Capitã ofereceu o empate a Laís Araújo e teve a frieza para converter o penálti da reviravolta. Cinco em seis para as encarnadas. Diana Silva tinha dado vantagem às leoas.
Cinco em seis. Em meia dúzia de edições da Taça da Liga, o Benfica venceu uma mão cheia. E para festejarem, as águias tiveram mais… Carole. Porque foi da carola da capitã que saiu a assistência para o golo do empate e porque foi da carola da capitã que saiu a frieza necessária para a conversão do penálti decisivo.
Num dérbi intenso e muitas vezes bem jogado – com acelerações, transições e exploração da profundidade, algo que nem sempre é do agrado dos treinadores, que, por norma, preferem um jogo mais controlado e sem grandes sobressaltos -, foi o Sporting a entrar de forma mais afirmativa. E quando Brittany Raphino, logo aos 7 minutos, testou a atenção de Lena Pauels, percebeu-se que as leoas tinham a pretensão de chegar cedo ao golo. Não aconteceu aos 7’, aconteceu… aos 8’: Diana Silva fugiu em velocidade, isolou-se, entrou na área e, só com a guarda-redes alemã pela frente, escolheu o lado e atirou a contar. Estava desfeito o nulo no dérbi eterno.
A resposta do Benfica não se fez esperar. Anna Gasper desafiou as luvas de Hannah Seabert, mas a norte-americana nada pôde fazer pouco depois, quando Carole Costa ofereceu o empate a Laís Araújo. A brasileira agradeceu a generosidade da internacional portuguesa e, também de cabeça, devolveu a igualdade ao marcador.
A parada e resposta manteve-se até ao intervalo, com Marie Alidou (24’) e Cristina Martín-Prieto (28’) a tentarem colocar as águias na frente, e com Jacynta Gala (29’) e Maiara Niehues (36’) a espreitarem nova vantagem para as verdes e brancas.
O frio que se fez sentir em Leiria não arrefeceu a vontade das artistas e entrega não faltou. O que faltou, isso sim, foi definição no último terço. De parte a parte. Porque ambas as equipas continuaram a descobrir o caminho para as balizas contrárias, mas, na altura da decisão, falhava sempre alguma coisa. E quando os remates de meia distância não tinham a pontaria desejada, as penetrações eram negadas por Pauels e Seabert. Que o digam Telma Encarnação – cabeçada (quase) perfeita que contou com a oposição da número 1 do Benfica (67’) – e Lúcia Alves e Nycole Raysla – cujos remates encontraram a segurança da número 1 do Sporting (75’ e 79’).
Por esta altura, a chuva intensa já tinha sido a (indesejada) aliada do (dispensável) frio e o prolongamento começava… a vestir-se. Mas como até ao lavar dos cestos é vindima, o tempo extra foi, afinal, dispensado. Já perto do fim, o VAR deu indicação a Ana Afonso para ir ver as imagens de um lance entre Jacynta Gala e Catarina Amado, no interior da grande área leonina, sendo que a árbitra da partida entendeu, depois de analisar o lance, que a australiana das leoas havia pisado a portuguesa das águias. Penálti!
Chamada à conversão do castigo máximo, Carole Costa teve a frieza necessária para faturar e colocar os (muitos) adeptos encarnados em delírio. Estava garantido mais um troféu para o Museu Cosme Damião.
O Sporting tinha ganho a Supertaça, o Benfica ganha a Taça da Liga. Faltam campeonato e Taça de Portugal.
DECLARAÇÕES
Filipa Patão (treinadora do Benfica): "Infelizmente, na minha opinião, não um jogo tão bem jogado como todos desejávamos. Sabemos que as finais são sempre complicadas nesse capítulo. Houve bons momentos de jogo, tanto da equipa do Benfica como da equipa do Sporting, com muita intensidade e entrega das duas equipas. Uma 1.ª parte em que não entrámos tão bem, e novamente cometemos um erro. Não foi bem na primeira fase de construção, mas na nossa entrada para a criação acabámos por cometer um erro e fazer um passe desnecessário sob pressão da nossa defesa, e acabámos por perder a bola, dá uma transição e o golo do Sporting, mas, mais uma vez, tal como no Estádio da Luz, reagimos muito bem ao golo. Conseguimos o empate, conseguimos depois equilibrar as coisas, e acho que, sinceramente, na 2.ª parte, se tinha de haver um vencedor, éramos nós. O Sporting já não conseguia sair em transições, já não conseguia sair do seu último terço, conseguimos ganhar as primeiras e as segundas bolas. Agora, não conseguimos foi definir tão bem no último terço e principalmente no último passe. Porque muitas das jogadas que nós tivemos na 2.ª parte, se bem definidas, poderíamos ter definido mais cedo o jogo. E isso acabou por não acontecer. E depois, com o prolongar do jogo e com o carregar que nós estávamos, porque a verdade é que estávamos a carregar em cima do Sporting, acabámos por ter a situação do penálti. Mas, mais uma vez, acho que, na 2.ª parte, se existia aqui uma equipa que merecia ser vencedora, era a nossa. [Os objetivos não dão folgas para festejos] Não, folga têm sempre. Porque elas acabam sempre por ter a folga após o jogo, ou 48 horas a seguir ao jogo e recuperação após o jogo. Neste caso, vamos dar folga, mas a seguir só têm uma folga, não têm duas, já estão a trabalhar e a focar para o Damaiense. E, muito sinceramente, nesta fase da época, não é uma fase onde nós gostamos de festejar taças ou de cair nessa tentação, muito porque o nosso grande objetivo é o Campeonato, e temos um jogo muito importante contra o Damaiense já no próximo fim de semana. Portanto, muito contentes, muito felizes por ganharmos esta taça, mas temos de já estar a pensar na próxima, já temos de estar a pensar no próximo desafio. E acho que este clube assim o pede, vão festejar hoje, podem festejar à vontade, amanhã recuperar, terça-feira já temos de estar a pensar em como ganhar mais 3 pontos e ficar a 6 do penta, que é o nosso grande objetivo para esta época.
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