sábado, 11 de maio de 2019

“FOCADOS SÓ E APENAS NO NOSSO JOGO”


FUTEBOL
O Benfica desloca-se a Vila do Conde (domingo, às 20h00) para encontrar o Rio Ave em jogo da 33.ª e penúltima jornada da Liga NOS.
Se, por um lado, é matematicamente possível que o Benfica conquiste o Campeonato Nacional já no domingo – dia em que se desloca a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave (20h00) –, Bruno Lage, por outro, afasta euforias e recusa qualquer clima de festa. "Fazer o nosso melhor, ganhar os três pontos e continuar nesta posição" – é esta a principal meta do treinador encarnado.
Como foi preparar esta semana, e que jogo perspetiva para domingo?
Foi tudo preparado dentro da normalidade: recuperar bem de um jogo, trabalharmos aquilo que achamos que é fundamental para o nosso jogo, e, depois, questões estratégicas de um adversário muito competente. O Rio Ave é uma equipa muito bem orientada – o Daniel [Ramos] tem uma carreira que fala por si –, com um conjunto muito organizado e excelentes valores individuais. Esperamos um jogo muito difícil de uma equipa que, para além de ser organizada, não desiste. Foi aquilo que aconteceu no jogo com o FC Porto. Uma equipa que está a perder por 2-0 e que não desiste do jogo, e consegue o empate com uma enorme determinação. Por isso, prevejo um jogo difícil, mas, como tal, é mais uma final. É assim que olhamos para este jogo, com a ambição de o vencer. Para o vencer, temos de estar, sem dúvida, no nosso melhor.
Acredita que pode ser um dos capitães de maio, não para uma revolução, mas para a Reconquista?
O que eu acredito sempre é no nosso trabalho e no nosso dia a dia. Isso é que me dá confiança. Vejo as coisas sempre com um equilíbrio muito grande e é assim que nós temos de estar na vida. A vida é isto: feita de momentos muito bons e muito maus, e nós temos de ir mantendo o equilíbrio, ir vivendo um dia de cada vez e ter uma confiança enorme no nosso trabalho. Quando as coisas resultam bem e nós trabalhamos bem, é verdade que ficamos mais confiantes. A nossa preocupação e o meu foco é: o que vai acontecendo diariamente fruto do meu trabalho, da minha dedicação – quando falo do meu, falo de toda a equipa técnica.
Olhando para o jogo entre o FC Porto e o Rio Ave, de onde acha que vem o maior perigo, tendo em conta que [Wenderson] Galeno agora pode ir a jogo?
O perigo vem do coletivo. É uma equipa com um coletivo muito forte, com três avançados mais um homem que joga por trás – e qualquer um deles pode criar, facilmente, situações de finalização –; dois médios muito experientes que organizam muito bem o jogo; dois centrais fortes na construção; dois laterais que sobem e atacam em profundidade; um guarda-redes que sabe e domina muito bem o jogo com os pés e a base de construção. Por isso, é uma equipa que tem muito conteúdo, que dá gosto ver jogar. Vem de uma fase muito positiva e, aliando os valores individuais àquilo que é o trabalho do seu treinador, à organização coletiva que tem e ao momento que atravessa, claramente é uma equipa com uma enorme qualidade.
No último jogo [Portimonense], sentiu o nervosismo dos mais jovens perante a responsabilidade que são estas finais?
Não senti nervosismo. Entendo que possa ter, eventualmente, acontecido um ou outro detalhe, mas aquilo que aconteceu na primeira parte é fruto da competência do Portimonense e não pelos mais novos estarem mais nervosos ou não. O Ferro e o Florentino – é deles que estamos a falar – já fazem isto desde os 15 anos, que é quando chegam aos iniciados, aí já disputam as fases finais onde jogam para títulos contra FC Porto e Sporting. Este nível de ansiedade eles já têm nos Iniciados, nos Juvenis, nos Juniores, na UEFA Youth League, pela Seleção Nacional. São jogadores habituados a estas fases finais, habituados a jogar para ganhar. Não vi nervosismo. Vi, sim, uma grande primeira parte do Portimonense, que equilibrou o jogo e colocou-nos dificuldades.
A próxima vez que regressar ao Caixa Futebol Campus poderá ser já campeão. Como é que vê essa possibilidade?
De uma coisa tenho a certeza: quando cá chegar, vou estar mais velho, com 43 anos. Isso é a certeza que tenho. Uma coisa de cada vez… Pode haver um clima de festa lá fora, de dizer que as coisas já estão consolidadas, mas aqui não há festa nenhuma. Há muito foco no trabalho. Nem vai haver festa dos meus 43 anos. Nada. Estamos só focados naquilo que temos de fazer no jogo, apenas e só no nosso jogo.
É também um objetivo o Benfica chegar aos 100 golos no Campeonato?
Vou ser honesto, eu só me dei conta disso quando a Comunicação Social começou a fazer notícia disso. Pela nossa forma de jogar e, principalmente, pela qualidade dos nossos jogadores, somos uma equipa que cria muitas oportunidades de golo. Chegar a esse número, para nós, não é importante. O que é importante é a equipa continuar a ser o que tem sido e fazer o que tem vindo a fazer: chegar ao jogo, encará-lo como uma final, encará-lo com uma dinâmica ofensiva muito interessante, marcar golos e conquistar os três pontos. Essa tem de ser a maior meta neste momento.
Prefere ser campeão em casa com os adeptos ou já este fim de semana num terreno neutro?
Nós só podemos responder a essas perguntas quando as coisas acontecerem. Eu sei que faz parte do vosso trabalho tentarem antecipar as coisas, mas nós, que andamos nisto há já algum tempo, olhamos para as coisas conforme elas vão acontecendo. Tiveram o exemplo agora muito recente daquilo que foram duas meias-finais da Liga dos Campeões. Não vale a pena antecipar cenários. Vamos viver o hoje. Foi o último treino, preparámos as coisas da melhor maneira, fizemos a convocatória, estamos aqui a tentar passar a maior mensagem de confiança, determinação e de que a equipa está pronta para fazer um grande jogo. No domingo, queremos estar tranquilos, focados apenas naquilo que é o nosso jogo, o nosso trabalho e, às 20h00, perante o Rio Ave, fazer o nosso melhor, ganhar os três pontos e continuar nesta posição.


Se tivesse de escolher entre Samaris e Fejsa quem preferia ter?
Os dois. Chegámos aqui a contar com todos. Toda a gente tem tido oportunidade, as coisas foram acontecendo de forma natural. A primeira ideia, quando cá cheguei, foi que não havia reforços. Não. Os nossos reforços foram o Ivan [Zlobin], guarda-redes da equipa B; o Ferro, central da equipa B; o Florentino, médio da equipa B, e o Jota, avançado da equipa B. Demos oportunidade e eles conseguiram ser reforços. Tenho de olhar um pouco para aquilo que é o rendimento atual, mas também o que é o rendimento durante 4 ou 5 anos e aquilo que as pessoas oferecem aos clubes. Os jogadores passam por sacrifícios, perdem qualidade de vida a dedicar-se ao clube, quer a nível pessoal, quer a nível de saúde. Muitos soldados que estão ali dentro, no nosso exército, têm dado muito. Há jogadores que vão terminar as carreiras – que serviram muitos anos o Benfica – com graves problemas de saúde por aquilo que foi o seu trabalho e dedicação. Não vamos abandonar ninguém, temos de fazer esta gestão de um atleta com diferentes idades. Todos eles têm de treinar coisas diferentes, de maneiras diferentes, com intensidades diferentes. E todos eles podem ser úteis ao domingo. Nós, enquanto equipa técnica, temos feito essa gestão da melhor maneira. É uma pergunta que faz sentido, mas cada um deles oferece coisas diferentes. Eu conto com todos, desde a primeira hora.
Lista de convocados
Guarda-redes: Mile Svilar e Odysseas;
Defesas: André Almeida, Ferro, Yuri Ribeiro, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo;

Médios: Pizzi, Franco Cervi, Gedson Fernandes, Florentino, Taarabt, Salvio, Samaris e Rafa;
Avançados: Seferovic, João Félix e Jonas.

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