"Admito que seja difícil arbitrar um jogo de futebol entre equipas maiores do futebol português. Especialmente se for um jogo altamente competitivo e de grande intensidade como o último Benfica - FC Porto. Porém, o que seria uma missão difícil torna-se uma missão impossível se o árbitro, ou os árbitros, se incluirmos o juiz do vídeo, forem incompetentes. E esse será, na actualidade, um dos problemas graves do futebol português.
O presidente do Benfica fala em árbitros condicionados e em famílias de árbitros ameaçadas. Seria bom que concretizadas e não se limitasse a deixar uma suspeição no ar. Tal como sereia saudável que o Conselho de Arbitragem, através do seu presidente, viesse dizer que não sabe nada sobre isso ou sabe, mas que se trata de matérias sob investigação da polícia.
Pode ser que mediocridade e a falta de coerência a que se tem assistido na arbitragem nacional e que, por vezes, altera a verdade desportiva, se deva, afinal, a uma insuportável e até criminosa pressão sobre os árbitros. Não sabendo mais de quem parece saber tudo e pouco ou nada fazer, mantenho a ideia de que há uma situação vigente de ausência de qualidade na maioria dos árbitros que está a prejudicar o jogo, está a manipular resultados e está a matar o espectáculo.
É verdade que a cultura enganadora de muitos dos futebolistas obriga a erros involuntários; e é verdade que a cultura irracional de dirigentes, que querem ganhar de qualquer forma, cria um insustentável clima de intranquilidade. Porém, se houvesse uma competência reconhecida, haveria, também, o reconhecimento da autoridade que tem faltado aos árbitros."
Vítor Serpa, in A Bola
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