sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

GENTE RASCA, COM LINGUAGEM RASCA E DE ATITUDES RASCAS


"Não é meu hábito trazer aqui análises directas aos assuntos de sarjeta: confesso que essa escura espuma suja dos dias, de matizes verde-azuladas, não me atrai e, já sem me deixar iludir por aparências, sempre prefiro o lado da realidade em vez de me interessar por aquilo que, normalmente, não passa desse rebotalho de ficção alarve, rasteira e boçal. Infelizmente, nos actuais dias de futebol, longe vão os tempos do autêntico Desporto e o que mais se vê é desprezo pelo jogo e deixar para trás os verdadeiros generais sobre a relva. Os media generalistas e especializados apenas se dedicam hoje, a consagrar amanuenses cadetes, impreparados estragas feitos à pressa, sargentos de ligação às três pancadas e outras inomináveis figuras de caserna (até de cabelo pintado ou a dormirem na parada), em entediantes desconversas baseadas em filosofias de pacote e falsos silogismos que repetem ao enjoo.
Mas já não bastavam as balas perdidas nem os tiros de pólvora seca, disparados pelas artilhas de encomenda com que seduziam a escória associal e amoral das suas laias. De acordo com a estratégia da escalada que desenharam para chegar a Maio, acabam de passar ao patamar consequente. E decidem que era altura de avançar mesmo, de novo e sem qualquer pudor, para senda do insulto directo e personalizado, com destinatário pessoal e nomeado, como já dantes tinham experimentado. Sinceramente, nem sequer me parece que se fiquem por aqui. Gente rasca, com linguagem rasca e de atitudes rascas, não terão emenda. Como todos os rufias de ontem e de amanhã. E, desesperados, irão continuar certamente por esses caminhos, já que 'quem faz um cesto faz um cento'.
Não podemos é dar-lhe troco. E, a meu ver, muito menos na praça pública, ou fora das sedes da Justiça. Isso é tudo o que eles quereriam. Entre nós, grandes e olímpicos, à Benfica, mantemo-nos vigilantes, unidos e solidários, concentrando-nos em 'honrar aqueles que nos honraram', mediante o reforço da nossa competitividade em campanha e naqueles que são os autênticos campos de batalha desportiva.
Quanto a eles, que falem sozinhos, lá entre eles. Mais cedo do que tarde, inevitavelmente hão-de afogar-se, sempre pequenos e menores, no cuspo dos seus insultos e na ilusão da mistela de que, por enquanto, se vão babando."

José Nuno Martins, in O Benfica

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