segunda-feira, 29 de julho de 2024

CHIDOZIE: UM NEGÓCIO ESTRANHO



 "É difícil perceber como é que um clube sem liquidez há anos pagou €5 milhões pelo passe do central e ainda lhe ofereceu um ordenado principesco; talvez os associados mais atentos do Boavista entendam.


O Boavista, ninguém tenha ilusões, não vai lutar pelos lugares cimeiros em 2024/25. O mais certo é sofrer muito para se manter na elite, como sofreu na época anterior com um plantel que qualitativamente era, em tese, superior ao que está ser montado agora. Fary e seus pares operaram o milagre de apagar não um fogo, mas um incêndio de proporções incontroláveis que ameaçou de morte a pantera.
Há ainda outras batalhas difíceis para travar, mas o presidente da SAD – mas não do clube, note-se – continua a debater-se com dossiês singulares. Um deles era Chidozie. A transferência mais onerosa de sempre de um Boavista que no passado comprava barato e bem e vendia caro aos grandes. Num clube sem liquidez, dar €5 milhões ao vizinho FC Porto por um jogador cotado em €2 milhões não lembra a ninguém.
Tão mau quanto isso, é um clube sem liquidez, com credores a bater-lhe diariamente à porta, pagar a módica quantia de €1,74 milhões de salário a Chidozie. No primeiro ano era menos, mas o salário era progressivo. Ou seja, sempre foi demasiado. Não espanta, portanto, que depois de se tornar jogador efetivo do Boavista, o central só tenha jogado uma época completa na equipa – em 2023/24. Foi cedido ao Alanyaspor e depois ao Hajduk Slipt. O que ganhou o Boavista com esta fantástica visão de quem o contratou? Os €500 mil (+ €200 mil em bónus) pagos pelo FC Cincinnati, da MLS, por Chidozie vieram resolver um problema que o jogador não criou. Foi sempre profissional, cumpriu com o que lhe foi pedido. Mas alguém falhou."

Pascoal Sousa, in a Bola

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