quarta-feira, 31 de março de 2021

HOMENS DO LEME E DA BOLA



 "Antigos presidentes do Benfica tiveram nos seus currículos o carimbo da prática do futebol. E não só!


Ao longo de 117 anos, o Benfica teve como presidentes da Direcção homens das mais diversas áreas profissionais que, contudo, se uniam em torno de um interesse único: o desporto!
Corria o ano de 1912 quando Cosme Damião reparou nos dotes futebolísticos de um jovem Júlio Ribeiro da Costa, que viria a ser presidente em 1938/39. Vestiu a camisola encarnada como defesa entre 1013 e 1915.
Pela 1.ª categoria, jogou na recém-criada Taça de Honra, em Maio de 1915, frente ao Cruz Quebrada; era então, para além de jogador, secretário da Assembleia Geral. No ano seguinte, rumaria a Coimbra para estudar, onde, pela Briosa, defrontou e foi derrotado pelo Benfica numa digressão feita e jogada totalmente debaixo de água. Retornaria a Lisboa em 1921/22, jogando 7 jogos pela 2.ª categoria do Benfica.
Augusto da Fonseca Júnior, presidente entre 1939 e 1945, também se formou em Coimbra, onde, em 1920, liderou uma revolta estudantil. Antes, alinhou como médio e avançado 'encarnado' por 6 jogos, em 1914/15. No seu último jogo, bisou frente ao SC Império!
Joaquim Ferreira Bogalho, 'o homem do estádio', que dirigiu o Benfica entre 1952 e 1957, guardou a baliza das 3.ª e 4.ª categoria por 11 ocasiões, em 1920/21, anos de calçar as luvas da tesouraria 'encarnada'. Voltaria a jogar enquanto lateral-direito, em 1926/27, numa altura em que assegurava o cargo de secretário da Direcção.
O mais eclético foi Félix Bermudes, presidente em 1916 e 1945, que praticou atletismo, esgrima, natação, ténis, alpinismo, hipismo e futebol, quando esta modalidade ainda se encontrava em crescimento. Jogou como avançado e médio-direito entre 1906 e 1912, tendo sido capitão no primeiro dérbi do Clube frente ao Sporting, em 1 de Dezembro de 1907.
Aos 50 anos, Félix Bermudes participou em provas de tiro nos Jogos Olímpicos, em 1920 e 1924, ano em que também se sagrou campeão em ciclismo numa Volta a Lisboa!
Mente sã em corpo são seria o mote. Félix Bermudes reconheceu, numa entrevista que deu perto de completar os 84 anos, quiçá falando por todos os seus homólogos: 'As possibilidades físicas que ainda hoje possuo, as devo ás práticas constantes de vários desportos!' Curiosamente, Júlio Ribeiro da Costa foi o mais longevo dos presidentes benfiquistas, vivendo 97 anos.
Venha conhecer mais sobre os homens que dirigiram o Clube, na área 28 - Homens do Leme, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

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