"A Crónica: Benfica Vence Numa Segunda Parte de Loucos
O Estádio da Luz foi palco do duelo entre o SL Benfica e SC Farense, onde os encarnados procuravam aproveitar o deslize dos dragões frente ao CS Marítimo. Em cima da mesa estava também uma maldição que persegue Jorge Jesus há uns anos: nas primeiras seis temporadas que comandou as águias, o técnico nunca venceu as três primeiras jornadas do campeonato. Restava saber se era hoje que a maldição se quebrava.
O Farense começou bem atrevido e até foi o primeiro a criar perigo. Logo aos três minutos, Amine chama Odysseas ao serviço não uma, mas duas vezes. Ainda assim, o guardião das águias correspondeu em ambas as ocasiões. Nos minutos seguintes, vimos a equipa de Jorge Manuel Ribeiro a rasgar bem o terreno, aproveitando essencialmente o jogo direto, mas a verdade é que conseguiu ir criando perigo. Depois do susto, o Benfica procurou “acalmar as águas” com mais posse de bola.
Apesar da postura da equipa de Faro, quem se adiantou no marcador foi mesmo o conjunto da casa. Aos 15 minutos, Pizzi marca o primeiro tento depois de um grande trabalho de um Rafa supersónico que, depois de uma recuperação a meio-campo, faz um arranque desenfreado e serve o número 21 do Benfica.
O Farense reagiu bem ao golo sofrido: continuou a pressionar, a dificultar a progressão do adversário do terreno e chegou mesmo a ameaçar a baliza das águias. Aos 27 minutos, Stojiljkovic aparece na área para cabecear e obrigou mesmo Vlachodimos a uma das grandes defesas do jogo até ali. Foi uma primeira parte com um jogo aberto em que, apesar de estar a perder, o Farense não colocou o autocarro à frente da baliza e ainda conseguiu criar algum perigo.
A segunda parte teve bastante emoção e houve mesmo muito para contar. Logo aos 52′ houve penálti a favor do SC Farense depois de uma falta de Otamendi. E é aqui que começa o imbróglio, caros leitores. Odysseas defende, na recarga o Farense marca, mas o árbitro manda repetir. Na repetição, Vlachodimos defende e o resultado mantém-se no 1-0. Mas foi sol de pouca dura, depois do penálti, há mesmo empate do Farense: depois de um canto batido pelo lado direito e de uma grande confusão na área, os algarvios restabelecem a igualdade por intermédio de Lucca. É caso para dizer: Não foi à primeira, não foi à segunda, foi mesmo à terceira. Pelo meio o Farense viu o golo do 1-2 ser anulado. Ainda que não tivesse sido validado, ficava a sensação de uma defesa encarnada muito apagada e passiva.
A ameaça do Farense parece ter acordado o Benfica que começou a ser mais pressionante. A qualidade dos encarnados evidenciou-se nos minutos finais da partida. A falta de argumentos do Farense traduziu-se mesmo no resultado aos 79 minutos. Depois de um cruzamento de Grimaldo, Seferovic, no alto e possante, consegue bater Defendi para o 2-1. Mas desengane-se quem acha que ficamos por aqui. Seferovic saiu do banco mesmo inspirado e marcou mesmo o 3-1 depois de mais uma assistência de Darwin. Uma segunda parte de loucos em que o Farense ainda conseguiu fazer a mínima justiça no resultado aos encurtar para 3-2 depois de uma hesitação de Otamendi em que Patrick aproveita e marca na cara do guarda-redes encarnado.
A Figura
Seferovic – Confesso que já tinha a minha figura de hoje muito direcionada para Vlachodimos. Ainda assim, o que Seferovic fez depois de sair do banco ditou mesmo o destino desta partida e por isso merece esta distinção. Uma nota ainda para o guarda-redes dos encarnados porque, sem ele, o Benfica podia mesmo ter sofrido mais golos esta noite.
O Fora de Jogo
Segunda parte de Otamendi – Fez uma primeira parte muito boa, mas a segunda foi mesmo muito fraca. Foi capaz do pior e do melhor neste jogo aqui na Luz. Está ligado aos dois golos do Farense e também é ele que comete a penalidade a favorecer o adversário algarvio. Ainda assim, é evidente que consegue melhor do que aquilo que mostrou hoje. Principalmente nesta segunda parte.
Análise Táctica - SL Benfica
O Benfica jogou num 4-5-1 a defender e num 4-3-3 a atacar. As águias tiveram algumas dificuldades em dar resposta à pressão do adversário. O Farense estava a pressionar alto desde logo numa primeira fase e a equipa de Jorge Jesus sentiu algumas dificuldades em construir por isso mesmo. Ainda assim, quando os encarnados ultrapassavam a primeira barreira de pressão dos algarvios, criavam desequilíbrios com relativa facilidade.
Os encarnados estavam a permitir muitos espaços no meio-campo, principalmente no inicio da segunda parte. Nota também para as alterações de Jorge Jesus assim que o Farense marca. O técnico não teve medo de mexer cedo e isso ajudou na conquista dos três pontos. Todas elas foram substituições que fizeram sentido: Rafa começou bem, mas perdeu fulgor; Já Wadschmidt e Gabriel também estiveram algo apagados no jogo.
Onzes Iniciais e Pontuações
Odysseas (9)
Grimaldo (4)
Everton (5)
Gabriel (4)
Darwin (7)
Waldschmidt (4)
Pizzi (6) Rafa (5)
Otamendi (6)
Jardel (4)
André Almeida (5)
Subs Utilizados
Pedrinho (5)
Weigl (5)
Seferovic (9)
Ferro (5)
Chiquinho (-)
Análise Táctica - SC Farense
O Farense apresentou-se num 4-3-3 a atacar e num 4-5-1 a defender. Como já aqui o disse, o conjunto de Faro estava a pressionar alto e a conseguir criar perigo em jogadas rápidas e de contra-ataque. O Farense conseguiu aproveitar quase sempre as alturas em que o Benfica estava mais subido no terreno e mais descompensado em zonas mais recuadas. Foi uma equipa inteligente nesse sentido. Ainda assim, a falta de argumentos sentiu-se a meio da segunda parte, mas de ressalvar a grande qualidade de movimentações da equipa de Faro e a grande garra que apresentaram neste jogo na Luz.
Onzes Iniciais e Pontuações
Rafael Defendi (7)
César Martins (6)
Amine (6)
Stojiljkovic (7)
Fabrício Isidoro (7)
Ryan Gauld (7)
Cláudio Falcão (6)
Cássio Scheid (6)
Lucca (7)
Alex Pinto (6)
Fábio Nunes (6)
Subs Utilizados
Mansilla (5)
Patrick (-)
Hugo Seco (-)
Bura (-)"
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