“Schmidt ainda não entendeu o clube onde está e ninguém da direção lhe explicou”. Aparentemente alguém devia ter dito ao homem (e a mim também) que está num clube onde é normal atirar garrafas ao treinador. 2 vezes numa época. Na época passada aconteceu 1 vez. O arremesso foi feito por um adepto do Vizela. Sintomático. Isto escudado numa suposta “exigência histórica do Benfica”, que de resto, é factual e sempre existiu. Tinha era o respaldo do Inferno da Luz. Quem protestava tinha feito o adversário passar 90m de horror. Alguns tremiam logo no túnel, como já explicou José Carlos Nepomuceno Mozer.
Schmidt referiu e bem, o confronto com o Marselha. Em 210m de futebol mais penalties, os adeptos do Glorioso só se fizeram ouvir 1 vez: no final do confronto da Luz, quanto tiraram os olhos do telemóvel para assobiar a equipa. Os marselheses receberam-nos com 5 derrotas seguidas nos costados e encheram o estádio, apoiaram e festejaram. São o clube mais turbulento de França, quiçá da Europa, talvez do Mundo. O que vimos no sul gaulês, tinhamos testemunhado em San Sebastian, Milão Glasgow e até Toulouse. O ambiente da Catedral comparado com estes é uma vergonha, daquelas maiúsculas, cheias de leds, neons e conices dessas. Das que não se compram por atacado no supermercado.
A exigência histórica do Benfica que tantos hoje apregoam era brutal. A maior parte nunca a viu. Os jogadores e treinadores eram assobiados, pressionados e apertados. Mas no dia do treino equipavam-se na Luz e iam a pé, pelo meio dos adeptos em direção aos relvados secundários. Não tenho memória de alguma vez terem havido agressões. Nem nos anos mais caóticos do Vietname (acerca dele ainda hei-de escrever nos tempos mais próximos). Hoje seria impensável. Os adversários é que apedrejavam o nosso autocarro, atiravam garrafas aos nossos treinadores e insultavam barbaramente os nossos jogadores. Já tenho alguns anos de SLB cravados na pele. Vi muita coisa. O que acho que nunca vi foi uma equipa e treinador tão abandonados e enxovalhados pelos Benfiquistas como este ano. Se calhar também deviamos pensar sobre isto na pré época.
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