quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

"TEMOS DE IR À PROCURA DO RESULTADO"


FERRO: "TEMOS TODAS AS POSSIBILIDADES DE PASSAR A ELIMINATÓRIA"
FUTEBOL
O Benfica procura chegar aos oitavos de final da Liga Europa, mas, para isso, terá de anular a desvantagem de um golo (2-1) trazida da 1.ª mão.
O Benfica recebe (quinta-feira, às 20h00) os ucranianos do Shakhtar em jogo da 2.ª mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Ferro alerta para um "jogo muito difícil", mas está confiante numa reviravolta na eliminatória.
"Sabemos que vai ser um jogo muito difícil. O Shakhtar não é uma equipa qualquer, tem boas ideias de jogo, joga muito bem, e na frente, a nível individual, tem jogadores que fazem muita diferença. Vai ser um jogo diferente do da 1.ª mão, agora jogamos em casa com os nossos adeptos a apoiar-nos. Temos todas as possibilidades de passar a eliminatória", garantiu o central do Benfica, em conferência de Imprensa na Luz.


"Tentamos sempre entrar com tudo, claro que há jogos em que conseguimos mais, outros menos, mas entramos sempre focados. Queremos sempre entrar a mandar. É o que queremos fazer amanhã [quinta-feira]", reforçou.
A formação encarnada chega – apenas três dias depois – de uma importante vitória em Barcelos [Gil Vicente, por 2-1] que lhe permitiu a afirmação da liderança da Liga NOS.
"Trabalhar em cima de vitórias é diferente de trabalhar em cima de derrotas, mas também não podemos enfiar a cabeça num buraco quando perdemos, como também não podemos encher o ego quando ganhamos… É trabalhar exatamente da mesma maneira", salientou.
"Não foi um mês fácil. Tivemos muito jogos, mas também penso que é bom ter esse nível de competitividade. Vamos entrar nas máximas condições, tal como o Shakhtar, e acho que vamos disputar o jogo de igual para igual", perspetivou.
Há pouco mais de um ano a trabalhar com Bruno Lage no plantel principal, Ferro confessa ter evoluído "como homem" e como jogador, mas admite ter ainda margem para melhorar.
"A nível individual, ainda posso melhorar tudo. Um jogador nunca pode pensar que não pode melhorar em nada, senão acaba por estagnar. Estou mais preparado a nível psicológico do que estava há um ano", lembrou.


Benfica e Shakhtar Donetsk voltam a medir forças esta quinta-feira (27 de fevereiro), às 20h00, na 2.ª mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Para Bruno Lage, esta é a hora de as águias evidenciarem todo o seu valor, relembrando que os jogadores encarnados sabem o que têm de fazer.
Que jogo perspetiva na 2.ª mão dos 16 avos de final da Liga Europa?
Espero um grande jogo. Duas excelentes equipas que querem ter bola, que pretendem dominar com bola e, da nossa parte, temos de ser mais competentes quando não tivermos a posse do esférico. Sem bola, temos de ser mais consistentes e melhores do que aquilo que fomos na 1.ª mão. Espero um Benfica competente, à procura de passar este ciclo de jogos muito difíceis e confirmar todo o nosso valor.
O que é que se diz a um jogador como Ferro? Qual é o trabalho do treinador quando surgem críticas?
De uma perspetiva coletiva, e até mesmo em função daquilo que é o trabalho dele [Ferro] e dos colegas, é fazer a análise que realizamos regularmente. O objetivo não é apontar o erro ou responsabilizar alguém pelas coisas não correrem bem, mas sim de eles [jogadores] identificarem o que estão a fazer, perceber aquilo que estão a fazer menos bem e como podem executar melhor. O nosso foco assenta muito na tarefa e naquilo que temos de criar em campo, por isso, grande parte do nosso trabalho vai nesse sentido. Por um lado, há que dar responsabilidade ao jogador e, por outro, dar-lhe conforto para ele continuar a evoluir.
A sua filosofia é treino a treino, jogo a jogo. Nesta fase da época sente que terá de optar por alguma competição? Se sim, colocará mais fichas no Campeonato?
A preferência é o jogo seguinte. Vencer e preparar o jogo seguinte é diferente de não vencer; fazer uma boa exibição e preparar o jogo seguinte é diferente de não fazer uma boa exibição... Todos os jogadores que subiram ao relvado estão disponíveis para jogar. Ainda estamos a meio da recuperação, amanhã [quinta-feira] de manhã teremos respostas ainda melhores sobre o estado de cada um dos jogadores. Em função da nossa estratégia, análise e observação, escolhemos o melhor onze, nunca abdicando do que quer que seja. Nunca abdiquei de uma competição. Olhei sempre, e olho, para cada momento, tendo consciência de que os tempos de recuperação variam de jogador para jogador. É em função de uma diversidade de variáveis que decidimos quem joga e quem é que entra.
No jogo de Barcelos [22.ª jornada da Liga NOS], Taarabt atuou numa posição mais avançada [atrás do ponta de lança]. É uma opção para manter?
Para aquele jogo foi. O Adel [Taarabt] já tinha jogado ali. Ele conhece muito bem aquela posição e também tem feito bons desempenhos na outra zona do terreno [médio-centro]. O que me dá prazer é vê-lo a corresponder à aposta do Benfica em dar-lhe uma oportunidade, independentemente de ele jogar como médio, mais atrás, ao lado de um colega ou à frente.
Na preparação para este jogo será mais fácil passar a mensagem aos jogadores, visto que a equipa perdeu na 1.ª mão e sabe que só vencendo no Estádio da Luz é que poderá conseguir o apuramento?
É igual. Diferente do primeiro jogo para o segundo é que amanhã [quinta-feira] se decide, e jogamos em função de um resultado. Os jogadores sabem o que têm de fazer. Temos de ser mais competentes no momento defensivo, em termos coletivos, e temos essa consciência. Este jogo não é mais fácil nem menos fácil, é diferente por ser aquele em que tudo se decide.
A aposta em Samaris é para manter?
Eu aposto em todos os jogadores. No Samaris, no Florentino, no Julian [Weigl], no Adel, no David Tavares... Qualquer um dos médios que hoje esteve no treino está preparado para jogar.
O Benfica atuou com três médios em Barcelos. Na análise de Luís Castro, treinador do Shakhtar, a equipa fica mais condensada e pesada. O que é que o Benfica ganha e perde com Samaris junto a Weigl?
Foi uma decisão em função do que era o momento e da estratégia do adversário. O Gil Vicente tem sido muito forte no ataque à profundidade, com movimentos muito interessantes, principalmente pelo lado direito com a entrada do médio-ofensivo Kraev, que podia atacar espaços entre o Ferro e o Grimaldo. Tem também um lateral-direito com uma projeção muito interessante. Entendemos que ter Adel [Taarabt] disponível para construir e depois não haver ninguém para proteger essa situação poderíamos estar a oportunidade ao Gil Vicente para aproveitar esse espaço. Optámos por Samaris, por um onze e por uma estratégia para estarmos seguros, defender melhor aquele momento e controlar melhor o jogo com bola. Ganha-se e perde-se sempre alguma coisa com diferentes posicionamentos e jogadores.
Para Luís Castro, iremos ter uma batalha onde os dois treinadores têm de ter sangue-frio para, na altura das decisões, saberem quando e como agir. Vamos ter um Benfica a entrar forte e a querer decidir no início, ou vai ser mais expectante e esperar por aquilo que o jogo dá?
O desafio vai ter vários momentos, mas nós não podemos esperar por aquilo que o jogo dá. Temos de ir à procura do resultado que nos permita passar à próxima eliminatória. A nossa intenção é de ter uma entrada forte, perceber que estamos a jogar com um adversário muito competente, saber o que temos de fazer com e sem bola, quando devemos pressionar e quando não devemos expor espaços que o Shakhtar gosta de explorar. Há medida que o tempo passe, e em função daquilo que for acontecendo no resultado, é normal que um ou outro treinador tenha de agir, ou reagir, como tal, é em função do tempo e do resultado que os treinadores vão mexer na equipa.
O treinador do Shakhtar destacou ainda espetacularidade de se jogar no Estádio da Luz. É esse ambiente que espera? O público pode ser o 12.º jogador do Benfica?
Sim! Luís Castro tem razão, e nós temos sentido isso, em casa e também fora, como sucedeu ainda agora com o Gil Vicente, onde foi notório esse apoio fantástico dos adeptos. Eu disse no final do jogo que, mesmo numa fase em que os resultados não têm sido os que queremos, os adeptos não deixaram de nos apoiar. Ter uma massa adepta como esta é sempre muito importante. Os adeptos têm sido incansáveis no apoio à equipa do princípio ao fim.

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