domingo, 12 de maio de 2024

UMA MÃO CHEIA DE GOLOS




Vindo de uma derrota em Famalicão, e a enfrentar um ambiente que podia tornar-se hostil, o Benfica realizou uma exibição segura e competente, aproveitando a contradição em que o adversário caiu, de querer defender à frente, sem que a equipa colocasse agressividade e convicção nas suas ações. Com o espaço de que poucas vezes gozou ao longo da temporada que agora está prestes a despedir-se, a equipa da Luz, que apresentou um ataque móvel formado por Rafa e Kokçu, foi trocando a bola e variando o centro de jogo de forma a desequilibrar o último reduto arouquense, sempre mal protegido pelo meio-campo.
Sem preocupações na tabela classificativa, estável num honroso sétimo lugar, a equipa forasteira, que empatou no Dragão e ganhou em Braga, pôs-se-a jeito para abandonar a capital com um corretivo que não estaria conforme ao que fez durante a época. Mas do relaxamento arouquense não teve culpa o Benfica, que desde muito cedo começou a colecionar oportunidades de golo claras, não concretizadas, uma das quais, aos sete minutos, quando Arruabarrena fez uma defesa monstruosa a um belíssimo remate de Rafa, o dono da festa, em tarde de despedida da Luz, depois de oitos épocas em que se tornou referência dos encarnados.
Com as oportunidades a sucederem-se - João Neves para o guarda-redes brilhar, aos 17 minutos, e João Mário ao poste aos 22 -, o marcador só seria aberto de penálti, numa mão na bola clara de Bambú. O_estádio da Luz e os colegas, a começar por Di María, bem pediram a Rafa que se encarregasse do remate dos onze metros, mas o 27 encarnado recusou e o mago argentino colocou o Benfica na frente (25). Dois minuto volvidos, que correspondiam ao número da camisola de Rafa, novo aplauso gigantesco da Luz ao ídolo que vai rumar a outras paragens. E, nem de propósito, aos 32 minutos nova grande penalidade, igualmente indiscutível, para o Benfica, e o filme a repetir-se. Toda a gente queria Rafa a marcar, mas o avançado encarnado disse não e foi Kokçu a fazer o 3-0. Até que, com espaço para trocar a bola perante um opositor inofensivo, Aursnes fez chegar a bola a Rafa que arrancou um belíssimo pontapé, fazendo o terceiro golo do Benfica. E foi em festa que foi tudo para intervalo.

 Um golo à Rafa

No reinício da partida, Rafa voltou a ser herói, assinando um golo em que passou por vários adversários e fez uma picadinha deliciosa sobre Arruabarrena. O_Benfica, com João Neves e Kokçu em grande,e João Mário agradado com a escassa pressão do Arouca, mantinha o sinal mais, e permitia a Carreras mostrar que é jogador para somar e não para subtrair. E foi preciso esperar 68 minutos para que os forasteiros tivessem um lance de perigo (o único em todo o jogo), que Cristo Gonzalez desperdiçou. A seguir Di María foi substituído por Tiago Gouveia (terá sido o adeus do Fideo à Luz?) e Kokçu por Tengstedt, que na primeira jogada em que interveio fez o 5-0 após passe, açucarado, de... Rafa.
Adeus, até 2024/25
Dos últimos minutos na Luz, com o jogo partido, merece destaque, por simbólica, a estreia do júnior encarnado João Rego, que se mostrou irreverente e descomplexado, enquanto que Rollheiser deixou, se bem que em pormenores, boas sensações, e esteve até muito perto do 6-0, aos 90+1'.
Baixava o pano na Luz, ao som do estádio a cantar por Rafa, a estrela da tarde, pelo que o jogo representou para ele e para o Benfica e não só: assinou dois belos golos e ainda fez uma assistência.

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