"Este era o título de um filme de Bernardo Bertolucci que concorreu à Palma de Ouro de Cannes em 1982. Uma drama político que envolvia um empresário (interpretado por Ugo Tognazzi, no melhor papel da carreira) à beira da falência e alvo de chantagem. O título podia aplicar-se à tragédia do Sporting nas mãos de Bruno de Carvalho, um homem que desperdiçou por culpa própria e de forma infantil a possibilidade de ser um dos melhores presidentes da história do clube. Agora está no patamar de Jorge Gonçalves e Godinho Lopes mas a tendência é para bater no fundo, já que nestes últimos dois meses BdC parece apostado em bater quase diariamente recordes de irresponsabilidade, teimosia e demagogia; além de ter revelado, no relacionamento com o activo mais valioso do clube - a equipa de futebol profissional - uma incompetência patética tanto no papel de líder-condutor-de-homens como no papel de gestor, cujo principal objectivo, recorde-se, é sempre a valorização dos activos. Há dois meses, na sequência do estúpido psicodrama após a derrota em Madrid, escrevi neste espaço que Bruno «tinha perdido o Sporting» (longe de imaginar a barbaridade que estava para acontecer em Alcochete).
Agora já nem sei o que dizer, mas confesso que não esperava dele (ao fim de cinco anos de bom trabalho em muitas áreas) tantos e consecutivos erros - tantos!, tantos!, tantos! - nem a insistência numa espiral suicida suicida que já sangrou brutalmente a tesouraria do Sporting e ameaça atrasar o clube alguns anos. «Gestão danosa» é o único termo que me ocorre quando penso no BdC destes últimos dois meses (por falar nisso - lembram-se que ele disse de Godinho Lopes e de anteriores direcções assim que tomou posse?...). A frase «não estamos preocupados por não ter equipa para a próxima época» ficará no anedotário negro do Sporting. Mas enfim. Não há mal que dure sempre. Os jogadores saem, os treinadores saem, os presidentes caem... e o clube continua. Os sportinguistas estão a sofrer mas serão eles a escolher o caminho.
(...)"
André Pipa, in A Bola
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