terça-feira, 19 de novembro de 2019

TRIBUTO AO PEQUENO GENIAL:


CLUBE
Momento de Mística no Estádio da Luz, com sabor a gratidão e memória na apresentação da obra "Chalana, a vida do Génio". Honramos os nossos...
O livro biográfico "Chalana, a vida do Génio" foi apresentado nesta segunda-feira, e foi pequeno o Camarote Presidencial do Estádio da Luz para acolher a quantidade e, acima de tudo, a qualidade das muita glórias e lendas vivas do Benfica que, entre muitos outros ilustres, fizeram questão de celebrar a vida e a carreira do Pequeno Genial.
"A influência que teve na minha carreira e na minha vida foi gigante. O míster Fernando Chalana fez-me acreditar que era possível", explicou Bernardo Silva, dando o mote para uma noite de gratidão. O jovem formado no Benfica Campus, e que hoje é uma das estrelas do futebol mundial, agora ao serviço do Manchester City, fez questão de se sentar ao lado de Chalana num momento tão marcante.
Noite de gratidão e memória, porque no Sport Lisboa e Benfica honramos a História, honramos os nossos! Dos mais velhos aos mais novos, muito Benfica, muita Mística, um sentimento que extravasa e se alimenta de emoção e sentimento puro! Glórias, ex-jogadores, atletas, ex-atletas, treinadores, Direção do Clube, Órgãos Sociais... Todos fizeram questão de dizer presente!
Chalana
Fernando Chalana nasceu no Barreiro, a 10 de fevereiro de 1959. Proveniente dos juniores do FC Barreirense, ingressou com apenas quinze anos no Sport Lisboa e Benfica, onde esteve durante dez temporadas seguidas (1974-1984). Após passagem pelo Bordéus (1984-1987), voltaria a vestir o Manto Sagrado por mais três épocas (1987-1990).
Um pequeno e taxativo parágrafo para apenas apresentar quem fez e foi tanto para o Clube.
"Chalana, a vida do Génio", da autoria de Luís Lapão, foi produzido com o apoio do Património Cultural Benfica e editado pela Prime Books. A obra incide essencialmente na fase nascente da carreira de Fernando Chalana, contando a várias vozes (familiares, colegas e amigos) as suas memórias mais marcantes desde os tempos do Barreiro aos do Seixal, passando por França e, obviamente, pelo Estádio da Luz. Tal como narra o prefácio escrito por Mário Zambujal.
Ora, muitas desses nomes fizeram questão de marcar presença e deixar o seu testemunho in loco.
Presidente
Os muitos convidados chegaram e foi com sala cheia que se apresentou a obra. O primeiro a usar da palavra foi Jaime Cancella de Abreu, da Prime Books.
"'O Chalana nunca soube a dimensão que tinha' – estas são palavras de Rui Costa e este foi o ponto de partida para este livro. Esta obra é um imperativo de consciência do Benfica e de todos os Benfiquistas. Isto não é um livro, é um tributo", começou por dizer, uma ideia prontamente vincada pelo autor que, antes, fez questão de realçar a importância de um departamento muito específico do Clube.
"Isto só é possível porque existe no Benfica uma área que se chama área Patrimonial Benfica. Este livro resulta daí. Obrigado ao Presidente por permitir tudo isto e também ao António Ferreira, diretor da área em questão. Eu cresci a ver o Chalana… Ele era perfume e magia e, para a minha geração, nunca houve outro igual. Ele era o ídolo. Obrigado, Chalana", explicou Luís Lapão.
Seguiu-se um momento pleno de emoção, com a filha do Pequeno Genial a falar aos presentes.
"Quem conhece o meu pai sabe como ele fica emocionado com todas estas coisas e assim que se falou da apresentação do livro começou a ficar nervoso e fez aquilo que sempre soube fazer tão bem: passou-me a bola e aqui estou eu", começou por dizer entre alguns risos.
"Quero celebrar e agradecer este momento tão importante para o meu pai e para todos nós que gostamos dele. Obrigada ao SL Benfica e ao Presidente Luís Filipe Vieira por terem concretizado um velho sonho do meu pai, ver a sua história contada num livro. Obrigada a todos por estarem aqui a celebrar uma vida cheia fora e dentro de campo", disse Mariana Chalana, com a voz embargada de emoção e lágrimas nos olhos.
Bernardo Silva: "É um dos grandes responsáveis pelo sucesso que tenho tido"
Formado no Benfica Campus, Bernardo Silva cresceu como pessoa e como jogador graças aos conselhos, à crença e à confiança que Fernando Chalana lhe passou, especialmente num momento crítico do seu percurso em que se interrogou se seria capaz de alcançar os patamares de excelência que ambicionava.
"Por só ter 25 anos não pude assistir ao vivo ao que o grande míster Fernando Chalana fez enquanto jogador. Ouvi histórias do meu pai e também do meu avô – que era sportinguista, mas também um dos maiores fãs do míster Fernando Chalana. Conheço-o muito bem como pessoa. A influência que teve na minha carreira e na minha vida foi gigante. Na minha pior fase – tinha eu 16 anos –, quando estava com dúvidas e não sabia se seria capaz de chegar onde queria, o míster Fernando Chalana fez-me acreditar que era possível", confessou Bernardo Silva, que se sentou ao lado do Pequeno Genial na apresentação da obra biográfica de um dos maiores nomes da história do futebol português.
"Lembro-me de ele, nos estágios nos hotéis, bater à minha porta e de me dizer que eu ia ser um grande jogador, que tinha a certeza de que eu ia ter muito sucesso, que acreditava em mim. Ouvir estas coisas e sentir esta força de uma pessoa tão importante na história do nosso futebol, e aprender com ele no dia a dia, porque foi um jogador fantástico mais ou menos na minha posição que eu... Por toda a força que me passou, é um dos grandes responsáveis pela fase por que passo e pelo sucesso que tenho tido. Muito obrigado pelo impacto que teve na minha vida e pelo apoio que me deu numa fase complicada", agradeceu o internacional português.
Mario Zambujal
A fechar a apresentação formal da obra, mais um momento de inspiração, desta feita com o timbre de Mário Zambujal, sendo dele o prefácio do livro.
"Estou emocionado por ver aqui ídolos do Benfica de várias gerações. Uma plateia admirável que está aqui reunida. Isto é Benfica total. Conheço o Chalana há tantos anos e hoje estou aqui num Benfica de tantos e vários tempos, épocas, presenças e gerações, que não se fratura, como se o tempo não tivesse corrido. Felicito o Presidente pelo esforço que tem feito para que aqueles que foram os antigos jogadores continuem a ser figuras do Benfica. Isso deu-me um grande entusiasmo. O livro, tal como o Chalana, é uma explosão genial. Ele foi um portento a jogar futebol. Sou um admirador do homem e do jogador de futebol", finalizou, arrancando vários aplausos, de uma sala rendida à solenidade do momento.
Bruno Lage: "Homenagem merecida a uma pessoa fantástica"
Tirada a fotografia de família, seguiram-se os muitos abraços, numa noite de reencontros e onde Bruno Lage, treinador do Benfica, também esteve presente.
"Para além da homenagem ao míster Chalana, isto é realmente sentir o Benfiquismo. Aquilo que costumo dizer, e aquilo que sinto, é que o Benfica são as pessoas, e hoje um conjunto enorme de pessoas, que fizeram deste um grande Clube, vieram aqui fazer a homenagem, merecida e em vida, a uma pessoa fantástica, um excelente jogador, mas acima de tudo uma pessoa fantástica, com uma humildade tremenda", elogiou Bruno Lage.
"Quase em jeito de vergonha, digo que ele foi um dos meus adjuntos quando fomos campeões nacionais nos Juvenis. Naquela equipa técnica não havia treinadores principais nem adjuntos, éramos realmente uma grande família e foi em família que fizemos dois/três anos muito bons", disse o treinador principal da equipa de futebol do Benfica.
Rui Costa: "Expoente máximo do futebol"
O Maestro Rui Costa recordou os seus tempos de apanha-bolas no Benfica, um tempo de importância fulcral no seu amadurecimento como pessoa e atleta.
"Conheço a história toda porque fui apanha-bolas e cresci nesta geração. Este livro significa a vida do génio! É isto que significa para todos nós, pois foi assim que ele sempre foi visto por todos, justamente, e posso dizer que ainda jovem acompanhei muito da sua carreira porque cresci a ver esta geração e tinha um apreço tremendo por todos eles. Depois, quando se olha para o Chalana, vê-se aquilo que é o expoente máximo do futebol e aquele jogador que toda a gente admira, toda a gente gosta e aprecia ver em campo. Tive também a grande felicidade de conhecer o homem. Para além de ter sido meu treinador, foi meu companheiro de muita batalha, até já enquanto dirigente, portanto, se o jogador estava à vista de toda a gente e era aquilo que era, o homem era exatamente a mesma coisa", disse o administrador da SAD à BTV.
E, pegando nas palavras de Mário Zambujal, o que se sente numa sala com tanta glória? Rui Costa responde de imediato: "Duas sensações diferentes, mas enormes! Uma por ver tanto ídolo do Benfica, pois para quem cresceu aqui dentro e como benfiquista (eu não fui só jogador, fui também adepto) é uma satisfação enorme ver todos eles aqui, juntos, e a viver Benfica; e o segundo sentimento é eu faço parte disto, e esse é o maior orgulho da minha vida em termos profissionais."
DECLARAÇÕES
Pietra: "Nunca é demais relembrar o que Fernando Chalana foi como atleta. Tive o privilégio de jogar vários anos com ele. Cheguei ao Benfica quando ele subiu a sénior, ele e outros jovens. Juntamente com outros jogadores, constituímos muito boas equipas que dignificaram este grandioso clube."
António Veloso: "A camisola do Benfica representa tudo! Eu tinha uma adoração muito grande pelo Chalana e tive o privilégio de jogar com ele. Ele era um génio com a bola, de pé esquerdo, pé direito, era difícil anulá-lo. Um extraordinário atleta e uma extraordinária pessoa, não se metia com ninguém, ele queria era jogar à bola."
Nuno Gomes: "Chalana foi um dos melhores jogadores do futebol português. É uma justiça enorme podermos recordar o que foi como jogador e o que é como pessoa. Tive a felicidade de trabalhar com ele. A carreira que fez, a pulso, é um exemplo para os jovens que ambicionam chegar ao futebol profissional."
José Luís: "Jogava extraordinariamente bem com os dois pés! É um ser humano que sempre admirei. Humilde. Não há palavras para descrever o ser extraordinário que ele é e merece esta homenagem do Benfica."
Alvaro
Álvaro Magalhães: "Como jogador, foi um génio no futebol português. Tivemos grandes jogadores, mas Fernando Chalana era genial. Faz parte de um trio de génios: Eusébio, Chalana e agora Cristiano Ronaldo. Foi sempre um grande companheiro, humilde, sempre no apoio nos bons e nos menos bons momentos. Para mim, será sempre um super-homem, que como jogador foi genial."
Toni: "Chalana fez a sua estreia no dia 6 de março de 1976 num jogo contra o Farense no velho Estádio da Luz. Estávamos a ganhar por 3-0. Ao intervalo eu saí e o Chalana estreou-se. Duas semanas depois voltou a entrar, mas nesse dia foi para o lugar do Shéu. Fez dois jogos, sob o comando do capitão Mário Wilson, e foi campeão nessa época. Quando um dos seus melhores intérpretes deixa de jogar, o futebol fica mais pobre."
Diamantino: "É sempre uma grande alegria reencontrar Fernando Chalana. Um dos maiores elogios que lhe posso fazer é que, quando jogávamos, era a ele que passávamos a bola quando estávamos aflitos. Chalana é do Benfica, mas é nacional. Tantas gerações encontrarem-se aqui, no mesmo sítio, para homenagear um dos seus é muito bom. Somos uma grande família, fizemos e fazemos parte da história."
Renato Paiva: "Nós, como treinadores de formação do Clube, não estamos aqui só para treinar jogadores, mas também para lhes mostrar o que é o universo Benfica. E falar no universo Benfica é, depois de Eusébio, falar de Fernando Chalana, respeitando todos os outros que fizeram história no Clube. A genialidade dele ombreia com a humildade."
Sheu
Shéu Han: "Relembramos aqui um tempo que foi fantástico, com jogadores como Veloso, José Luís e Chalana, que era o expoente máximo desse Benfica. Chalana era o jogador que resolvia jogos. Não nos importávamos de trabalhar para ele. Dizíamos-lhe muitas vezes: 'Fica aí, que nós fazemos o resto'. A sua grande qualidade era resolver os jogos."
Fute
Paulo Futre: "Chalana era um dos melhores do mundo, era o meu ídolo. Eu jogava no Sporting e vinha vê-lo ao Estádio da Luz. Foi genial, a minha referência. Quando era adolescente queria ser como ele. A sua humildade fez-me admirá-lo ainda mais. Os meus sonhos nasceram com Fernando Chalana."
Pedro Valido: "O que se passou hoje aqui é fantástico. Estamos a falar do meu ídolo de criança. Nem nos meus melhores sonhos imaginei, quando fazia de apanha-bolas e o via jogar, que uns anos mais tarde iria ser colega dele, e ainda mais tarde ser colega dele como treinador e fazer parte de uma equipa técnica juntamente com Bruno Lage. Temos uma amizade enorme. É uma honra poder participar numa cerimónia destas, um tributo fantástico a Chalana. Ele foi grande dentro das quatro linhas, mas fora delas é um ser humano fantástico, um grande amigo."
Joao Pinto e Humberto
João Vieira Pinto: "Foi com a geração de Fernando Chalana que comecei a ver futebol. Eu era miúdo, mas vi-o jogar: Chalana foi enorme. Depois, ele foi treinador adjunto no período em que estive no Benfica. O que posso dizer é que as pessoas ainda gostam mais dele quando o conhecem pessoalmente, pela sua humildade e pela forma como ajuda os outros."

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