Presidente do Benfica teve dois bons momentos em Braga, relacionados com futebol; quanto a eleições, se calhar tem de antecipar coisas.
Rui Costa esteve bem quando no final do jogo em Braga fez duas coisas: felicitar o Sporting pelo campeonato, confirmar a continuidade de Bruno Lage.
O presidente do Benfica foi um desportista de elite e, nesse sentido, seria de estranhar não endereçar cumprimentos para o outro lado da Segunda Circular. É assim que os competidores se comportam. Na mesma medida, o homólogo leonino, na cerimónia na Câmara Municipal de Lisboa, devolveu a deferência.
Já o segundo momento foi, para a nação encarnada, mais importante. Rui Costa começou por dizer que Lage era o menos culpado pelo que sucedeu. Puxou a ele próprio responsabilidades como líder máximo – até porque o setubalense não começou a época – e confirmou a continuidade do técnico. Pelas palavras de Rui Costa não se colocará em causa o que direi a seguir, mas, como manda a regra, falta Bruno Lage confirmar que também ele quer continuar.
Esse anúncio foi outro momento bom de Rui Costa: limpou possível ruído à volta do tema, sem se interessar pelo resultado da Taça de Portugal.
O presidente do Benfica não quis responder sobre se se recandidata. Como A BOLA noticiou, junho vai trazer «atividade eleitoral».
Haverá quem fale e defenda eleições antecipadas. É bom não esquecer que o presidente do Benfica foi legitimamente eleito e, tal como sempre defendi que não devem ser os resultados, a bola entrar ou não, a definir se um presidente em exercício deve ser reeleito, também não defendo que uma derrota numa Taça possa derrubar um por si só: um presidente e a sua equipa são eleitos para um mandato, do futebol, às modalidades e ao resto do universo, e são esses que devem estar em causa. Portanto, a haver eleições antecipadas, essas seriam sempre chamadas por estratégia.
O maestro terá os seus timings. Definidos por ele e equipa, tal como terão outros candidatos datas definidas. É obviamente diferente dizer que não se tem uma decisão tomada do que simplesmente não querer anunciá-la (e, nesse sentido, não lhe restar nada mais do que dizer o que disse).
O presidente do Benfica tem preferido não falar do tema, o que poderá mudar rapidamente: 1) por força dos anúncios oficiais de candidaturas que se preveem para depois da Taça: 2) porque o próprio Rui Costa não ficará amarrado a uma equipa a competir, até ao Mundial de Clubes.
Se Rui Costa tem decisão tomada e a sua equipa sabe, resta estar bem preparado; se não decidiu, corre um risco enorme, pois os seus adversários, está visto, estão a querer ganhar vantagem sobre o presidente em exercício e depois pode ser tarde demais.
Luís Pedro Ferreira, in a Bola
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