domingo, 19 de março de 2017

JEJUM IMERECIDO


Desgaste do Benfica na segunda parte tornou organização dos pacenses mais confortável.
JONAS OUTRA VEZ NO ONZE
1 A manutenção de Jonas na titularidade foi a nota de destaque para esta abordagem do Benfica ao jogo, onde apesar de estar fora do seu habitat, sentia-se em casa, tal a massiva presença dos adeptos ao renovado estádio da capital do móvel. Benfica a entrar - como é habitual - forte e agressivo na procura de não permitir que os da casa ganhassem confiança, com circulação de bola apoiada, progressão racional e busca por zonas de criação, empurrou o Paços para perto da área e foi-lhe criando imensas dificuldades. Fazendo uso de forte velocidade na circulação da bola, aliada à grande mobilidade dos elementos mais ofensivos, o Benfica mostrava fortes argumentos para ultrapassar este desafio e amealhar os trés pontos, tal a tendência com que o jogo foi deslizando.
DEFENDI ESTEVE MUITO INSPIRADO
2 O Paços com duas unidades em frente ao seu setor mais recuado (duplo pivot), procurando fazer a cobertura dos movimentos da equipa, revelava noção das dificuldades vividas e, com uma compactação de setores muito coesa, ia reduzindo os espaços de penetração aos homens do ataque benfiquista e mantendo inviolável a baliza dum inspirado Rafael Defendi. Após a dinâmica apresentada nos primeiros 45 minutos, esperava-se que a equipa de Lisboa desse continuidade à avalancha de jogadas de ataque de forma a conseguir melhor aproveitamento dos sucessivos movimentos ofensivos. Começou de novo pressionante o jogo encarnado, mas o ritmo já não era tão alto, a mobilidade menos agressiva e a capacidade para impedir a transição ofensiva dos de amarelo já não estava tão oleada. Um eventual desgaste revelado pelo Benfica ao longo da segunda parte tornou a forte organização defensiva dos homens de Seabra mais confortável e o jogo começou a ser mais dividido, apesar do domínio das águias se manter como a nota mais dominante da partida. O dispositivo estrutural dos pacences mantinha o rigor demonstrado na primeira parte, mas a estrutura mais móvel da equipa, ganhava asas para se aventurar com maior assiduidade em voos ofensivos e incomodar o sereno Ederson.
O desafio ganhava novos motivos de interesse e o que parecia ser uma sentença anunciada - a vitória dos forasteiros - ia-se diluindo num mar de incertezas perante o equilíbrio crescente que as equipas revelavam, agudizado pela desinspiração ofensiva dos homens (normalmente letais) do ataque benfiquista. O jogo ia escorrendo em tons de vermelho garrido, aqui e acolá salpicado de amarelo, tal o afoitamente que se ia apoderando dos atrevidos homens da casa, mais aliviados do forte espartilho que os asfixiou ao longo da primeira parte.
NOITE ACABOU EM BRANCO
3 Mas a noite iria acabar como começou, em branco! Apesar das intenções demonstradas pelas águias - mérito de Rui Vitória - que terminando o jogo com trés defesas, tudo fez para conseguir os trés pontos, acabando penalizada pela falta de eficácia ofensiva (Jonas a não ser igual a si), o que acabou por premiar o forte acerto defensivo do bloco caseiro. Excelente espectáculo, só faltaram golos para colorir batalha tática exibida.

Daúto Faquirá, in a bola

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