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A memorável temporada da equipa feminina de futebol do Benfica teve o derradeiro capítulo nesta tarde de domingo, 19 de maio, data da conquista da Taça de Portugal, após triunfo sobre o Racing Power (4-1), com golos de Marie Alidou, Carole Costa, Lúcia Alves e Francisca Nazareth. Foi a 2.ª vez que as águias venceram a prova-rainha, após terem erguido o troféu na época de arranque, em 2018/19.
Mal soou o apito final, a festa fez-se no relvado com um grande símbolo do Clube a passar de mão em mão. Feita a guarda de honra ao Racing Power, que subiu à tribuna para receber as medalhas de finalistas vencidas, deu-se o inverso. Muito saudadas na escadaria, as capitãs receberam a Taça das mãos do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Benfica-Racing Power
FESTA LOGO PELA MANHÃ
Nas imediações do estádio, logo pela manhã, várias famílias juntaram-se para aquele que é sempre um dia mítico no desporto nacional. Convívio, comida, bebida, cânticos de apoio ao Benfica. Muita festa! Com o aproximar do início do desafio, aprazado para as 17h15, os milhares de adeptos dirigiram-se para as bancadas do recinto.
Naturalmente, houve aplausos mal as águias subiram ao relvado para os exercícios de aquecimento, bem como aquando do anúncio do onze e suplentes do Glorioso.
Minutos antes do apito inicial de Catarina Campos, houve outro momento de realçar: ovação para as suplentes encarnadas, em particular para Jéssica Silva, que foi muito aplaudida.
Cantado por uma criança, o hino nacional trouxe mais emoção à tarde no Estádio Nacional.
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EQUILÍBRIO E IGUALDADE NO PRIMEIRO TEMPO
Com o Presidente Rui Costa presente, os primeiros segundos e muito apoio ainda com Benfiquistas a entrar para as bancadas. Em campo, aos 5', Lena Pauels efetuou uma grande defesa a remate de Jennifer Vetter, que surgiu em boa posição na área.
Aos 13', o Racing Power voltou a ameaçar. Inga Konst, na área, atirou ao lado. Aos 18', Lena Pauels mostrou credenciais, com nova intervenção face ao cabeceamento de Vanessa Marques.
Com 23 minutos, o Benfica reagiu por Andreia Norton. À entrada da área, a média atirou para defesa de Michaely Bihina.
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Foi o aviso para o que seguiria. Uma bela transição rápida para o ataque foi concluída por Marie Alidou, assistida por Andreia Faria! Estavam decorridos 25 minutos e os adeptos celebraram efusivamente o golo inaugural. Eficaz, o Benfica colocou-se na frente (1-0) e nas bancadas fez-se a onda.
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A paragem do jogo para assistência médica de Anna Gasper foi aproveitada para reunir o grupo encarnado. Filipa Patão deu instruções às jogadoras, junto ao banco.
Aos 35', Lúcia Alves cruzou para Marie Alidou, a canadiana penteou a bola, que levou a direção errada.
Nas bancadas, maioritariamente pintadas de encarnado, os adeptos cantavam sem cessar.
Até que, num canto, à direita, o Racing Power, que concluiu a Liga BPI no 3.º posto, igualou, aos 41'. De cabeça, Gerda Konst elevou-se e marcou (1-1).
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ÍMPETO NO RECOMEÇO E... GOLO
No recomeço do desafio, Lúcia Alves visou a baliza rival, mas o disparo embateu numa adversária e perdeu-se pela linha de fundo, aos 49'. Com ímpeto, as águias entraram bem e rondaram a área oposta.
Aos 56', Marie Alidou caiu na área do Racing Power, emblema que habitualmente joga no Estádio Nacional na condição de visitado, mas Catarina Campos nada assinalou. Alertada pelo VAR Vasco Santos, a juíza visionou as imagens e assinalou castigo máximo, explicando que Bárbara Azevedo pisou a canadiana.
Na conversão, Carole Costa, exímia batedora, fez o 2-1, aos 60', repetindo o que fizera na semana anterior, no jogo que deu o Tetra, no Benfica Campus.
Perante 18 124 espectadores, um novo recorde em finais de Taça de Portugal femininas (bateu-se largamente o anterior máximo, 13 894), o Benfica carregou e Marie Alidou surgiu na cara de Michaely Bihina, mas a guarda-redes do Racing Power levou a melhor (67').
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TENTO DE LÚCIA ALVES E HOMENAGEM DOS ADEPTOS
Porém, aos 69', servida na perfeição por Francisca Nazareth, Lúcia Alves avançou e bateu (3-1) a guarda-redes rival! Muitos festejos e, de imediato, após apontar para o céu, foi cumprimentada por todas as companheiras. Um momento simbólico, pois a avó materna da internacional lusa faleceu recentemente. "Lúcia, Lúcia", gritaram os adeptos.
Aos 74', a camisola 13 foi substituída (entrou Catarina Amado), foi abraçada por Filipa Patão e acenou aos adeptos, grata pelo apoio incondicional.
Anna Gasper, aos 81', também tentou surpreender Bihina, mas o disparo saiu sobre a trave. O Benfica estava mais confiante, com muita posse de bola e aos 83', Francisca Nazareth ficou perto do golo. Na insistência, Marie Alidou não atirou na direção da baliza.
No 2.º minuto dos sete de compensação, nota para a entrada da jovem Lara Martins para o posto de Chandra Davidson. A avançada ainda marcou, mas o lance já estava invalidado por fora de jogo.
Final da Taça de Portugal
Mas a final não acabaria sem nova explosão de alegria. Contra-ataque conduzido por Catarina Amado, passe para Francisca Nazareth e golo da camisola 10, aos 90'+5' (4-1).
"E o Benfica ganhou, outra vez", cantou-se de imediato.
De pé, no banco, as suplentes ansiavam pelo término no jogo. Mal terminou, todas entraram em campo e celebraram e, de mãos dadas, fizeram a vénia aos adeptos! Bonito!
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DECLARAÇÕES
Filipa Patão (treinadora do Benfica): "Era o nosso objetivo, poder fazer mais uma vez história. É mais um orgulho para o Clube, que faz história no futebol feminino português. Fizemos 47 jogos, foi duro, mas foi uma aposta ganha da Direção em levar a equipa para o Benfica Campus. Este estádio é mítico e o Benfica consegue colocar esta massa adepta gigante a apoiar, eles é que nos empurraram durante toda a temporada. Agradeço-lhes o apoio! Sou uma treinadora orgulhosa e satisfeita por termos feito o pleno. Conseguimos finalmente trazer novamente esta Taça de Portugal para o Museu Benfica – Cosme Damião. Quanto mais conquistamos, mais subimos a fasquia. Agora é saborear esta vitória. Precisávamos muito disto, desta vitória, é uma Taça muito especial. Continuamos a caminhar pelo caminho certo, a apostar no futebol feminino. Vemos o crescimento dos outros como uma oportunidade para crescer."
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Sílvia Rebelo (capitã e defesa do Benfica): "[Pleno] Era algo que queríamos muito. Queríamos fazer história, mais uma vez, e conseguimos. A sorte dá muito trabalho, como se costuma dizer. Foi uma época bastante longa, difícil, em que passámos por momentos menos bons, mas esta equipa sempre mostrou o motivo de ser uma das melhores no mundo. Temos vindo a crescer, e o impacto é este, um estádio cheio, com os nossos adeptos. Sem dúvida que está vitória também é para eles. Esta caminhada sem eles também não era possível. Quando cheguei ao Benfica, a primeira coisa que me disseram foi que o Benfica é uma equipa de títulos. Essa era e exigência, e nós trabalhamos todos os dias para isso. Queremos dar continuidade a esse trabalho."
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Carole Costa (defesa do Benfica): "Nunca tinha acontecido antes [pleno de troféus], são quatro títulos internos, chegámos aos quartos de final da Champions, fizemos 47 jogos oficiais, e este público é incrível, estes adeptos que nos apoiam sempre, e hoje foi mais um dia assim. Estou extremamente feliz, por mim, pelas minhas colegas, porque foi uma época dura, as épocas começam a ser cada vez mais exigentes em todas as provas. Fico feliz por ajudar a equipa [penálti convertido], conquistámos os quatro troféus internos, fizemos uma boa prestação na Liga dos Campeões, e estes adeptos merecem, é para eles. Os objetivos para o ano vão ser maiores e tenho a certeza que os vamos superar."
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Kika Nazareth (avançada do Benfica): "O Benfica é isto, é exigência o mais alto nível. Propusemo-nos a isto, o Benfica são vitórias e todas são importantes, e o Benfica quer ganhar tudo e, por mérito nosso, conseguimos fazer o pleno e vão as quatro Taças para o Museu. Esta é também uma vitória destas 18 mil pessoas e de todos os Benfiquistas e é um orgulho representar este Clube."
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Lúcia Alves (defesa do Benfica): "É sempre uma sensação incrível ganhar um título pelo Benfica. Toda a gente sabe que o meu clube é o Benfica e é sempre muito especial poder conquistar um título pelo meu clube. Os objetivos eram muito claros. Era conquistar tudo em Portugal, levar o nome do Benfica cada vez mais longe lá fora e foi muito mental. Mentalizámo-nos que podemos ser cada vez melhores e é desfrutar do momento, dentro de campo, e isso foi visto por toda a gente."
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Pauleta (média do Benfica): "Esta é uma Taça muito importante, é a quarta da época e significa o pleno. Queríamos fazer história e conseguimos, é um momento histórico para o Clube e para o futebol feminino português. Tínhamos esta ambição há muito tempo, era um objetivo da época, e o segredo desta época foi a raça, a vontade, o querer sempre mais, querer sempre ganhar e fazer sempre melhor. Estou muito feliz!"
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Andreia Faria (média do Benfica): "É uma temporada histórica para o Benfica e, para mim, é um orgulho poder representar este enorme clube ao longo das últimas seis épocas. É continuar a trabalhar para poder continuar a estar neste grande nível, que é o do Benfica, e conseguir, para o ano, fazer uma campanha ainda melhor na Champions League e conquistar os quatro títulos outra vez, que é o nosso objetivo.
"É NOSSAAAA 🏆❤️#SLBenficaFem #TaçadePortugalFeminina • #LojasEspacoCasa #Plug4usworld #SilviaMoreno #AMatosCar @adidasfootball pic.twitter.com/MfCybJQLsx
— SL Benfica (@SLBenfica) May 19, 2024
Catarina Amado (defesa do Benfica): "É a 2.ª da história do Clube, para mim, acabou de entrar no meu currículo, é a minha 1.ª Taça de Portugal. É um momento único e histórico e estou muito feliz por ganhar esta Taça pelo Benfica. O segredo é muito trabalho e dedicação ao longo do ano todo. Um ano muito intenso, desgastante, mas nunca faltou trabalho e esta equipa merece."
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Ana Seiça (defesa do Benfica): "É uma época perfeita. Fizemos uma época histórica quer aqui, quer fora. Conseguimos os quatro títulos nacionais, conseguimos chegar aos quartos de final da Champions e disputá-los bem. Claro que podíamos ter feito as coisas um pouco melhores na Champions, mas acho que isso se consegue com a experiência e vamos adquirindo-a na competição, mas não se podia pedir mais nada, foi a época perfeita. Os adeptos foram incríveis, como são sempre. Quando a equipa precisa, eles aparecem. Estes quatro títulos são muito nossos, mas também são muito deles. Tivemos sempre adeptos presentes, que se fizeram sentir, e isso também dá um alento à equipa, que é muito importante para conseguir fazer o pleno."
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Anna Gasper (média do Benfica): "Eu e toda a equipa estamos muito orgulhosas, é uma honra vencer esta Taça. Nos últimos anos, não a vencemos. Era nosso objetivo conseguir todos os quatro títulos nesta época e, agora, conseguimos. Foi uma época muito longa para nós, trabalhámos muito arduamente para isto e agora vale a pena todo o trabalho, todos os jogos. Estamos felizes e orgulhosas. Celebrar com todos os adeptos no estádio é incrível."
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4-1
Estádio Nacional
Onze do Benfica
Lena Pauels, Christy Ucheibe, Carole Costa, Ana Seiça (Laís Araújo, 85'), Lúcia Alves (Catarina Amado, 74'), Anna Gasper, Andreia Faria, Andreia Norton (Pauleta, 85'), Francisca Nazareth, Marie Alidou (Jéssica Silva, 85') e Chandra Davidson (Lara Martins, 90'+2')
Suplentes
Rute Costa, Laís Araújo (85'), Sílvia Rebelo, Paige Almendariz, Catarina Amado (74'), Pauleta (85'), Lara Martins (90'+2'), Jéssica Silva (85') e Marta Cintra
Onze do Racing Power
Michaely Bihina, Beatriz Rodrigues, Jenna Tivnan, Lúcia Lobato, Bárbara Azevedo, Sini Laaksonen (Dulce Quintana, 72'), Gerda Konst, Evy Pereira (Mariana Campino, 79'), Vanessa Marques (Inês Gonçalves, 72'), Mercy Idoko (Nerimar Suarez, 72') e Jennifer Vetter (Ivânia Moreira, 86')
Suplentes
Íris Silva, Tânia Riso, Mariana Campino (79'), Catarina Realista, Nerimar Suarez (72'), Ivânia Moreira (86'), Dulce Quintana (72'), Érica Bispo e Inês Gonçalves (72')
Ao intervalo 1-1
Golos
Benfica: Marie Alidou (25'), Carole Costa (60' gp), Lúcia Alves (69') e Francisca Nazareth (90'+5'); Racing Power: Gerda Konst (41')
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