Bruno Lage confirmou de véspera a titularidade de Leandro Santos, mas o jogo nos Açores, e os próximos, podem ser decisivos também para a afirmação do outro Leandro.
Depois das lesões de Manu Silva e Alexander Bah, com escassos três minutos de intervalo no jogo com o Moreirense, o Benfica saiu agora do Mónaco com mais duas baixas a lamentar por algumas semanas: Fredrik Aursnes e Ángel Di María.
Foi como se tivesse perdido (o seu) Lionel Messi e o guarda-costas omnipresente, tal a proteção que o polivalente norueguês tem dado ao internacional argentino — o das águias — desde que Bruno Lage regressou ao banco encarnado. Para além da disputa pela liderança da Liga, o Benfica parece querer dar luta ao Sporting também no campeonato das lesões, ainda que essa (des)vantagem seja bem superior à da tabela de pontos. Mas se, do outro lado da Segunda Circular, a praga de lesões tem criado espaço de afirmação para alguns jovens da academia, como João Simões, também o Benfica tem aqui uma oportunidade para renovar o voto de confiança no trabalho desenvolvido nos seus escalões de formação.
Não que Bruno Lage tivesse muito por onde escolher, mas procurou passar essa mensagem de crédito na antevisão do jogo com o Santa Clara, ao antecipar a titularidade de Leandro Santos de véspera. O lateral direito de 19 anos não é propriamente dos nomes mais conceituados do Campus do Seixal — Diogo Spencer, um ano mais velho, estreou-se antes na equipa principal —, mas o que não faltam são exemplos de jovens que superaram as expectativas em momentos assim.
Mas o jogo nos Açores, assim como os seguintes, serão oportunidade maior ainda para outro Leandro. Barreiro chegou à Luz sem grande alarido, contratado a custo zero ao Mainz, com pouco crédito para entrar de rompante nas primeiras opções do Benfica. Não tanto pela qualidade do internacional luxemburguês, agora com 25 anos, antes pelo seu perfil: capaz de correr de uma área à outra, de disputar todos os lances com intensidade máxima, de respeitar rigorosamente os gatilhos da pressão, mas menos competente a pegar no jogo ou a gerir ritmos, algo que o Benfica vê-se obrigado a assumir com muita frequência.
Mas as equipas fazem-se também de operários assim, e a resposta de Barreiro nos últimos jogos tem sido muito positiva. Agora com Lage privado de Manu, Renato Sanches e Aursnes, Leandro pode ter o seu momento de afirmação.
Nuno Travassos, in a Bola
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