arrastam-se há anos, como é o caso do processo contra Luís Gonçalves, que estava a ser investigado por suspeitas de corrupção. Em causa estariam as ameaças feitas pelo diretor-geral dos dragões a Tiago Antunes, quarto árbitro do jogo Sp. Braga-FC Porto, da época 2016/17: «Nós sabíamos o que vinhas tu para aqui fazer, nós vamos conversar mais tarde… A tua carreira vai ser curta», terá dito Luís Gonçalves. A investigação sobre negócios milionários a envolver o FC Porto e Tombense, um clube da 3.ª divisão do futebol brasileiro, também parece estar esquecida na mesma gaveta onde se encontra a queixa apresentada por Artur Soares Dias depois de ter sido ameaçado em pleno centro treinos dos árbitros, na Maia, por alguns elementos pertencentes à claque Super Dragões. Mas o caso mais escandaloso é o ‘Estorilgate’. O jogo mais longo da história do futebol mundial, que teve início a 15 de janeiro e o fim a 21 do mês seguinte, depois de ter sido interrompido ao intervalo devido a um suposto risco de desabamento de uma parte da bancada do Estádio António Coimbra da Mota. O que despertou a atenção das autoridades foi a transferência de 730 mil euros dos ‘azuis e brancos’ para os ‘canários’ no “intervalo” do jogo. O Ministério Público instaurou um inquérito, mas a investigação, para não destoar, também não conheceu avanços.
O tratamento privilegiado que o FC Porto parece receber, a ponto de os inquéritos em relação a si estarem aparentemente estagnados, é surpreendente e chocante. Quando é que teremos um esclarecimento da Procuradoria-Geral da República relativamente à dualidade de critérios de atuação do Ministério Público em relação ao FC Porto e a outros clubes sob investigação?

5. 𝗗𝗼𝗶𝘀 𝗽𝗲𝘀𝗼𝘀, 𝗱𝘂𝗮𝘀 𝗺𝗲𝗱𝗶𝗱𝗮𝘀.
A Operação Prolongamento surgiu a partir do processo "Cartão Vermelho", no qual Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, é o principal arguido. No entanto, contrariamente ao que aconteceu no processo "Cartão Vermelho", na Operação Prolongamento não houve qualquer detenção e ninguém foi, sequer, constituído arguido. Desta vez, Pinto da Costa nem teve de ir passear até Vigo. Como o próprio confessou numa conversa com Vieira: «Garanto-te que no Porto nunca eras detido». 
E todos sabemos que isso é verdade."

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