Trabalhou-se muito, foi bom... e o Benfica ganhou!
Um golo de Rafa, em pleno Estádio do Dragão, sentenciou a justa vitória do Glorioso (0-1) frente ao FC Porto no clássico da 10.ª jornada da Liga Bwin.
Teve um pouco de tudo o duelo da 10.ª ronda da Liga Bwin, e não defraudou! Um clássico "à clássico", intenso, "quentinho", com várias oportunidades, uma expulsão, disputado nos limites e onde um Benfica, corajoso, personalizado, trabalhador e de fato-macaco vestido, venceu por 0-1. Consequência? Liderança dilatada para seis pontos...
Ultrapassada a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal [triunfo sobre o Caldas], atenções centradas no clássico dos clássicos, com o Benfica a viajar até ao norte do País para enfrentar o FC Porto. Duelo entre os dois primeiros classificados da geral, separados à partida por três pontos, e muita histórias e estórias à flor da relva, e não só, em mais um embate emocionante. É que clássico é clássico!
Com ambição natural, em busca dos três pontos, Roger Schmidt escolheu para subir ao relvado do Dragão o mesmo onze eleito em Paris, no frente a frente com o PSG: Odysseas, Bah, António Silva, Otamendi, Grimaldo, Florentino, Enzo, Aursnes, João Mário, Rafa e Gonçalo Ramos foram a jogo.
Apito inicial de João Pinheiro e as duas equipas a olharem-se nos olhos, sem medos, sem preconceitos e à procura de dizerem rapidamente "presente". Disse-o primeiro o Benfica! Minuto 1, primeiro canto na partida, após remate de Rafa e, na sequência, lance de laboratório com Otamendi a tirar as medidas à baliza adversária.
Ora, a resposta não tardou e, aos 3', Fábio Cardoso disparou forte, com o esférico a voar por cima da trave. Novo canto para as águias e os anfitriões, pressionantes, e na tentativa de as águias pegarem no jogo, reagiram à medida, com Odysseas a ser chamado a trabalhos nos minutos seguintes. Primeiro Uribe, a pentear a bola e esta a passar ao lado; e, aos 15', gigantesca defesa do internacional grego a dizer "não" a um cabeceamento, que levava selo de golo, de Taremi.
A partir daqui, o Benfica conseguiu soltar-se, dar um safanão na pressão e no nervosismo... Rafa rematou para Diogo Costa defender; Enzo, aos 17', de meia distância, disparou sobre o travessão e, por cima do jogo, em largura seguiram-se dois lances bonitos aos quais só faltou mesmo eficácia.
Primeiro na esquerda, receção espetacular de Grimaldo, cruzamento com régua e esquadro para Rafa, mas o cabeceamento saiu à figura; depois, Enzo a descobrir Bah na direita, mas o cabeceamento do lateral não saiu perfeito.
Nos três minutos seguintes, um amarelo (24'), um duplo amarelo e respetiva expulsão (27') para Eustáquio, por faltas sobre Bah, com o FC Porto em desvantagem numérica a partir daí.
O jogo estava intenso e a aquecer! Aos 34', Grimaldo, entre linhas, vislumbrou e serviu Rafa, que, nas costas da defesa portista, ultrapassou Diogo Costa, mas acabou por ver o lance perder-se na linha de fundo. Dois minutos volvidos, momento, a dois tempos, de espetacularidade e emoção. Grimaldo ofereceu a Aursnes, que, após trabalhar na esquerda, disparou ao poste; na ressaca, Rafa, de cabeça, viu a trave devolver-lhe o intento!
Com mais um, o Benfica poderia ter resolvido, não o fez, e, já muito perto do tempo de descanso, foi mesmo o FC Porto a acreditar e, através das bolas paradas, em três livres, levou perigo. Galeno, David Carmo e Fábio Cardoso bem tentaram, mas Odysseas ganhou os duelos e manteve a baliza inviolada.
Primeira metade cumprida, domínio repartido, oportunidades, jogo complicado, com o nulo a justificar-se... e tudo em aberto!
E o Benfica recomeçou a partida com três alterações no figurino, com as saídas de Bah, Enzo e João Mário (todos "amarelados"), para as entradas de Gilberto, Draxler e Neres.
Benfica com mais posse, gestão e controlo; FC Porto a descer linhas, a cerrar o bloco e explorar o contragolpe... Estava dado o mote para a segunda parte.
Pela direita, pela esquerda, explorando as alas, pelo centro, vaga após vaga, as águias instalaram-se no meio-campo adversário, isto perante um anfitrião organizado, a defender com tudo e a sacudir a pressão através do contra-ataque e das bolas paradas.
Aos 59', jogada bonita dos encarnados, com Rafa, vindo de trás e de trivela, após passe de Aursnes, a ver David Carmo desviar a redondinha do fundo das redes.
Entretanto, saída forçada de Draxler por lesão e entrada de Musa (63'); do outro lado da barricada, saída de Evanilson para a entrada de Veron...
Minuto 72 e gritou-se golo no Dragão! Jogada rápida, de envolvimento, Neres e Rafa chamados a protagonistas, com o camisola 27 a rematar com sucesso e a tornar-se o ator principal da cena... que, como qualquer bom filme, teve suspense logo de seguida! Golo anulado por fora de jogo, foi ao VAR... e a confirmação chegou. Foi golo, e o Benfica colocava-se a vencer!
A partir daqui, momentos de intensidade, com o desafio a aquecer ainda mais. Longe de bonito, teve muito trabalho, entrega de parte a parte, respeito, resiliência e crença até ao apito final! No fundo, foi mesmo um clássico "à clássico", e quando assim é, é bom de se ver!
Aos 79', Musa atirou por cima, após jogada do coletivo; aos 81', Toni Martínez cabeceou para um Odysseas atento; e, já em tempo de compensação, o guarda-redes portista Diogo Costa, in extremis, evitou o autogolo de David Carmo...
Apito final, triunfo por 0-1 para o Glorioso, que, com este resultado, vinca ainda mais a liderança da classificação geral, agora com seis pontos à maior sobre os azuis e brancos. Nas bancadas do Dragão, os festejos foram vermelho rubros ao som das vozes e corações... "o Benfica ganhou"!
Segue-se mais uma jornada da Liga dos Campeões, com os comandados de Roger Schmidt a receberem a Juventus, uma partida agendada para as 20h00 de terça-feira, 25 de outubro, relativa à 5.ª jornada do grupo H.
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