Octávio Ribeiro, o verdadeiro Procurador-Geral da República
Quando soube que o DIAP estava a fazer uma busca ao Ministério das Finanças pensei que alguma coisa de grave tinha acontecido. Quando percebi que a busca se devia à ida do ministro ao futebol percebi que tinha, de facto, acontecido alguma coisa: o Ministério Público decidiu dedicar_se à comédia. Das duas uma: ou o Ministério Público sabe de alguma coisa que nós ignoramos, ou está apostado em transformar este país num circo, destruindo a credibilidade do Estado e das instituições. Bem sei que na cabeça de muitos procuradores que têm o "Correio da Manhã" como leitura de referência, o estado natural de um político é o de arguido. Mas há limites para o ridículo.A verdade é simples e ficou-se a saber logo no primeiro dia após a manchete do "Correio da Manhã", que assinalava, sempre com aquela má - fé perversa que afasta o pasquim do jornalismo, que dois dias depois de Mário Centeno ter ido à bola um prédio da empresa do filho de Luís Filipe Vieira teve direito a um "perdão fiscal". Não era perdão fiscal nenhum, como sabia o pasquim. Era uma isenção de IMI para imóveis reabilitados claramente definida na lei. Esta isenção fiscal é legislada pela Assembleia da República, determinada e aplicada pela autarquia onde se situa o imóvel (no caso, a Câmara municipal de Lisboa) e depois de verificar se cumprem os critérios. As Finanças limitam-se a dar seguimento. Assim sendo, ou o Ministério Público anda a investigar outra coisa qualquer ou bastaria não se ficar pela leitura do "Correio da Manhã" para ter poupado a viagem ao Ministério das Finanças. O Ministério trabalha mais para a notícia do que para a justiça. porque acha que é a notícia, sobretudo a que faz manchete nos tabloides, que lhe reforça o poder político e institucional. Uma dinâmica que faz de Octávio Ribeiro o verdadeiro Procurador - Geral da República.
Quanto à ida de Ma´rio Centeno para o camarote presidencial, o que estranho é a estranheza. Por ali já passaram grande parte das figuras políticas nacionais, de Marcelo Rebelo de Sousa a Francisco Louçã. Eu próprio, que não sou ninguém, já fui inúmeras vezes convidado para estar no camarote presidencial do Sporting e, apesar de preferir ver os jogos no meu lugar de sempre, já lá estive várias vezes. Assim como já fui convidado para ir a estreias de teatro e cinema. A diferença é ser convidado ou pedir um convite? Adorava ver em que norma penal se enquadra essa distinção.
É absolutamente natural que o Ministro das Finanças não vá para a bancada num jogo de risco como um Benfica - Porto. Nem sequer é para o defender a ele. As forças de segurança dispensam, para além de tudo o que um jogo desta natureza implica, preocuparem-se em saber por onde anda o ministro. Até para a cultura do taxista (sem desprimor para os taxistas, que não tem culpa nenhuma dos disparates da nossa justiça) que se instalou entre os procuradores há limites para a demagogia.
Mas está mesmo a acontecer e todos somos obrigados a comentar esta palhaçada judicial. Há até alguns juristas que, por uns minutos de palco, se oferecem à triste figura de comentar a dificuldade em provar o benefício fiscal (que não lhe diz respeito, mas adiante) seja uma contrapartida da ida à bola sem pagar. E fazem-no sem se rirem. Acreditará esta gente que é assim que as coisas se passam? Que os ministros com o poder de Centeno se compram com dois convites para o camarote presidencial? Se os governos e autarquias favorecem os clubes de futebol - e muitas vezes favorecem - não é por vantagens patrimoniais, é por vantagens políticas. É pelo enorme poder de influência que Benfica, Sporting e Porto têm junto de milhões de portugueses. É preciso viver totalmente alienado da realidade nacional para se pensar que é os clubes precisam de oferecer lugares no camarote para os seus presidentes exercerem a sua influência.
Mas os procuradores não estão alienados da realidade. Nem sequer acham que o tráfico de influências se faça assim. O que se passa na cabeça dos magistrados é mais simples do que isso. É um vício que se instalou: o da visibilidade. O Ministério Público trabalha mais para a notícia do que para a justiça. Porque acha que é a notícia, sobretudo a que faz manchetes nos tabloides, que lhe reforça o poder político e institucional. Pouco interessa se estes inúmeros fogachos, a reboque de notícias de jornais,, acabam em alguma coisa. Fica a aparência. Uma dinâmica que faz de Octávio Ribeiro o verdadeiro Procurador - Geral da República.
Só que, neste caso, o número mediático teve alguma repercussão externa. Não que a "nossa imagem lá fora", me tire o sono, mas há alguma respeitabilidade institucional de que o país depende. Uma busca judicial ao ministério do presidente do Eurogrupo não é coisa que se veja todos os dias. E não será fácil explicar aos líderes europeus a idiosincrassias da nossa justiça. Se um ato tão inusitado como uma busca judicial ao Ministério das Finanças não tiver outra razão para além daquela que conhecemos, o Ministério Público não fez mal a Mário Centeno, fez mal ao país. E fá-lo sempre que transforma a justiça portuguesa num prolongamento da cultura tabloide. O que é que vão investigar a seguir? Em casa de quem jantou o ministro esta semana? Se pagou os ingredientes? Qual era a situação fiscal dos anfitriões? Não há criminalidade em Portugal, incluindo criminalidade de colarinho branco? Não têm nada de importante para fazer? Sobra assim tanto tempo e meios para serem as manchetes do "Correio da Manhã" a decidirem a agenda dos procuradores?
Daniel Oliveira, in Expresso
OBS: Não tenho simpatia por este senhor, mas neste artigo chama os bois pelos nomes. Dá um autêntico arraso no Ministério Público, rasgou-os de cima abaixo, basicamente chamou-os de cães amestrados. Um artigo de alguém com eles no sítio...
Nem que as vacas verdes e os bois azuis dos justiceiros do judiciário covarde trafulhs e corrupto grunhem a cm ou a sábado porca a nova PIDD do MP vai rebentar um dia
ResponderEliminarA justiça em Portugal está entregue a escumalha trafulhas
ResponderEliminarO que fez o DIAP, ou o que fizerem os procuradores responsáveis por esta vergonha, tem de ter consequências!
ResponderEliminarIsto não pode ficar por aqui. Há limites para tudo.
Ou para quase tudo. Porque o ódio ao Benfica, verdadeiro motor deste caso, parece não ter limites.
Saudações benfiquistas,
Já agora quem vai investigar os que pagam para que MP ande a perseguir o bom nome do S L BENFICA e o ministro, agora gostava que esse mesmo MP manda-se revistar os jornaleiros e redacções 1º CM se assim nao for o MP trabalha com noticias de jornaleiros e nao de investigação como ele devia ter feito antes de dar com a língua nos dentes fuga de informação, as tais fontes esverdeadas DRAGARTAS, nao nos fazem mossa andam á cento e tal anos a traz de nos. por falar em fuga de informação que informou vai para VIGO que vais ser PRESO OU DETIDO, será as mesmas fontes. O MP tem de explicar ao PGDR o porque desta perseguição ao S L BENFICA.
ResponderEliminarApesar desta crítica ao Ministério Púlico, mais que justificada , este indivíduo foi o autor de um artigo bem desagradável contra o Benfica,e o seu sportinguismo feito de anti-Benfiquismo Primário, está na linha do "bruno carvalhismo" ; escreveu, SEM PRONUNCIAR O NOME DO BENFICA . Também patente, aliás , na peça jornalística acima referenciada. Nada sobre o impacto negativo causado a LFV e ao Benfica : NADA ! Seria interessante que ele dedicasse "umas linhas" ( não estou a falar de "linhas brancas"...), sobre o BESA e o aparecimento de "Petróleo" em alvalade , sobre viagens feitas à Guiné Equatoriale, sobre Sobrinho e a detenção de 20% da s.a.d. sportinguista, sobre o salário escandaloso de jj pago por um clube que transformou dívida em vmoc's...ficando a dever dinheiro por período indeterminado, a um Banco (BES/NOVO BANCO) intervencionado pelo Estado e que custou, por enquanto, 4900 milhões ao Estado. Ele há tanta matéria para que um jornalista "implacável" como Daniel Oliveira , possa fazer artigos de jornal , ( como Expresso costumava fazer antigamente...) mas aparentemente , prevalece a "linha editorial bruno carvalhista" neste, outrora bom jornal, e como está na moda escrever SEJA O QUE FÔR sobre o Benfica , toca a seguir a corrente !!!
ResponderEliminarSinceramente, esse gajo n granjeia de nenhuma simpatia da minha parte tb. Mas se um gajo como ele escreve isto, desta forma, será q existem duvidas q neste momento não estamos perante casos contra o Benfica mas sim perante um caso de PERSEGUIÇÃO ao Benfica onde tudo e todos q com o nosso clube relacionam, existe uma qs criminalização? Se és do Benfica: ARGUIDO. Se vais ao jogo do Benfica: ARGUIDO. N quero com isso branquear nada mas estamos qs chegando ponto em q vamos ser considerados uma organização "terrorista" pelos tabloides tugas... Já faltou bem mais
ResponderEliminarA inquisição chegou para queimar o S.L.Benfica vergonhosa democracia esta com os justiceiros do judiciário a serem uns verdadeiros terroristas
ResponderEliminarO S.L.Benfica está a ser trucidado pela justiça de ratos e hienas q vivem no lamaçal do judiciário a custa do povo
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