terça-feira, 11 de março de 2025

AS TOCHAS E AS ÁGUAS QUE ENTRAM NOS ESTÁDIOS



 «Muitos assobios dos adeptos do Benfica e protestos dos jogadores, face ao uso de pirotecnia. Sanções à vista, uma vez mais, para os encarnados. UEFA tem mão pesada para estas situações», escrevia A BOLA no live do jogo Benfica-Barcelona, na quarta-feira, a propósito do triste festival de tochas que emanaram da bancada das claques do Benfica aos 36 minutos de jogo, e que levaram à interrupção da partida, depois retomada num clima de fumo que mais parecia as montanhas da Escócia.

Já aconteceu com toda a gente: entrar num recinto, seja para um concerto ou um jogo, e ter de deitar fora uma garrafa cheia de água, porque aquela não pode entrar. Até já me olharam de lado para uma maçã... Bem sei que, além da questão da segurança, lá dentro querem vender-me a mesma água pelo dobro do preço, mas o desperdício que ali se faz é, para mim, escandaloso.
Mais escandaloso ainda é que em estádios continuem a entrar impunes aqueles materiais de pirotecnia, que, seguramente, são mais visíveis que uma garrafa, e também mais letais. A quem interessa que continuem a entrar? Sendo que era um jogo de uma competição europeia, ao Benfica não deveria ser certamente, uma vez que se adivinha uma pesada multa e eventualmente nova interdição de bancada, ou estádio, ou adeptos ausentes em jogos fora. Para quem está sempre a pedir o apoio deles - os que assobiaram aquela atitude -, devia ter-se mais cuidados para que eles possam, de preferência sem tochas, lá estar.
As claques já não operam tão impunemente como há alguns anos, podendo tomar-se o exemplo do Sporting, mas mesmo o clube de Alvalade não consegue controlar estas ações e, depois de tochas terem sido atiradas diretamente contra os jogadores em Brugge, ficou sem adeptos em Leipzig.
De resto, basta experimentar fazer uma pesquisa por «pirotecnia» no site de A BOLA para ver a frequência com que acontece e o dinheiro que já custou aos clubes. Sendo assim, repete-se a pergunta: porque não conseguem os clubes controlar o que entra nos estádios? As mensagens em dias de jogo a pedir juízo e colaboração claramente não chegam.
Ana Soares, in a Bola

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