sexta-feira, 22 de junho de 2018

A VERDADE DA MENTIRA


Contrariamente ao que tem sido dito e escrito sobre o legado de Bruno de Carvalho no Sporting, somos hoje confrontados com um epílogo que só quem não queria ver tornou possível este descalabro, já que toda a actuação de BdC foi premeditada, ao pormenor.
Desde a tese sensacionalista do milagre financeiro, até ao maquiavelismo da comunicação institucional, tudo em BdC foi orquestrado até ao mais ínfimo pormenor.
Pretendeu criar um áurea de messias salvador do Sporting, beneficiando duma conjuntura única, com um sétimo lugar na tabela do campeonato de futebol, e um conjunto de "notáveis", que sempre alimentaram o seu enorme ego à conta da sua participação na vida social do clube, a darem-lhe apoio incondicional, sem sequer se interrogarem onde a deriva populista e sensacionalista de BdC poderia conduzir o Clube.
Durante dois anos foi urdida uma estratégia de desgaste constante de todo um passado recente do Clube, onde em 30 anos somente conquistou dois títulos de campeão nacional, para criar os alicerces duma deriva populista perigosíssima, que lhe permitiu alimentar a esperança de, uma vez tomado o poder, a sua permanência passar a ser eterna, sendo necessário, para isso, criar inimigos e guerras permanentes, para alimentar os ódios e arregimentar as tropas para todas as batalhas.
Ao tomar o poder, recebeu da anterior direcção todas as pastas e dossiers, devidamente organizados, que lhe vieram facilitar toda a actuação e permitiram conduzir, com eficácia, diga-se, um primeiro mandato, pleno de mentiras e perseguições.
BdC assumiu a reestruturação financeira, já devidamente estruturada e montada, como sua, e levou alguns dos sócios a acreditar que estavam perante um magno das finanças com capacidades de gestão invulgares que iria conduzir o Clube aos sucessos económicos e desportivos tão desejados e prometidos ao longo dos últimos anos. Quem participou nela sabe perfeitamente que toda a reestruturação estava concluída, e foram preciso 5 anos para José Maria Riccicardi vir publicamente dar nota da mentira que BcD alimentou durante cinco anos.
Com o intuito de alimentar a mentira da eficácia, criou constantemente focos de conflito para desviar sistematicamente a atenção dos sócios da realidade do Clube.
FUTEBOL PROFISSIONAL
Afastou metodicamente do seu caminho, elementos que pensavam que iriam ter um papel fundamental na vida do Clube.
Augusto Inácio, José Eduardo e Virgílio tinham criado um "movimento" e falavam em surdina que BdC não percebi nada de futebol e iriam ser eles a liderarem o futebol profissional do Clube, mais concretamente as negociações das transferências de jogadores.
Rapidamente BdC afastou os dois primeiros e remeteu Vergílio para um lugar menor na Academia. Afastou agentes internacionais para promover um conjunto de agentes e intermediários de jogadores de futebol, completamente desconhecidos, que lhe permitiram realizar negócios e transferências de jogadores, que se encontram hoje em investigação, e cujo destino das comissões das transferências são cada vez mais questionados quanto aos seus destinatários finais.
Correm um conjunto de processos de investigação ao destino final das comissões, e apesar da complexidade dessas investigações, que envolvem invariavelmente movimentações bancárias para contas no estrangeiros, regra geral de empresas offshore, é cada vez mais sólida a convicção de que provavelmente será este um dos principais motivos que mantêm BdC agarrado ao poder em Alvalade.
Alimentou uma mentira da recuperação dos passes dos jogadores para o Clube, quando a sua única intenção foi eliminar, de vez, possíveis focos de conflito e de interesses com agentes credenciados, que seguramente não iriam permitir a BdC utilizar esquemas fraudulentos para dividir comissões de intermediação.
A verdade da mentira fala por si:
128 jogadores negociados em 5 anos, com os nomes de João Gonçalves, empresário de Augusto Inácio envolvido nas escutas dos subornos do andebol e do futebol, João Carlos Pinheiro e Costa Aguiar, entre outros de duvidosa proveniência, a surgirem sistematicamente envolvidos em negociações de transferências de jogadores, que começaram a criar um clima insuportável na gestão do plantel profissional de futebol.
Adrian, William Carvalho e Rui Patrício são só a face mais visível desta mentira da gestão desportiva de BdC.
Os conflitos com Jorge Mendes a ponta do iceberg, que tem transformado a Academia de Alcochete num verdadeiro antro de promiscuidades várias, onde a permanência de agentes desportivos autorizados por BdC têm vindo a criar um clima de permanente conflitualidade, que culminou com os acontecimentos de terror, do assalto e das agressões, que são determinantes para revelar a mentira de BdC, e colocar definitivamente a nu a verdade da gestão desportiva dos seus mandatos.
Nunca se viveu um clima de tanta mentira e isto é o maior pesadelo da nossa História. Não se trata de divergências ideológicas, de prioridades, de opções, de visões, de competências, de formas de ver o Clube, de modelos de gestão, entre sócios, pois isto é um sequestro.
O Sporting foi sequestrado por um tirano, um déspota, um louco, que tem os seus lacaios sob rédea curta, pagos, amordaçamos, comprometidos, envolvidos, numa teia de cumplicidades, no lodo, apostado numa narrativa com mais de meia década que intoxica descontentes, desinformados e impreparados, criando uma seita de acéfalos que não lê, não questiona, não duvida, e com os recursos do Sporting, ameaça, persegue sócios, atletas, quem de si discorda, fomenta o divisionismo, destrói valor, ultrapassa todos os limites da decência, da ética, da moral.
Não vale tudo. Na vida não vale tudo. E se somos diferentes, que sejamos diferentes, pois LIBERTAR o Sporting de BdC, disto, deste lamaçal, deste ar irrespirável, deixou de ser uma opção... é um imperativo moral, é um dever cívico.
Autor: José Pedro Rodrigues

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