segunda-feira, 16 de setembro de 2024

OS FRÁGEIS TELHADOS DA LUZ




 Luís Filipe Vieira não escondeu a mão para atirar pedras, mas Rui Costa sabe qual a cobertura que tem no Benfica.

Ainda que tenha garantido que não queria matar Rui Costa, Luís Filipe Vieira não camuflou as suas intenções. Podia ter arranjado um evento qualquer para falar da atualidade do clube, mas nem escondeu a mão atrás das costas. Deu uma entrevista, levou algumas notas — até para não se esquecer de dizer que teve os adeptos sempre no pensamento — e passou a noite a atirar pedras para o outro lado da rua.
O problema de quem resolve as coisas assim, já se sabe, é esquecer os telhados de vidro. E no caso de Vieira isso tem duplo sentido, que as pedras atingem não só o clube que presidiu durante 18 anos como também a sua própria liderança. A distância pode ajudar a perceber melhor algumas coisas, mas não deixa de ser curioso que só entretanto tenha percebido aquilo que não identificou ao longo de uma década de trabalho direto, e venha agora pedir desculpa aos adeptos do Benfica por ter indicado Rui Costa como sucessor. Que garanta que preferia vender três ou quatro «monos» do que libertar João Neves por 60 milhões de euros, quando abriu mão de Bernardo Silva ou Cancelo por 15, ao mesmo tempo que acumulava salários de jogadores contratados a custo zero que nunca chegaram a jogar de águia ao peito, só para «emprestar ou fazer negócio».
Vieira só se lembrou do telhado ao falar da saída de Roger Schmidt e do regresso de Bruno Lage, mas quis mostrar pulso firme ao defender que o alemão devia ter saído por «destratar a massa associativa», quando tapou os olhos no dia em que Jorge Jesus teve postura reprovável com uma das maiores referências do clube, Shéu Han.
Vieira está mais do que habilitado para falar do Benfica, e alguns dos reparos ao antigo delfim são mais do que pertinentes — do mau planeamento do mercado à forma pouco convicta como Lage foi recuperado — mas não os apresenta de forma construtiva, move-se por contas a ajustar. Critica a saída de figuras que o acompanharam, arrasa quase todos os que restam do seu tempo e elogia mudanças enquanto mostra estar a par de conversas internas.
Vieira, que não tem nada a justificar aos sócios porque não tirava férias, não sabe se voltará a avançar para a presidência, mas quer recuperar influência nos corredores onde o seu nome passou a ser proibido. A Rui Costa parece restar o silêncio de quem sabe de que é feito o seu telhado, e de quem pouco fez para ter outra cobertura em casa. Para provar que pode ser tão bom presidente quanto foi jogador, Rui Costa teria de mostrar que sabe fintar o passado.

domingo, 15 de setembro de 2024

VIVA A IMPARCIALIDADE



No Arouca - Sporting não era penálti, mas aceita-se.
Ontem não há evidências claras de ser falta, a bola depois disso passa para o Santa Clara antes do golo, mas é um erro grosseiro. Este vírus pega-se...
A Renascença do Drº Américo Aguiar nunca falha...
Grosseira é vossa falta de isenção.

LUÍS FILIPE VIEIRA E A FINA IRONIA

 


"Antigo presidente do Benfica preparou um ataque como nunca


Luís Filipe Vieira não ganhou com a entrevista que concedeu à CMTV. Nem sei se o antigo presidente do Benfica queria ganhar, para ser sincero. Sei, isso sim, que queria que algumas pessoas perdessem. Isso Vieira conseguiu.
LFV sempre foi um dirigente com contradições. A sua entrevista, nesse aspeto, não foi novidade. Mas teve momentos diferentes, surpreendentes até. Desde logo, a preparação. Vieira ‘sabia’ o que lhe iam perguntar. E até uma cábula levou. Parece pormenor supérfluo perante tudo o que o antigo líder disse. Mas não é. Porque desde logo denota a intencionalidade do ataque.
Surpreendente, também, o momento em que disse que no Benfica «só querem gente do PSD». Vieira, preparado, não disse coisas à toa, mas queria chegar onde com tal afirmação?
Ao mesmo tempo que quis magoar Rui Costa – e Nuno Costa de forma muito clara – Vieira quis ainda mostrar o seu lado de «salvador da pátria», em mais uma aparição de Messias.
É verdade que LFV fez obra no Benfica. A transformação do clube e SAD desde a sua entrada é inegável. O Benfica pensou e executou vários projetos com Vieira. Mas achar que só ele saberá negociar um contrato de direitos televisivos é por demais egocêntrico. Aliás, até diz muito do que foi a gestão de LFV no Benfica. Com tanta gente a transitar do seu tempo para agora, Vieira não «ensinou» ninguém? A conversa de sucessão e do sucessor teve alguma ação interna? Percebemos que não. Pois Vieira nunca teve a intenção de ter de abdicar de nada, apenas foi gerindo situações consoante o rumo das coisas, aproximando e afastando pessoas, elogiando ou criticando conforme lhe convinha, Rui Costa incluído.
Não percebi uma coisa, confesso. Se Vieira ainda tem influência suficiente para «colocar» Stock da Cunha na SAD – Nuno Catarino vem da McKinsey com quem o Benfica já trabalhara no passado - ou se disse que Rui Costa acertou nas escolhas.
Vieira, insisto, não ganhou nada até porque facilmente se recuperam vídeos e declarações em que o antigo presidente criticou quem fez o que ele acabara de fazer.
Vieira disse que não venderia João Neves. Quando o seu currículo nesta matéria nos indica o contrário. Vieira também gosta de usar o argumento de Rúben Amorim quando, na realidade, foi o único presidente do Benfica que teve oportunidade de o contratar como treinador.
Vieira não ganhou com a entrevista, mas fez Rui Costa perder pela natureza do ataque. O momento é político e da Luz não há reação. Não se antecipou o ataque e, depois deste, talvez ninguém estivesse preparado para o que se ouviu. Pode ser também que o terramoto seja tão grande que os alicerces da Luz ainda estão a abanar, sem esquecer que Rui Costa vai ter de estar na tribuna presidencial já hoje, perante o universo encarnado.
Houve reação, porém, vinda do Seixal. Numa «fina ironia» de Lage, a lembrar a Vieira que agora já o acha um bom treinador. Disse mais o técnico. «Temos de estar todos juntos, até dito por ele.» Fina ironia, pois claro…"

Luís Pedro Ferreira, in A bola

9ª SUPERTAÇA



 Com golos de Fifó, Sara Ferreira (2) e Inês Matos, o Benfica bateu o Torreense por 4-0 na final jogada em Torres Novas.

A equipa feminina de futsal do Benfica conquistou a 9.ª Supertaça do seu palmarés ao vencer o Torreense, por 4-0, no Pavilhão dos Desportos de Torres Novas, ao início da tarde deste sábado, 14 de setembro. Fifó, Sara Ferreira (bisou) e Inês Matos foram as marcadoras de serviço.
Em termos de distinções individuais, Sara Ferreira foi eleita a melhor jogadora da final da Supertaça e Maria Pereira recebeu o prémio fair play.
Para este embate, Alex Pinto escalou o seguinte cinco inicial: Alexandra Melo, Inês Fernandes, Janice Silva, Sara Ferreira e Inês Matos.
O treinador do Benfica não pôde contar, para esta Supertaça, com Ana Catarina, que cumpriu castigo por expulsão na Copa Ibérica, nem com Natália Detoni, cujo certificado internacional ainda não tinha chegado.
As heptacampeãs nacionais assumiram desde o início da partida o favoritismo e a primeira oportunidade surgiu logo no minuto inicial por intermédio de Janice. O jogo era de sentido único, com Cristina Santos (seria eleita a melhor guarda-redes da Supertaça...) a impedir por várias ocasiões o tento das águias.
Foi preciso esperar até ao minuto 12 para o marcador ser inaugurado. Fifó, com um remate forte e de classe de fora da área, em boa posição, apontou um grande golo e trouxe justiça ao resultado (1-0). Empolgadas, as águias não deixaram de carregar, e, passados dois minutos, chegaram ao 2-0.
Aos 14', Ana Alves impediu a bola de entrar na baliza ao tocar com a mão no esférico após remate de Janice. Após visionamento do suporte de vídeo, a árbitra acabou por expulsar a atleta do Torreense e assinalar uma grande penalidade. Na conversão do castigo máximo, aos 14', Sara Ferreira fez o 2-0.
E foi através de outra grande penalidade que o terceiro tento encarnado surgiu. Cláudia Santos derrubou Angélica Alves na área, aos 16', e coube desta vez a Inês Matos converter de forma exemplar (3-0).
Com o resultado em 3-0 ao intervalo, a segunda parte seria de continuidade daquilo que foi a primeira, com o Benfica a manter o domínio do jogo. As jogadoras encarnadas geriram o resultado, com muita posse de bola, construindo várias jogadas e criando oportunidades.
O 4-0 final foi apontado por Sara Ferreira, aos 37'. A camisola n.º 10 driblou, combinou com Maria Pereira e finalizou de primeira. Uma grande jogada que trouxe mais justiça ao marcador. Num jogo de sentido único, o resultado final apenas acabou por pecar por escasso.
DECLARAÇÕES
Alex Pinto (treinador do Benfica): "Um jogo de muito desperdício, um jogo de sentido único. Mérito para o Torreense por estar aqui hoje, ter chegado à final da Taça de Portugal no ano passado. No entanto, penso que fomos demasiados perdulários, os números pecam por escasso. Tivemos diversas oportunidades em que podíamos ter alargado o marcador. Não o fizemos, depois foi controlar o jogo. As finais não se jogam, vencem-se, e pouco importava se no final tínhamos mais dois ou três golos. Objetivo cumprido. Mais uma Supertaça para o Clube. Elas estão motivadas todos os dias para continuar a fazer história em Portugal e no mundo. Uma equipa ímpar, que na última década tem ganhado praticamente tudo em Portugal e agora também já na Europa, embora ainda de forma oficiosa. Vamos continuar a lutar por todos os títulos. Este Benfica não entrará em campo nenhum, nem contra adversário nenhum, sem ser com um objetivo, que é a vitória. Como é óbvio, temos os objetivos bem definidos para a temporada e queremos voltar a alcançar os títulos. No ano passado deixámos passar a Taça da Liga por entre os dedos. Neste ano temos de fazer para que volte a ser nossa."
Inês Fernandes (capitã de equipa): "Feliz! Parece que é repetitivo porque já são algumas, mas quando entramos em campo o passado nunca joga. Sabíamos que éramos favoritas para este jogo, mas tínhamos de o provar também em campo. Acho que não foi um muito bom jogo da nossa parte, mas foi sério e rigoroso. Respeitámos quem estava no outro lado. Tentámos não dar bola, ficar nós com a bola. Fomos justas vencedoras, até poderia ser por números mais dilatados. O Torreense também sai daqui com uma imagem reforçada, um projeto sólido e precisamos de projetos assim no futsal feminino. Vencemos, que era aquilo que queríamos acima de tudo. A Supertaça é um troféu só de um jogo e a preparação física das equipas nunca é a ideal. Mais para a frente, de certeza que a equipa irá jogar melhor futsal e em melhores condições físicas. Mas é sempre um troféu importante, nós éramos as vencedoras do Campeonato Nacional e da Taça Portugal. Sentíamos que este troféu nos pertencia, que tínhamos de o vir buscar dentro de campo e foi isso que fizemos. Tivemos uma claque fantástica! Um grande obrigado a todos os adeptos que marcaram presença. A nossa bancada estava cheia. Espero que tenham desfrutado do nosso jogo. Tentámos dar o nosso melhor."
Sara Ferreira (eleita melhor jogadora): "Fomos umas justas vencedoras pelo que produzimos durante o jogo. Dar os parabéns também ao Torreense por ter chegado à Supertaça. Sabemos que está numa divisão mais abaixo. Há que realçar o trabalho da nossa equipa. Este prémio [melhor jogadora da Supertaça] é meu, mas podia ser de qualquer jogadora. Quero dedicar este prémio à minha irmã, que foi operada na quinta-feira. Foi uma semana difícil, este prémio é para ela."
Maria Pereira (vencedora do prémio fair play): "Significa muito, trabalhámos muito para conquistar este troféu. Sabíamos que não ia ser um jogo fácil, porque quando está um troféu em disputa todas as equipas estão aptas a ganhar. Estou feliz por dar este troféu ao meu clube. Acho que isso representa muito da nossa liderança, do nosso clube e das nossas pessoas. A ansiedade existe sempre nos jogos, mas acreditamos sempre que o golo pode entrar. Foi difícil, mas sabíamos que em alguma hora a bola iria entrar."
Golo do Benfica marcado por Fifó
Fifó (ala): "Obviamente que a vitória foi justa. Estivemos sempre por cima do jogo. Tentámos contrariar os contra-ataques do Torreense, já estávamos à espera que tivessem uma tática mais baixa. O Torreense foi um justo vencido. Uma equipa que tentou dar o seu melhor, tentou causar-nos dificuldades, mesmo com a quadra baixa. Ultrapassámos essas mesmas dificuldades e, felizmente, conseguimos sair para o intervalo já com uma vantagem de 3-0. Na segunda parte tentámos dilatar o resultado. Conseguimos apenas um golo, também por mérito do Torreense. Fizemos um bom jogo e a vitória foi justa. Fico muito contente por ter conseguido ajudar a equipa a ganhar e por marcar um golo, mas o importante aqui é mesmo a vitória do Benfica. Saímos daqui muito felizes por conquistar mais uma Supertaça. É para os adeptos que nós jogamos e ganhamos. Eles são também o nosso sexto jogador."




Equipa do Benfica
Supertaça Feminina | Final | 14/09/2024
Benfica-Torreense
4-0
Pavilhão dos Desportos de Torres Novas
Cinco inicial do Benfica
Alexandra Melo, Inês Matos, Inês Fernandes, Sara Ferreira e Janice
Suplentes
Maria Inês, Madalena Fradique, Maria Pereira, Fifó, Angélica Alves e Ana Oliveira
Treinador do Benfica
Alex Pinto
Cinco inicial do Torreense
Cristiana Santos, Cláudia Santos, Inês Pombo, Jéssica Cordeiro e Ana Alves
Suplentes
Iara Francisco, Constança Decoroso, Patrícia Lino, Diovanna Patrício, Jéssica Melo, Laura Damil, Rebeca Fernandes e Bruna Ferreira
Ao intervalo 3-0
Golos
Benfica: Fifó (12'), Sara Ferreira (14' gp e 37') e Inês Matos (16' gp)
Factos relevantes
Cartão vermelho mostrado a Ana Alves (14')

A "VENDETTA" DE VIEIRA

 


Para muitos, Vieira terá apenas querido acertar contas com Rui Costa, no momento de maior fragilidade deste. Mas será só isso que o antigo presidente do Benfica pretende?

Sendo sabido que a vingança é um prato que se serve frio, Luís Filipe Vieira escolheu o momento de maior fragilidade da presidência de Rui Costa para desferir um ataque devastador contra quem lhe sucedeu na liderança do Benfica. A estrada que liga Lisboa a Belgrado, que os encarnados, agora sob o comando de Bruno Lage, irão percorrer desde o ‘kick off’ do jogo com o Santa Clara, até ao apito final da partida com o Estrela Vermelha, é sinuosa e cheia de perigos. Pois bem, a estas dificuldades, Vieira tratou de juntar algum óleo às curvas mais sinuosas, tornando a manobra mais difícil, e o desastre menos improvável.
E fê-lo lembrando, até, que seria de bom tom o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara, profilaticamente, adiar a AG marcada para o próximo dia 21, onde o tema são os novos estatutos do clube, sublinhando que essa reunião magna poderá tornar-se palco de exigência de eleições antecipadas, caso o sucesso desportivo nos próximos dois jogos não for absoluto.
Ou seja, tratou de colocar pressão em cima da pressão que já pesa sobre uma equipa pressionada, num emblema que corre sérios riscos de balcanização.
Foi Luís Filipe Vieira quem convenceu Rui Costa a trocar Milão por Lisboa, perdendo com isso alguns milhões de euros em nome de um benfiquismo sempre assumido e que, penduradas as botas do ‘maestro’, lhe deu a batuta da direção desportiva do clube, sempre exercida sob fortíssima tutela presidencial.
A ideia de dizer publicamente, em entrevista a A BOLA, conduzida por Carlos Rias, que via em Rui Costa o seu sucessor, acabou por tornar-se num ‘soundbite’ da presidência de Vieira sempre que surgia um opositor, fosse Jaime Antunes, Bruno Costa Carvalho, José Eduardo Moniz ou Rui Rangel. Até ao dia em que o céu desabou sobre a Luz, Luís Filipe Vieira foi detido para interrogatório judicial, e Rui Costa, que sempre tinha sido apontado como o delfim, se chegou à frente e tomou as rédeas do clube.
E isso Vieira nunca lhe perdoou, nem nunca perdoará. Já agora, e como passaram mais de três anos sobre a imputação a Vieira de ilegalidades contra os interesses do Benfica, em que pé está o processo, já que da auditoria forense feita pelo clube (a maior já realizada no nosso país) nada terá sido apurado, e nada se sabe dos resultados das investigações judiciais?
É neste contexto, em que a lei de Murphy se abateu sobre Rui Costa, quer nos recuos que teve de fazer na SAD, rodeando-se, finalmente, de pessoas de inegável valor, quer nas contas no vermelho, apesar das vendas que têm sido realizadas, quer na impopularidade a que, sem surpresa, se sujeitou ao manter Roger Schmidt, e com surpresa se expôs ao transferir João Neves para o PSG por valores pouco expressivos, e ainda, pelos pontos perdidos em Famalicão e Moreira de Cónegos, a que se juntou um futebol de fraco nível, que Luís Filipe Vieira encontrou o ‘timing’ perfeito para transformar a ondulação fortíssima que fustigava o estádio da Luz, numa ameaça de tsunami.
Para lá das muitas contas que Luís Filipe Vieira tratou de acertar, na entrevista à CMTV, com Rui Costa (e com Rui Pedro Braz); para lá do rombo que provocou no tecido social benfiquista, nesta altura, creio, ainda maioritariamente fiel ao presidente/adepto/ídolo, mas cada vez mais desgastado; para lá das garantias dadas por Vieira de que não tinha quaisquer intenções de voltar a ser presidente do Benfica… subsistirá sempre a dúvida se será de descartar liminarmente essa possibilidade, engrossando assim o número de candidatos às próximas eleições que, em princípio, ocorrerão em outubro de 2025.
Que soluções se oferecem, então, agora, a Rui Costa? Não conheço nenhuma que seja eficaz que não passe pelo regresso da equipa principal de futebol às vitórias e às boas exibições. E lamento que, perante questões tão importantes como os novos estatutos ou o regresso ao ‘verde’ das contas encarnadas, a resposta que ofereço seja tão redutora e tão terra à terra. Mas é assim mesmo que as coisas funcionam neste microcosmos do futebol.
Manter Schmidt tinha tudo para correr mal, e correu; Lage é a solução de recurso que pode oferecer resultados imediatos, e é nas mãos de Lage, e dependente do sucesso desta chicotada psicológica, que se encontra Rui Costa.
Se conseguir dobrar este Cabo das Tormentas; se estiver apoiado, do ponto de vista financeiro, por pessoas realmente competentes; se (e esta é a parte mais surpreendente) tiver mais critério nas entradas e saídas; então haverá futuro para Rui Costa enquanto presidente do Benfica. São muitos ‘ses’, que devem ser resolvidos jogo a jogo. A começar pelo Santa Clara…
José Manuel Delgado, in a Bola

sábado, 14 de setembro de 2024

DO TRAUMA AO SORRISO RECUPERADO



Turco e argentino juntaram-se a Florentino e construíram um novo meio-campo, que ajudou nos equilíbrios defensivos e nos desequilíbrios provocados na defesa contrária.
Aos 21 segundos, Nicolás Otamendi fez tudo o que não devia. Desconcentração no controlo da profundidade e reação corporal bizarra a uma bola longa e alta a apontar para a desmarcação de Vinicius, seguida por um falhanço estrondoso na tentativa de corte. No chão, só restou ao veterano argentino ver o avançado surgir isolado perante Trubin e festejar o 0-1, depois de ultrapassar o ucraniano com uma finalização subtil. Não podia começar pior a reestreia de Bruno Lage no Benfica e logo com uma péssima abordagem do seu capitão, que em vez de ser realmente um exemplo em campo tem acumulado erros atrás de erros nos últimos meses ao ponto de se ter de questionar a sua titularidade. Porque a experiência já não justifica tudo.
Nesse momento, ainda não tinha havido tempo para se perceber realmente como se desconstruía em campo o primeiro onze do novo treinador. Desta vez, sem João Félix para lançar, Lage tinha colocado em campo um 4x3x3, que contemplava Florentino a 6, Kokçu próximo, como um dos 8, mas mais à esquerda, sendo Rollheiser o outro, no canal à direita, talvez para compensar a maior fragilidade defensiva do compatriota Di María – um pouco ao jeito da dinâmica defensiva que Rodrigo de Paul cria com Messi na seleção argentina – e também para que ambos pudessem usar com maior facilidade o melhor pé por dentro nas jogadas de ataque, fosse no passe ou no remate. Além, naturalmente, das superioridades numéricas que pudessem criar mais à frente, com rotações posicionais.
O golo do empate, com os encarnados até aí a denotarem algumas dificuldades para controlar o jogo e criar oportunidades perante o 5x4x1 açoriano, surgiu aos 27 minutos. Uma ligação pelo ar Turkish Airlines, entre Kokçu, a usar o pé direito por dentro, e Akturkoglu, que, na enésima vez em que explorou o espaço interior, desviou de Gabriel Batista em jeito. E, sete minutos depois, já com Bruno Lage enérgico a incendiar as bancadas, as águias viravam o resultado. Com um cruzamento largo para o segundo poste, Di María ativou Otamendi, que se redimiu um pouco do golo sofrido, assistindo para… Florentino. O médio, último resistente de 2019/20, festejava o segundo remate certeiro com a camisola das águias, o segundo às ordens de Lage.
A equipa de Vasco Matos ainda assustou antes do intervalo, com Gabriel Silva a acertar no poste, aproveitando o espaço dado pelo Benfica à entrada da área, porém terá sido a última vez que Trubin se sentiu ameaçado, já que logo a seguir ao regresso dos vestiários António Silva (que tanto precisava!) desviou para baliza a segunda assistência de Kokçu (a melhor exibição desde que chegou à Luz?) na conversão exímia de um pontapé de canto.
Com o conforto do resultado e mais confiantes, os homens de Bruno Lage soltaram-se e desenharam finalmente um futebol mais associativo, empolgando as bancadas. O 4-1, aos 59, é uma obra de arte, com cumplicidade de Gabriel Batista pela hesitação e assinatura de Di María, num chapéu carregado de açúcar. Brilhante e, apesar de cedo, a garantia da entrada a vencer que a equipa e o novo treinador necessitavam.
Começou a ser tempo de gerir esforços, porque vem aí o Estrela Vermelha e uma Liga dos Campeões que promete ser dura, e depois o Bessa, e Rollheiser, Di María, Akturkoglu, Kokçu e Florentino foram rendidos por Amdouni, Prestianni, Schjelderup, Arthur Cabral e Barreiro. Mesmo assim, o quinto golo esteve próximo. O suíço e o norueguês falharam golos cantados, antes de o primeiro, num livre direto, ter acertado na trave, repetindo o azar que teve pela sua seleção frente à campeã da Europa Espanha.
Na quinta-feira, haverá novo teste, num ambiente muito mais opressivo, o do Marakana. A escalada da montanha ainda só agora começou. Bruno Lage terá plena consciência disso.

PERNA= MÃO!!!

 


NA HORA EM QUE O LAGE VAI ARRANCAR



 


"O QUE INTERESSA É O TRABALHO NÃO AS ENCENAÇÕES INÚTEIS

Às terças-feiras à noite (21h30) estou, como sabem, no painel do programa "Clássico" do novo canal V+. Deixo-vos na véspera da estreia do Bruno Lage uma pequena passagem do programa da passada terça-feira, para reafirmar que pouco me interessou se teve uma apresentação cinzenta ou 'hollywoodesca'. O que me interessa é o trabalho realizado e a forma como a equipa se vai apresentar.
CARREGA BENFICA!!!"

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

ENTREVISTA À CMTV

 


"NINGUÉM SAIU BEM DA FOTOGRAFIA O BENFICA, ENTÃO, SÓ PERDEU!

Mostrou que precisava (desesperadamente) de despejar o saco.
Escolheu muito mal o momento, a meio da época, com a equipa em má posição na tabela, a dois dias da estreia do Bruno Lage, um jogo importantíssimo para o futuro.
Escolheu muito mal a CMTV, um canal de que os Benfiquistas não gostam, que o mal tratou no passado, e que usa e abusa do clube para garantir audiências, muitas vezes com base em especulações sem fundamento. E foi precisamente dar-lhes audiências, sendo a segunda vez que o faz.
Atacou uma série de gente e ninguém saiu bem da fotografia. Mas o pior foi o Benfica, cujo interesse tem que estar acima do de todos, ter saído claramente a perder no final daquelas duas horas de entevista, cujas ondas de choque já se fazem sentir, como era previsível, um pouco por todo o lado.
Houve quem gostou da entrevista e vai gozar com ela até ao último segundo: obviamente, os nossos adversários."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

DRAMAS!!!

 


"Aqui temos mais um artigo construído para dar uma imagem negativa…
O Benfica “aí Jesus” que apenas tem 4 médios disponíveis para o jogo com o Santa Clara…reparem temos “apenas 4 médios” que são…
Florentino
Leandro Barreiro
Kokcu
João Rego (que presumo esteja a entrar na equação)
Renatos Sanches (Lesionado)
Aursnes (Lesionado)
São as nossas baixas…
Já nos rivais este problema não se coloca…senão vejamos…
Sporting conta no seu plantel com apenas 3 médios…
Hjulmand
Morita
Bragança
Na loucura pode jogar ali Pedro Gonçalves também…
Mas não tem mais médios de posição central…
Já o Porto conta nas suas fileiras com…
Varela
Grujic
Gonzalez
Eustaquio
Ivan Jaime
Fábio Vieira (Lesionado)
André Franco
Vasco Sousa
Portanto estamos perante uma situação dramática no plantel do Benfica não é???"

A Gola de Sabry, in Facebook

CARTA ABERTA DE MAURO XAVIER AO NOVO CFO DO BENFICA

 



"É encorajador ver o Benfica contratar profissionais de excelência para a estrutura. O sucesso do novo CFO, que não tem tarefa fácil, será o sucesso de todos os benfiquistas


Enquanto benfiquista que acredita na gestão rigorosa como alicerce para o sucesso desportivo, é encorajador ver o nosso clube contratar profissionais de excelência para a sua estrutura. Da mesma forma que tentamos contratar os melhores jogadores para o plantel, temos que recrutar os melhores gestores para a administração. É, por isso, com grande satisfação que observo a entrada de Nuno Catarino, um profissional com provas dadas, para o papel de administrador financeiro da SAD.
Embora as novas responsabilidades sejam, certamente, entusiasmantes, a realidade que enfrentamos é complexa e o estado de graça do novo CFO será inevitavelmente curto. O Relatório e Contas publicado esta semana contém uma série de sinais de alerta que não podemos ignorar. A dívida líquida está a subir de forma preocupante e o passivo aumenta a um ritmo insustentável. Todos sabemos que, no próximo ano, as contas serão positivas, graças às vendas de jogadores realizadas no mês passado. Apesar disso, o cenário global deixa muito a desejar.
Contrariamente a alguns dos nossos adversários, não estamos sob a alçada do fair play financeiro, nem em situação de pré-bancarrota. Não precisámos, tampouco, de perdões bancários milionários para alcançar a estabilidade. Mesmo assim, o caminho que estamos a trilhar não deixa de ser preocupante. O aumento da dívida bancária, que mais do que duplicou nos últimos quatro anos, resultou no pagamento de 21,8 milhões de euros em juros, um sinal claro de que o Benfica está a viver acima das suas possibilidades.
Excluindo as transações de atletas, o Benfica teve, no exercício passado, um resultado negativo na ordem dos 90 milhões de euros. Isto significa que, para evitar prejuízos, o Benfica precisa de assegurar duas grandes vendas por mercado. Em outras palavras, atualmente, necessitamos de vender quase dois talentos como João Neves por época. E, infelizmente, todos sabemos o quão raros são talentos como o João.
O Benfica precisa de uma mudança de paradigma do ponto de vista financeiro. O que começou como uma situação conjuntural transformou-se num problema estrutural, que requer uma ação imediata e decisiva.
O único modelo financeiro sustentável passa por um equilíbrio entre as receitas operacionais e as despesas operacionais. A venda de jogadores é uma receita extraordinária, pois o objetivo de um clube é vencer e não vender. Se queremos mais sucesso desportivo, temos de conseguir manter os nossos talentos por pelo menos três anos. Na situação atual, temos 12 meses para mudar de modelo e evitar mais vendas futuras.
O novo paradigma deve garantir que as vendas de jogadores apenas servem para cobrir receitas operacionais em circunstâncias extraordinárias, como a não participação na Champions League. Nos outros anos, esse valor deve servir para reduzir a dívida e fazer investimentos com um plano sólido para modernizar e expandir infraestruturas, como o Seixal e a Cidade das Modalidades. O que há a fazer não é popular, mas é necessário: reduzir os custos salariais do plantel e os valores das novas contratações, bem como renegociar os nossos principais contratos relativos à manutenção do estádio e segurança.
É preciso garantir que, nos próximos anos, o Benfica volte a ser não só um exemplo de sucesso desportivo, mas também de rigor e excelência na gestão. Estamos todos com o novo CFO nesta missão: o seu sucesso será o sucesso de todos os benfiquistas."

Mauro Xavier, in a Bola

QUE ÁGUIA ESTA!

 



"Relatório recente do Observatório do Futebol (CIES) refere que o Benfica é de longe o clube das 20 maiores ligas de futebol mundiais com o lucro mais alto entre vendas e compras de jogadores nos últimos dez anos/temporadas (2015-2024). As águias lucraram 816 milhões de euros, não muito abaixo de o dobro (42%) do segundo clube mais lucrativo, o Ajax (473 M€). O Sporting ocupa a 5.ª posição neste ranking (345 M€), o FC Porto a 8.ª (292 M€).

Só por si é um relatório impressionante e que reflete a capacidade dos encarnados em gerar valor na sua equipa e de transferir os seus (melhores) jogadores por valores muitíssimos elevados, incomparavelmente superiores às despesas contraídas em compras de reforços.
Questão que de imediato se coloca é de que essas mais-valias deveriam ser aplicadas em reforços de qualidade superior (que, embora mais caros, garantam-na) para reverter tão elevados proveitos financeiros em desportivos. No entanto, como se sabe não é fácil convencer um jogador de créditos firmados a preferir a liga portuguesa ou um dos seus melhores clubes até por um qualquer clube de meio da tabela das Big-5, incluindo-se nesta equação o salário bastante inferior, por vezes… várias vezes.
De qualquer modo, o Benfica, nos dez anos conquistou cinco Ligas (excluamos Taças e tacinhas). Contra três do FC Porto e duas do Sporting. Tantas quantas ganharam os rivais na mesma década. Recorrendo-se a equação de proporcionalidade lucro vs. Ligas, SLB equiparado a SCP, mas inferior a FCP.
Onde está então o fracasso? Por gerar tão superior receita o Benfica deveria ganhar sem dúvida muito mais. Não o faz, essencialmente, por crónica falta de estabilidade. E em três dos últimos quatro anos também por incompetência. Mas isso daria outra reflexão. Bem mais longa."

Ricardo Jorge Costa, in a Bola

REGOZIJO!!!

 


"Já há muito que sabia que alguns benfiquistas, sim assim com b minúsculo tinham chegado ao fundo do poço, nunca imaginem que fosse tanto!
Nos últimos anos, passaram a confundir apoio incondicional com ambições eleitorais!
Já não vivem o clube, vivem para as eleições, e sejam derrotados de que forma forem nunca estarão bem!
Hoje alguns, para mim, bateram no fundo do poço!
Regozijar com a lesão de um dos nossos, só por acharem que tem razão, é mesmo o mais ridículo que existe!
Certamente que se devem ter regozijado quando o Krovinovic rebentou o joelho num lance perfeitamente desnecessário num jogo em que estávamos com o resultado feito e que nada, além da vontade de brilhar o obrigava a ter tal ação que resultou na sua lesão…aconteceu ali e foi marcante para essa temporada, quer do Benfica, quer de Rui Vitória quer do próprio Krovinovic que nunca mais foi o mesmo jogador que até aquele momento carregava toda a equipa e um sonho de um Penta…foi ali que começou parte do fim desse sonho…uma lesão…acontece a todos…até mesmo aqueles que passam a vida em frente a um teclado a debitar ódio!!!
Assistir hoje ao regozijo quer no Facebook, X, grupos de tudo e mais alguma coisa, porque o Renato Sanches, um dos nosso meninos, um dos dois únicos Golden Boys deste país, o motor da seleção portuguesa campeã da Europa, com o belo argumento “bem…eu não disse que iria ser assim” ou “eu bem avisei” ou “até um deficiente previa isto” ou sei lá o que mais é o bater no fundo de qualquer benfiquista que vive apenas para bater no clube!
Não conseguem discernir entre apoiar os atletas e treinadores e por consequência o Benfica, não é o mesmo que apoiar os seus dirigentes e afins!
Tenho mesmo muita saudade de Eusébio, e Mário Wilson, esses sim, bastiões da mística benfiquista que falavam com autoridade por aquilo que deram ao clube dentro dos relvados e fora deles!
Eles não eram meros ventrículos das redes sociais, muito menos canetas de aluguer nem sequer wannabees que proliferaram nas redes sociais e cujo objetivo é chegar onde nem os atletas que tudo deram a este clube muitas vezes chegam!
Ver ex comentadores da BTV saírem e passarem a debitar ÓDIO AO CLUBE, ex funcionários de igual modo, é nojento!
Ver indivíduos invertebrados espalhados pelas redes sociais que poluem a mente de jovens que se foram felizes recentemente foi graças a tudo aquilo que eles “abominam”…ver tanta merda, que é isso mesmo que na globalidade debitam sobre a máscara da “exigência”…
Caiam na real o Benfica é fruto dos seus atletas, quem trás as glórias são os seus jogadores e treinadores, o nosso dever enquanto sócios, simpatizantes e adeptos e APOIAR incondicionalmente e de 4 em 4 anos ir às urnas avaliar o resultado do trabalho da direção em todos os temas do clube além do futebol, porque há mais Benfica além dos chutos na bola, mesmo que eu não ligue pevas a isso, há quem ligue e há que respeitar os mesmos!
O problema é que há anos, que há quem não respeite nada nem ninguém!
E podem achar que isso não tem influência, mas o pai do treta já o disse, no mundo altamente global e digital da atualidade tudo se sabe, os jogadores não são de ferro e são impactados com as vossas merdas diariamente!
Ganhem trambelhos e metam-se no vosso lugar.
Já agora Renato, em forma e sem lesões és sem sombra de dúvidas para mim, o melhor médio português da atualidade, assim o teu corpo permita que o demonstres dentro de campo!
Tenho dito!!"

A Gola de SAbry, in Facebook

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

🔍 ANÁLISE AO RELATÓRIO E CONTAS ANUAL DA BENFICA SAD

 


"Nos últimos dias, tem circulado muita desinformação acerca da situação financeira da Benfica SAD. Para esclarecer os dados e evitar interpretações incorretas, apresentamos a nossa análise ao Relatório e Contas de 2023/24.
📉 𝗣𝗿𝗲𝗷𝘂𝗶́𝘇𝗼 𝗱𝗲 𝟯𝟭,𝟰 𝗠𝗶𝗹𝗵𝗼̃𝗲𝘀: 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗲𝘅𝘁𝘂𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 É verdade que o Benfica registou um prejuízo de 31,4 milhões de euros no último exercício. Contudo, este valor é o resultado de vários fatores conjunturais. A direção já tinha já sinalizado no R&C Semestral que, sem uma grande venda antes de julho, seria inevitável um prejuízo significativo.
𝗔𝘁𝗿𝗮𝘀𝗼 𝗻𝗮𝘀 𝗧𝗿𝗮𝗻𝘀𝗳𝗲𝗿𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮𝘀: Devido ao Europeu da Alemanha, as transferências mais relevantes, como as de João Neves, David Neres, e Marcos Leonardo, foram finalizadas após o fecho do exercício. Estas vendas, que totalizaram mais de 138 milhões de euros, só serão refletidas no próximo R&C, e terão um impacto positivo no balanço financeiro.
📊 𝗥𝗲𝗰𝗲𝗶𝘁𝗮𝘀 𝗢𝗽𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀 𝗲𝗺 𝗠𝗮́𝘅𝗶𝗺𝗼𝘀 𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗰𝗼𝘀 Apesar do prejuízo, as receitas operacionais do Benfica SAD atingiram o segundo maior valor de sempre, com 179 milhões de euros. As receitas comerciais e de bilhética foram as maiores de sempre, o que reflete o crescimento da marca e o apoio incondicional dos adeptos. O único fator que causou uma quebra foi a performance na Champions League, que resultou numa diminuição de 25 milhões de euros face ao exercício anterior.
⚠️ 𝗖𝘂𝘀𝘁𝗼𝘀 𝗢𝗽𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀: 𝗨𝗺 𝗗𝗲𝘀𝗮𝗳𝗶𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗘𝘅𝗶𝗴𝗲 𝗔𝗷𝘂𝘀𝘁𝗲𝘀 Se as receitas atingiram recordes, também é verdade que os gastos operacionais se mantiveram elevados. O Benfica gastou 86 milhões de euros em Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) e 110 milhões de euros em Gastos com Pessoal, o que inclui remunerações e prémios. Embora tenha havido uma redução de 14 milhões face a 2022/23, devido à ausência de títulos, a direção tem vindo a implementar uma política de contenção e otimização de custos, já visível na redução significativa no segundo semestre.
📈 𝗗𝗶́𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗟𝗶́𝗾𝘂𝗶𝗱𝗮 𝗲 𝗚𝗲𝘀𝘁𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗟𝗶𝗾𝘂𝗶𝗱𝗲𝘇 Um dos pontos críticos do relatório é a dívida líquida, que registou um aumento considerável. No entanto, este aumento reflete, em grande parte, o desfasamento entre os 115,5 milhões de euros a receber e os 177,2 milhões a pagar. Para lidar com este desequilíbrio, o Benfica teve de recorrer a empréstimos bancários de curto prazo, no valor de 37,2 milhões de euros. Estes empréstimos foram essenciais para garantir a liquidez necessária ao longo da temporada, sobretudo num período de taxas de juro elevadas, que aumentaram o custo financeiro para 21,8 milhões de euros.
🏦 𝗔𝗺𝗼𝗿𝘁𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝗲 𝗼 𝗜𝗺𝗽𝗮𝗰𝘁𝗼 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗮𝗯𝗶𝗹𝗶́𝘀𝘁𝗶𝗰𝗼 Um dos aspetos muitas vezes mal compreendidos são as amortizações dos passes de jogadores, que atingiram 44,9 milhões de euros. Embora não representem um custo real imediato em termos de saída de dinheiro, têm impacto no cálculo do prejuízo. Este valor é o reflexo do forte investimento do Benfica no mercado nos últimos anos. Com uma política de retenção de talentos e uma maior aposta na formação, estas amortizações tenderão a reduzir, o que melhorará os resultados futuros.
💼 𝗠𝗲𝗱𝗶𝗱𝗮𝘀 𝗜𝗺𝗽𝗹𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗽𝗲𝗹𝗮 𝗗𝗶𝗿𝗲𝗰̧𝗮̃𝗼 A direção, com o recém-nomeado CFO Nuno Catarino, já deu sinais claros de que irá tomar medidas fundamentadas para enfrentar os desafios financeiros. Alguns ajustes já se refletem neste exercício, como a redução da massa salarial e o ajuste de contratos operacionais, evidências de que o clube está comprometido em otimizar os custos sem comprometer a competitividade desportiva. A aposta em profissionais de renome como Catarino demonstra o esforço contínuo da direção para equilibrar as contas e garantir uma gestão financeira sustentável.
⚽ 𝗣𝗲𝗿𝘀𝗽𝗲𝘁𝗶𝘃𝗮𝘀 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗻𝗰𝗲𝗶𝗿𝗮𝘀: 𝗥𝘂𝗺𝗼 𝗮 𝘂𝗺 𝗘𝗾𝘂𝗶𝗹𝗶́𝗯𝗿𝗶𝗼 𝗦𝘂𝘀𝘁𝗲𝗻𝘁𝗮́𝘃𝗲𝗹 Com o impacto das transferências ainda por contabilizar, a previsão é que o próximo exercício traga resultados significativamente mais positivos. As receitas estão em máximos históricos, e a gestão financeira está a ser ajustada para garantir um equilíbrio sustentável entre os custos operacionais e as receitas. O Benfica tem, por isso, todos os elementos para continuar o caminho de crescimento, tanto no campo financeiro quanto no desportivo.
🔜 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝘀𝗮̃𝗼 O relatório financeiro reflete uma fase de transição, mas a estratégia aponta para um futuro de maior equilíbrio e sustentabilidade. Com uma gestão focada no longo prazo, o Benfica está muito bem posicionado para continuar a ser uma referência no futebol português e europeu, dentro e fora de campo.
𝗘𝘅𝗽𝗹𝗶𝗰𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝗮𝗱𝗶𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀:
𝟭. 𝗗𝗶́𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗲 𝗹𝗶𝗾𝘂𝗶𝗱𝗲𝘇: O aumento da dívida é explicado pelo desfasamento entre os valores a receber e a pagar, que foi gerido com recurso a empréstimos de curto prazo.
𝟮. 𝗔𝗺𝗼𝗿𝘁𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀: Esclarece-se o impacto contabilístico das amortizações dos passes de jogadores, que não representam uma saída imediata de dinheiro, mas influenciam o resultado líquido.
𝟯. 𝗖𝘂𝘀𝘁𝗼𝘀 𝗰𝗼𝗺 𝗣𝗲𝘀𝘀𝗼𝗮𝗹: Destaca-se a gestão eficiente da massa salarial, com uma redução significativa de prémios variáveis face ao ano anterior.
𝟰. 𝗥𝗲𝗰𝗲𝗶𝘁𝗮𝘀 𝗼𝗽𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀: Foco no aumento das receitas operacionais, principalmente em áreas como bilhética e patrocínios, e no impacto negativo da menor performance nas competições europeias."

De Águia ao Peito, in Facebook