segunda-feira, 30 de setembro de 2019

O TIGRE E O GUARDA-CHUVA


"Nasceu feliz, varreu ruas na infância e ficou surdo. Fechado num silêncio como se se deixasse cair nas profundezas do mar

A vida de Tigran sempre me fez lembrar a de um personagem de Gogol. Talvez a daquele que já nasceu com guarda-chuva e tudo. Ora, quem nasce de guarda-chuva vem preparado para todas as borrascas. Faltavam-lhe as galochas, mas a mãe também não se podia lembrar de todos os pormenores na hora sempre aflitiva do parto. Tigran era um homem que aguentava tempestades à beira de um penhasco, de tronco nu e desafiando os elementos da natureza, Deus incluído. Não foi por acaso que ganhou a alcunha de Homem-de-Ferro. Ou de O Tigre.
Tigran é Petrosian, já agora. Tigran Vartanovich Petrosian, o tipo mais duro de vencer de toda a história do xadrez. Nasceu em Tbilissi, na Geórgia. Foi um rapazinho feliz. Mas a II Grande Guerra vinha a caminho e faria dele uma sombra vazia de sentimentos.
A personalidade moldou-se-lhe à medida dos movimentos das peças no tabuleiro. Viu morrer a mãe e o pai. Em seguida o irmão Hmayak e a irmã Vartoosh. Depois foi ficando crescentemente surdo. A miséria obrigou-o a ganhar a existência varrendo ruas. «Era um garoto débil. Os mais velhos, às vezes, ajudavam-me. Sentia vergonha. Por isso preferia pegar na vassoura de madrugada, quando não se via ninguém. Foi nessa altura que, por causa de uma doença de pulmões, deixei de ouvir. Mas é tudo muito confuso na minha memória». O Tigre ficou preso na sua surdez. E nas sessenta e quatro casas brancas e pretas.
Cresceu agarrado a um livro velho com as lições práticas do mestre dinamarquês Aron Nimzowitch, um judeu letão que fugiu para a Escandinávia fingindo-se louco e desertando do exército ao tempo da revolução russa. Afirmava que tinha uma mosca voando insistentemente dentro da sua cabeça. Outra personagem que Nikolai Gogol não teria desprezado inventar no caminho das suas Almas Mortas. 
Petrosian fanatizou-se. O seu jogo profundo não se permitia ao luxo dos espaços nem do risco. Cavalos e bispos serviam de apoio aos peões e defendiam galhardamente a retaguarda da rainha. As torres eram elefantes que bramiam por entre a espessura das suas tácticas duras, praticamente imbatíveis. «O xadrez é, pela sua forma, um jogo; pela sua estrutura, uma arte; pela dificuldade de uma vitória, uma ciência», filosofava. Falava pouco. Muito pouco e cada vez menos. Perdia pouco, muito pouco. Lev Polugaevsky, um dos seus mais ferozes adversários, não tinha dúvidas: «É mais fácil ganhar um campeonato soviético de que ganhar um jogo a Petrosian».
Dizem que Beethoven, o mais divino de todos os surdos, quando compôs a Nona Sinfonia, nem se dava ao trabalho de usar a casa de banho, fazendo as necessidades ao lado do piano. Petrosian podia ter sido assim. O antigo varredor de ruas de Tbilissi deixou-se obcecar pelos movimentos repetitivos que baralhavam os opositores. A mesma peça era movida em sequências apertadas, avançava pelo caminho da abstracção por vezes contrariado com súbitos sacrifícios que o elevavam ao estatuto de jogador supremo, como Mikhail Tal, a maior fera que se sentou em frente de um tabuleiro. Era então que o  Tigre se revelava na sua dimensão de Tigre. Sem guarda-chuva.
Às vezes usava um aparelhinho que lhe permitia ir ouvindo alguma coisa, aqui e ali. Num torneio disputado em Sevilha, o barulho na sala era de tal ordem que desligou a máquina e dispôs-se, serenamente, em pleno silêncio, a enfrentar um tão desorientado Robert Hübner que este acabou por desistir. A verdade é que o silêncio de Tigran não precisava da ajuda da técnica. A sua concentração era tão profunda que mergulhava numa espécie de transe como se se deixasse cair nas profundezas do oceano onde os homens não gritam e as crianças não choram.
Sim. Ele é uma fera», aceitava Bobby Fisher. «Fareja o perigo com 30 lances de antecedência». Tigran Petrosian era um chato. Tão chato como qualquer criança que tivesse vindo ao mundo já de guarda-chuva. Dono da palavra e do silêncio. Os adversários escutavam as suas frases arrastadas com o respeito que se tem apenas aos grandes mestres, plenos de ensinamentos imperdíveis.
Houve quem lhe chamasse A Pitão: estrangulava os opositores lentamente, com uma força inacreditável, até que eles deixassem de respirar. Chamaram tantas coisas a Tigran Petrosian, esse homem secreto, recolhido, perpétuo movimento interior abafado pela paz externa da sua surdez.
A sua mulher Rona Yakovljevna Avinezer, psicóloga, que chegou a namorar com ele e com um dos seus principais rivais, Efim Geller, ao mesmo tempo, decidiu no inerzonal de Estocolmo, em 1952, que casaria com aquele que ficasse melhor classificado. Tigran, o cínico, somou mais meio ponto do que Geller. Por meio ponto viveu lado a lado com a única pessoa que veio a conhecer a verdadeira dor do Tigre."

SINAIS PREOCUPANTES


Editorial
SINAIS PREOCUPANTES
No momento em que se pode fazer o balanço das sete primeiras jornadas do campeonato da Primeira Liga, para além da melhoria da qualidade e competitividade da maioria das equipas, um outro dado voltou infelizmente a estar em destaque: a existência de diversos erros incompreensíveis, sempre a favorecer a mesma equipa.
Decisões, nos jogos com Vitória de Guimarães, Portimonense e Santa Clara, tão evidentes e tão claras, que mais escandalosas se tornam quando se verifica que o próprio VAR conseguiu não ver o que toda a gente viu. Erros que valem pontos e erros que, a exemplo do ano passado, vêm das mesmas equipas de arbitragem que permitiram que o FC Porto fosse beneficiado em pelo menos dez pontos.
Mas os sinais preocupantes aumentaram muito este fim de semana com aquilo a que se assistiu na Luz: uma dualidade de critérios chocante com factos que importa questionar.
Qual o motivo por que Odysseas foi admoestado com um cartão amarelo num primeiro lance de suposta demora na reposição da bola em jogo e o guarda-redes do Vitória de Setúbal, em pelo menos seis reposições demoradas, não o foi?
Qual o motivo para a expulsão de Taarabt e o mesmo não ter acontecido num lance muito mais indiscutível como foi o da entrada faltosa sobre Rafa?
Qual o motivo para o prolongamento do tempo adicional?
E qual a justificação para a grande penalidade sobre Rafa não ser assinalada, bastando ver o que se passou no V. Guimarães – Paços de Ferreira, onde o juízo ao lance que dá a marcação da grande penalidade foi corretamente outro?
Mas o pior ainda estava por vir...
Fomos ontem confrontados com a informação de que o árbitro do encontro terá escrito no seu relatório ter sido atingido por uma moeda que lhe terá provocado um hematoma.
Ora esse facto é de enorme gravidade. Porque, tal como as imagens podem comprovar, essa informação é falsa, até porque, pelo que se vê, nem sequer o árbitro foi atingido, nem em momento algum houve qualquer tipo de reação compatível com essa denúncia existente no relatório.
Inventar supostas agressões com uma moeda de cinco cêntimos, causadoras de hematomas, envergonha uma classe em que existem excelentes profissionais que todos os fins de semana, em vários campos do País, têm de enfrentar, aí sim, por vezes momentos de enorme tensão.
Importa que, de uma vez por todas, o Conselho de Arbitragem assuma as suas responsabilidades.
A invasão do centro de treinos da Maia e as constantes ameaças e coação sobre árbitros e seus familiares levaram a que, no deve e haver, no final da época e em tempos de balanço, uma equipa seja sempre a beneficiada.
Esta época, pensem bem, com quem aconteceram erros que, por unanimidade, se reconheceu serem difíceis de entender? E quem foi sempre beneficiado nessas situações?
A paragem do Campeonato que seja aproveitada para uma profunda análise e reflexão. O pior que poderia acontecer seria, para além de uma equipa ser beneficiada, agora, no nosso caso, termos arbitragens que qualquer observador independente reconhece ter critérios difíceis de entender. E – só faltava – com relatórios com informação ficcionada e a existência de segundas moedas inventadas.
P.S.: Este fim de semana ficou marcado por muitas vitórias das nossas equipas, em particular as femininas, cuja inegável competência e habitual empenho inexcedível foram determinantes para a conquista de quatro troféus, que se seguem ao brilhante triunfo na Supertaça de futebol há três semanas.
As nossas futsalistas, que ganharam todos os troféus nacionais em disputa nas últimas três temporadas, acrescentaram mais uma Supertaça ao palmarés benfiquista, vencendo o Novasemente. No hóquei, as heptacampeãs nacionais derrotaram o Sporting por 6-0, garantindo mais um Torneio de Abertura da Associação de Patinagem de Lisboa. No Polo Aquático, a época começou como a anterior, com a vitória na Supertaça, dando o primeiro passo para repetir o triplete conseguido na temporada transata. E, finalmente, no basquetebol, o triunfo na Taça Vítor Hugo tratou-se do primeiro título conquistado ao mais alto nível pelo Benfica.
O Benfica afirma-se, cada vez mais, como o clube português que mais aposta e mais sucesso tem na vertente feminina do desporto, cuja tendência de crescimento, a nível mundial, quer ao nível de praticantes, quer de espectadores, é sobejamente conhecida.
News Benfica

SOLIDEZ DE CAMPEÃO


FUTEBOL
Ao nível da consistência defensiva, e olhando para os desempenhos dos vencedores das sete maiores ligas europeias, o Benfica só encontra um rival...
Numa altura em que a Liga NOS faz uma pausa para compromissos internacionais e as águias se preparam para defrontar o Zenit na Liga dos Campeões, o Site Oficial apresenta-lhe alguns dados estatísticos do Benfica. Solidez e consistência continuam bem presentes no ADN da equipa.
As águias têm dez jogos oficiais realizados até ao momento. Sete para o Campeonato, um referente à Supertaça, outro para a Taça da Liga e, finalmente, um para a Liga dos Campeões. São 70% de vitórias para a equipa benfiquista, ou seja, sete triunfos nestas dez partidas. E ainda um total de 22 golos marcados (2,2 por partida) e apenas cinco sofridos (0,5 por encontro).
Ao nível da solidez e da consistência defensiva, e olhando para os desempenhos dos campeões das sete maiores ligas europeias (Espanha, Alemanha, Inglaterra, Itália, França, Rússia e Portugal), o Benfica só encontra um rival: os franceses do PSG. Se contabilizarmos todas as competições oficiais da presente temporada, os comandados por Bruno Lage têm um registo de sete jogos sem sofrer golos.
Ao analisar a prestação dos campeões, o PSG também soma sete jogos sem sofrer golos, mas perde para o Benfica no capítulo da concretização. Em dez jogos oficiais, as águias obtiveram 22 golos, enquanto os parisienses não foram além dos 18.

Continuando o processo de análise, verificamos que Manchester City, Barcelona, Bayern, Juventus e Zenit têm registos inferiores ao dos encarnados no que diz respeito a jogos sem sofrer golos.
Os russos (próximos adversários no Grupo G da Liga dos Campeões) são os que mais se aproximam dos dois primeiros (seis jogos sem sofrer), contudo, também registam um número de jogos superior a todos os outros clubes analisados. O Campeonato russo começou mais cedo e neste momento o Zenit já conta com 14 jogos oficiais.
Números dos Campeões das 7 maiores ligas
EQUIPA       JOGOS GOLOS MARCADOS GOLOS SOFRIDOS JOGOS SEM SOFRER
Benfica           10       22 (2,2)                               5                                               7
PSG               10       18 (1,8)                               5                                               7
Zenit               14       23 (1,6)                             10                                               6
M. City            10       34 (3,4)                               8                                               5
Barcelona         8       16 (2)                                10                                               3
Bayern              9       25 (2,7)                               9                                               3
Juventus           7       13 (1,8)                               7                                               3

PRIMEIRAS PÁGINAS: #OPORTOAOCOLO# NUNCA FALHA


VINICUS FOI O ÁS DE TRUNFO


"Gabriel deu um primeiro sinal de mudança, mas está só chegaria com a entrada de Vinícius

Gedson na frente
1. A colocação de Gedson em zona mais ofensiva foi uma surpresa apenas relativa e, talvez até por isso, não correu absolutamente bem ao Benfica. O Vitória de Setúbal, com uma linha defensiva de seis em vários momentos, deu pouquíssimo espaço e nos primeiros 20 minutos a equipa da casa foi quase sempre previsível. Os sadinos, sobretudo concentrados em defender, apostavam em Hildeberto, procurando aparecer nas costas de Grimaldo como principal aposta ofensiva. A defender, o Vitória apostava na energia de Semedo e, sobretudo, do central Artur Jorge, que assinou uma exibição de grande categoria no Estádio da Luz.

Gabriel primeiro
2. No início da segunda parte esperar-se-ia que o Benfica entrasse a jogar mais rapidamente, mas acabou até por ser o Vitória a dar bons sinais, passando a explorar também muito o espaço de André Almeida, que não parecia bem no jogo e acabaria por sair mais tarde.
O treinador do Benfica, Bruno Lage, não quis esperar mais e teve de apostar em Gabriel para tentar variar o jogo e acelerar a procura de espaços - Fejsa já não acrescentava tanto. Mas não foi necessariamente essa a grande solução para o jogo... Essa viria logo depois com a entrada de Vinícius.

A tremenda eficácia
3. Vinícius tem muito pouco tempo de jogo no Benfica, mas a verdade é que tem demonstrado uma tremenda eficácia e, ontem, foi capaz de resolver um jogo que crescia em dificuldade para as águias. O próprio golo nasce de um grande esforço individual e de um feliz exercício de criatividade. Um avançado de grande utilidade, afinal.

E depois de Taarabt
4. Com o golo marcado pareciam estar criadas condições para que o Benfica serenasse, eventualmente até marcasse mais, pois o Vitória teria de desdobrar-se e passar a jogar sem tantas cautelas defensivas, opção que forçosamente tornaria o jogo diferente. Em todo o caso, a expulsão de Taarabt confundiu o Benfica e deu aos setubalenses a confiança necessária para se lançarem ao encontro de outro forma.
O Benfica porém, mesmo com o nervosismo aceitável de quem tinha apenas um golo de vantagem e estava a jogar com dez, controlou o jogo dentro do esperado, ainda que tenha sido forçado a defender de uma forma como talvez não estivesse à espera. Mas fê-lo de forma concentrada."

Vítor Manuel, in A Bola

domingo, 29 de setembro de 2019

TRIUNFO NÃO EVITA DESPEDIDA DA LIGA DOS CAMPEÕES


BASQUETEBOL
A equipa de basquetebol do Benfica ganhou a 2.ª mão em Montenegro, mas segue para a fase de grupos da FIBA Europe Cup.
O Benfica venceu por 71-82, neste domingo, o Mornar Bar, em Montenegro, no jogo da 2.ª mão da 2.ª ronda de qualificação para a Liga dos Campeões. Apesar da vitória, os encarnados despedem-se da competição.
O Benfica entrou no Sports Hall Topolica – um pavilhão com capacidade para 3 mil adeptos – com uma missão complicada: reverter uma desvantagem de 28 pontos, depois do 68-96 no desafio da 1.ª mão. Ou seja, para atingir a fase de grupos da Champions, os encarnados teriam de ganhar por, pelo menos, 29 pontos.

Depois de um 28-21 no 1.º quarto, o conjunto liderado por Carlos Lisboa foi o grande protagonista dos segundos 10 minutos de jogo, com uma excelente recuperação.
Lançou-se para a frente do marcador aos 33-35, saindo com uma vantagem de 12 pontos para o intervalo (40-52), com um triplo de Micah Downs no último segundo.
Disposto a discutir o jogo, tal como se tinha comprometido, o Benfica manteve-se na liderança do score durante todo o 3.º quarto (56-66), segurando uma vantagem de 10 pontos.
Nos derradeiros 10 minutos, a aproximação do Mornar Bar não tirou a concentração aos encarnados, que se mantiveram, com firmeza, na frente do marcador até ao apito final: 71-82.
Uma vitória, no entanto, insuficiente e que não permite aos encarnados seguir para a fase de grupos da Liga dos Campeões, competição da qual se despedem com uma boa imagem.
O Benfica, recorde-se, chegou à ronda 2 de qualificação para a Liga dos Campeões depois de deixar para trás a formação holandesa do Donar Groningen (95-65 e 77-66).
Os encarnados seguem agora para a fase de grupos da FIBA Europe Cup, onde integram o Grupo A, juntamente com os também já apurados PVSK-Veolia Pecs e Inter Bratislava.
Formação inicial do Benfica: Eric Coleman, Micah Downs, Betinho Gomes, Damian Hollis e Toure' Murry.

UMA QUESTÃO DE NERVOS


O Benfica venceu o V. Setúbal por 1-0, voltou a agarrar os 3 pontos, mas os dias das goleadas e do futebol intenso parecem andar em paradeiro desconhecido. Foi mais um jogo de nervos para a equipa de Bruno Lage, que teve o condão de acertar nas alterações: Carlos Vinícius saiu do banco para fazer o único golo do jogo
É possível que isto já se possa dizer: o Benfica vive, por estes dias, uma pequena crise existencial. E digo pequena porque a nível de resultados, de números puros e duros, essa perda de identidade só notou verdadeiramente na Liga dos Campeões, com a derrota frente ao RB Leipzig, que torna, desde já, um pouco mais difícil um dos objetivos da época: chegar à fase a eliminar da Champions.
Cá dentro, o desvanecimento daquele Benfica dominador, máquina de fazer golos, com capacidade de controlar com bola um jogo do primeiro ao último minuto, ainda não se tornou um verdadeiro problema no que a pontos diz respeito. O Benfica vai ganhando, está lá em cima. Mas as dificuldades que os encarnados sentiram para há uma semana bater o Moreirense, com dois golos na reta final, não foram muito menores que aquelas que tiveram este sábado em casa frente ao V. Setúbal.
O 1-0, saído do malabarismo de Carlos Vinícius a meia-hora do fim, teve de ser defendido com o coração nos últimos minutos, depois da expulsão de Taarabt aos 80’. E não foi a isto, não foi a nervos e a ansiedade e a resultados raquíticos que o Benfica de Bruno Lage habituou os seus adeptos.
Tal como não habituou a experimentações. Como jogar com Gedson no apoio a Seferovic, face à lesão de Chiquinho e à pouca produção de Raul de Tomas. Mas o jovem médio português mal se viu, perdido em terrenos que não são seus, à procura de soluções para as quais não terá recursos.
Talvez por isso tenha sido preciso esperar mais de 20 minutos para o encontro ver um remate. Até lá, o V. Setúbal ia assustando o Benfica com algumas combinações interessantes em contra-ataque, normalmente com Hildeberto como protagonista, mas sem grandes danos, porque lá à frente faltava a definição. Contra-ataques esses que, diga-se, nasciam de bons posicionamentos defensivos, de uma organização compacta lá atrás, bem na abordagem aos jogadores encarnados, demasiados lentos na construção.
O primeiro remate do Benfica apareceu então aos 22 minutos, curiosamente em ataque rápido, numa bola lançada com a sageza habitual de Ferro quando o assunto é lançar jogo. A jogada seguiu então nos pés lestos de Rafa e depois para Gedson, feito homem de ataque, que permitiu que o seu remate fosse cortado por um carrinho de Artur Jorge.
Aos 35 minutos foi Pizzi a ver Makaridze a travar-lhe um remate feito já com pouco ângulo, mas ainda assim perigoso, mas até ao intervalo as idas do Benfica à área do V. Setúbal chegavam quase sempre atrapalhadas e pouco objetivas, com Seferovic meio perdido entre os sadinos.
A 2.ª parte começou com Gabriel em campo e um par de sustos na baliza de Vlachodimos. Aos 47’, Mansilla apareceu sozinho do lado esquerdo da área e rematou à malha lateral, num daqueles lances em que, como se diz na gíria, se gritou golo. Malha lateral que poucos minutos depois receberia novo remate em cheio, mas desta vez do marroquino Hachadi.
Os sustos, diga-se, não fizeram bem ao jogo, que se partiu e bagunçou, principalmente até à entrada de Vinicius, que teve pelo menos o condão de colocar mais massa humana na área e exigir organização às duas equipas. E foi com um V. Setúbal já bastante encostado à sua baliza que o Benfica marcou, numa jogada de insistência aos 63’, que começou num canto de Grimaldo. Ferro foi o primeiro a rematar, mas Makaridze defendeu bem, com a bola seguiu para Rafa, que cruzou para Carlos Vinicius, que mesmo quase sem espaço conseguiu naquele metro quadrado de grande área tirar o guardião sadino do lance com um chapéu, ficando depois com a baliza à mercê para o golo. Que aconteceu.
O golo pareceu por momentos dar vida ao Benfica, mas foi falso alarme. Sem conseguir controlar o jogo com bola, o Benfica foi permitindo que os nervos chegassem ao relvado da Luz e a entrada impetuosa de Taraabt a dez minutos do fim, que lhe valeu guia de marcha, é só resultado disso. A jogar com 10, o Benfica desconcentrou-se e os últimos minutos foram passados a conter o V. Setúbal, que pecou por, de facto, não ter lá grande destreza a atacar - por alguma razão tem apenas um golo marcado no campeonato.
Uma vitória é uma vitória e todas valem três pontos. Três pontos esses que o Benfica tem agarrado, é certo, mas os tempos das goleadas e do futebol rápido e intenso parecem uma por estes dias andar em paradeiro desconhecido.


Lídia Patalta Gomes, in Tribuna Expresso

O CAMPEÃO VENCEU DÉRBI DO FUTSAL


FUTSAL
Mais forte e equilibrado em todas as fases do dérbi, o Benfica derrotou o Sporting na 4.ª jornada da Liga Placard.
Dia de dérbi na principal prova do calendário do futsal português. O Benfica, mais forte e competente nos pormenores em todo o jogo, ganhou ao Sporting por 4-3 na 4.ª jornada da Liga Placard. O Campeão passou para a liderança.
Uma combinação a dividir por três, com Robinho, Fernandinho e Chaguinha como vértices do triângulo desenhado junto à área adversária, proporcionaram ao Benfica a primeira oportunidade do dérbi ao minuto 2, mas o guarda-redes Guitta estirou-se e impediu os festejos.
Depois de uma parada de qualidade de Roncaglio, as águias deram trabalho a Guitta num disparo de Robinho em zona exterior aos 3'.
Bruno Coelho, lendo bem o posicionamento de Miguel Ângelo, serviu o companheiro de equipa, num lance de bola parada, gerando-se um remate de pé direito que fez a bola passar muito perto da baliza de Guitta aos 5'.
Henmi, ao minuto 7, passou por um oponente no lado esquerdo da quadra e ficou cara a cara com Guitta, não vencendo, porém, o duelo com o guardião contrário.
Decorridos 8 minutos, no seguimento de um desequilíbrio promovido por Taynan, a bola viajou até à esquerda e Erick chutou e marcou: 0-1.
O Benfica foi rápido e decidido na resposta, mas um remate de Robinho foi sustido por Guitta (8').
O empate não aconteceu neste lance, aconteceu no ataque seguinte, com Fernandinho a rematar e depois a assistir a conclusão de Robinho: 1-1 aos 9'.
Uma deambulação de Chaguinha, da direita para o meio, resultou num pontapé de pé esquerdo que pôs em sentido o guarda-redes Guitta aos 12'.
O Benfica passou para a frente aos 14', com Chaguinha, na ponta esquerda, a dar o melhor desenvolvimento a uma arrancada explosiva de Robinho pelo corredor: 2-1.
No espaço de segundos, mais um golo para as águias. Guitta saiu da área para intercetar uma bola longa de Robinho, mas atrapalhou-se com o esférico e foi desarmado por Fábio Cecílio, que rapidamente atirou pela certa para as redes: 3-1 aos 14'.
À entrada para os derradeiros dois minutos da primeira parte as duas equipas estavam no limite das faltas: cinco para cada lado. Este facto fez baixar um pouco a intensidade e a agressividade positiva nos duelos até ao intervalo.
Uma falta rude sobre Henmi aos 23' custou ao sportinguista Taynan o segundo cartão amarelo no jogo e consequente vermelho.
As águias aproveitaram de forma exemplar a superioridade numérica e faturaram o 4-1 aos 24' por intermédio de Henmi, que valorizou o trabalho (assistência fantástica) de Robinho, que esteve nos quatro golos!.
De penálti, aos 27', Cardinal reduziu diferenças no marcador: 4-2.
Os encarnados voltaram a estar perto de fazer balançar as redes aos 31', mas o remate de primeira de André Coelho foi detido por Guitta. O filme reeditou-se aos 33', com o guardião leonino a salvar a sua equipa in extremis.
Sólido a defender e com uma circulação de bola segura, o Benfica podia ter ampliado por André Coelho aos 36'.
Nos últimos minutos as águias viram o adversário arriscar o 5 contra 4 (guarda-redes avançado). Erick, a um minuto e 24 segundos do fim, assinou o 4-3.
Fernandinho, a 11 segundos de terminar o dérbi, teve uma excelente bola para arrumar as contas, mas acertou na barra. A vitória, porém, não fugiu a quem mais a justificou: 4-3 para o Benfica, o novo líder da Liga Placard.
Cinco inicial do Benfica: Roncaglio, Chaguinha, André Coelho, Robinho e Fernandinho.
Suplentes: André Sousa, Fábio Cecílio, Tiago Brito, Bruno Coelho, Rafael Henmi, Miguel Ângelo e Fits.
DECLARAÇÕES
Joel Rocha
Joel Rocha (treinador do Benfica): "Foi um jogo muito difícil e equilibrado, como é normal, onde o Benfica foi uma equipa que fez da superação e da organização a base desta vitória. Os golos marcado e sofridos têm impactos positivos e negativos, e uma das chaves da nossa vitória esteve na reação ao golo sofrido. Não nos perturbou, não nos desviou nem um milímetro da preparação e abordagem. A forma como reagimos de 0-1 para 4-1 dá total validade e mérito à conquista dos três pontos. Foi uma vitória conseguida com mérito, mas também organização e muita superação de todo o plantel. É muito bom conseguirmos transportar para dentro da quadra muitos dos valores do Benfica. Estamos de parabéns perante um pavilhão que também engrandeceu o jogo e uma vitória justa."

HÓQUEI FEMININO VENCE TORNEIO APL


HÓQUEI EM PATINS FEMININO
A formação liderada por Paulo Almeida bateu o Sporting por 6-0 no final da competição.
A equipa de hóquei em patins feminino do Benfica ganhou, neste domingo, o Torneio de Abertura da Associação de Patinagem de Lisboa (APL). Na final as águias bateram o Sporting por 6-0.
O Benfica entrou mais forte na partida e ao intervalo já levava uma vantagem confortável para o balneário: 3-0, com dois golos de Marlene Sousa e um de Maria Sofia Silva.
Na segunda parte, as encarnadas aumentaram a vantagem para 6-0 (dois golos de Marta Piquero e um de Maria Sofia Silva), resultado que se manteve até ao fim e garantiu a conquista do troféu.
Cinco inicial do Benfica: Maria Vieira, Marlene Sousa, Maca Ramos, Inês Vieira e Marta Piquero.

PRIMEIRA TAÇA VÍTOR HUGO NO PALMARÉS


BASQUETEBOL FEMININO
O Benfica ultrapassou a AD Vagos por 64-38 na final disputada no Pavilhão Gimnodesportivo de Portimão.
A equipa feminina de basquetebol do Benfica conquistou, neste domingo, a primeira Taça Vítor Hugo do seu palmarés, depois de ultrapassar na final a AD Vagos (equipa mais titulada da prova) por 64-38, em Portimão.
As encarnadas entraram na partida a todo o gás e o 1.º quarto foi totalmente dominado pelo Benfica (20-9). A AD Vagos reagiu, ganhou o 2.º quarto (5-15) e ao intervalo as formações estavam apenas separadas por um ponto: 25-24.

Ao 3.º quarto as águias já levavam uma vantagem confortável (50-32) e o desafio terminou com a vitória do Benfica, por 64-38, diante do clube mais titulado da prova, com cinco troféus.
O basquetebol feminino do Benfica arrebatou assim a primeira Taça Vítor Hugo, o primeiro troféu da sua história!
Isabel dos Santos (treinadora do Benfica): "Era importante começarmos a época bem, porque foi isso que apostámos para esta temporada. Fomos a melhor equipa ao longo do torneio e a mais portuguesa."
Joana Soeiro (base do Benfica): "É a minha primeira época no Benfica, onde eu sempre quis jogar. Trazer títulos para um clube desta dimensão é muito especial."

UM AZAR DO KRALJ


Um Azar do Kralj congratula-se pelo jogo responsável de Rúben Dias que mesmo nos momentos mais intensos evitou agarrar rivais pelo pescoço
Desde jogo frente ao V. Setúbal, Vasco Mendonça destaca ainda os 45 minutos competentes de Fejsa a cobrir e até a ajudar no ataque, tudo isto sem se perder uma única peça ou parafuso que fosse. Uma inspiração para a população sénior deste país


VLACHODIMOS


Esteve quase sempre bem, mas revelou desatenção num lance aos 83 minutos em que não se apercebeu da presença de Tiago Martins na área. Felizmente apressou a marcação do pontapé de baliza, caso contrário teria sido o próprio árbitro a marcar o golo do empate.
ANDRÉ ALMEIDA

Começo a achar que estas saídas de jogadores com queixas são parte de um compromisso comercial com o Hospital da Luz. Isso ou descobrimos que o departamento clínico do Benfica é liderado em part-time por um empregado de limpeza.
RÚBEN DIAS

Apesar da agressividade que por vezes lhe é reconhecida e de alguns lances mais exigentes, Rúben Dias mostrou-se atento e responsável mesmo em momentos mais intensos, evitando a todo o custo agarrar os opositores pelo pescoço. Um exemplo a considerar.
FERRO

Ajudou a construir mais ataques do que o Pizzi, e só não fez mais porque em alguns desses casos passou a bola ao Pizzi.
GRIMALDO

Até o meu filho de 2 anos já sabe que não é boa ideia deslocar-se a passo para a marcação de um canto quando o resultado na Luz está em 0-0 e ainda não conseguimos fazer um remate de jeito. É uma daquelas travadinhas à Grimaldo.
FEJSA

45 minutos competentes a cobrir e até a ajudar no ataque, tudo isto sem se perder uma única peça ou parafuso que fosse. Uma inspiração para a população sénior deste país.
TAARABT

Mais uma exibição a encher o relvado. Faltam-lhe 40 jogos completos para podermos dizer que passou mais tempo no relvado do que no Urban, mas Adel vai mantendo a obstinação, não obstante o invisual que entendeu puni-lo por excesso dessa qualidade. Começa agora uma fase complicada, cerca de 3 semanas com pouco ou nenhum futebol a sério e demasiado tempo livre, circunstâncias que testarão não apenas a sua obstinação mas também a sua abstinência.
PIZZI

Nestas últimas semanas tem-se apresentado como o RdT dos centrocampistas. Já nos chega um, Luís Miguel.
RAFA

Uma assistência para golo, um pénalti por assinalar e um vermelho por mostrar. À falta de melhor circulação de bola ou de colegas mais inspirados, Rafa continua a exibir a melhor combinação de coração, cabeça, pernas e, não menos importante, testículos, que parecem faltar a este Benfica 2019/2020. Com tanta gente competente na estrutura, querem ver que não há no Seixal um especialista em tomates?
GEDSON

Já interpretou mais papéis no onze do Benfica do que Al Pacino em toda a sua carreira. Hoje Lage pediu-lhe que se comportasse como uma espécie de segundo avançado. Não é de esperar que o nome Gedson Fernandes apareça nas bolsas de apostas para os Oscars.
SEFEROVIC

Suíço que nasce torto tarde ou nunca se endireita. Água mole em pedra dura por vezes leva-nos à loucura. Grão a grão morremos à fome. A esperança é a primeira a ser substituída. Em terra de cego quem tem um olho também vê mal. De boas intenções está a grande área cheia. A cavalo dado é preciso ver se tem prémio de assinatura.
GABRIEL

Os seus pés são um discurso motivacional. A entrada de Gabriel em campo tem o condão de nos fazer acreditar um pouco mais em Bruno Lage, nos jogadores comandados por Bruno Lage, e até no futuro do planeta. Vá lá, mais do que tenho acreditado esta época, que não é tanto quanto gostaria. Acho que o próprio Lage acredita mais no seu valor quando vê o brasileiro em campo. Há qualquer coisa naquelas variações de flanco que nos diz que vai correr tudo bem, desde que não ignoremos as alterações climáticas e a necessidade de melhores portadores e passadores no centro do terreno.
VINICIUS

Depois de algumas semanas a ouvir cantilenas sobre jogadores associativos, avançados trabalhadores e pontas de lança muito bons a defender, foi refrescante ver um gajo demorar poucos minutos até realizar a principal tarefa para a qual foi contratado. Vinicius regressou de uma lesão, apresentou-se sem ritmo e quase sem minutos em campo com os novos colegas, mas ainda assim decidiu o jogo. Afinal não é assim tão difícil, pensei eu. Quanto ao jogador, correu na direcção de uma câmara, cruzou os braços e olhou com o ar confiante de quem diz na terceira pessoa "O Vinicius chegou". Já eu ouvi "O Sport Lisboa e Benfica deseja as maiores felicidades a Raul de Tomas no seu próximo desafio profissional".
TOMÁS TAVARES

Aquele ar relaxadão ainda não inspira a confiança necessária quando se vence por 1-0 em casa e jogamos contra 12. Sofremos a bom sofrer durante 15 minutos.
Um Azar do Kralj, in Tribuna Expresso

PRIMEIRAS PÁGINAS


VITÓRIA CONTUNDENTE


15 A MULTIPLICAR POR 2: A CONTA DE NOVO TRIUNFO
ANDEBOL
O Benfica impôs-se na visita ao Águas Santas na 6.ª jornada da 1.ª fase do Campeonato Nacional de andebol.
Com 15 golos marcados em cada uma das partes, o Benfica triunfou por 21-30 no pavilhão do Águas Santas na 6.ª jornada da 1.ª fase do Campeonato Nacional de andebol.
A equipa benfiquista agarrou o jogo com as duas mãos e fez por impor a sua qualidade dentro da quadra. Finalizado o primeiro quarto de hora do encontro as águias já estavam na frente do marcador, e com alguma folga: 5-8.

A vantagem cresceu golo a golo, e aos 25' o placard espelhava este resultado: 8-13.
A diferença estabilizou nos cinco golos e foi assim que se fechou a etapa inicial: 10-15.
Pelo produzido até então, os comandados de Carlos Resende avançaram para a segunda parte numa posição confortável. Contornando a réplica da equipa da casa, ampliaram o fosso no score e triunfaram por 21-30.
Sete inicial do Benfica: Gustavo Capdeville, Francisco Pereira, Kévynn Nyokas, Toft Hansen, Carlos Molina, Nuno Grilo e Fábio Vidrago.
Suplentes: Miguel Espinha, Romé Hebo, Pedro Seabra, Paulo Moreno, Ricardo Pesqueira, Guilherme Tavares, Carlos Martins e Petar Djordjic.
Marcadores dos golos: Petar Djordjic (12), Paulo Moreno (4), Pedro Seabra (1), Nyokas (1), Nuno Grilo (1), Carlos Martins (1), Francisco Pereira (5), Toft Hansen (1), Guilherme Tavares (1), Ricardo Pesqueira (3).

sábado, 28 de setembro de 2019

VITÓRIA ARRANCADA A FERROS


Encarnados tiveram de suar para vencer a equipa de Sandro Mendes, e apenas um golo do regressado Carlos Vinícius conseguiu quebrar a barreira defensiva dos sadinos.
O Benfica venceu neste sábado na receção ao Vitória de Setúbal por 1-0, em jogo a contar para a sétima jornada do campeonato nacional. O único golo da partida foi marcado pelo regressado Carlos Vinícius, que voltou aos relvados depois de uma lesão. Destaque também para a expulsão de Taarabt que obrigou a equipa de Bruno Lage a jogar com dez unidades nos minutos finais, mas nem isso impediu a conquista dos três pontos.


Em relação à última partida a contar para o campeonato nacional, Bruno Lage optou por entrar em campo com apenas um avançado, desfazendo dupla Seferovic-RDT. O espanhol ficou sentado no banco de suplentes e para o seu lugar entrou Gedson, que fez companhia ao suíço na frente de ataque. Já Sandro Mendes mudou apenas uma peça em relação à última partida, com a entrada de Leandrinho para o lugar de Éber Bessa.


A primeira oportunidade do encontro pertenceu à equipa da casa, pelos pés de Haris Seferovic. Taarabt recuperou a bola na zona defensiva e deixou o avançado helvético na cara de Makaridze, mas o guarda-redes georgiano fez bem a mancha. Ainda assim, foi assinalado o fora-de-jogo ao suíço.
A equipa da casa não conseguia furar o bloco defensivo dos sadinos e a prova disso é a reação do marroquino Taarabt ao facto de os colegas não lhe darem linhas de passe. Os encarnados estavam a fazer o que Bruno Lage havia pedido: ser pacientes. Já os setubalenses defendiam, muitas vezes, com os 11 jogadores atrás da linha da bola.


Gedson Fernandes desperdiçou, aos 22 minutos, aquela que foi a primeira ocasião de golo do jogo. Rafa Silva conduz a bola, acelera e corre cerca de 40 metros para assistir o médio que com tempo e espaço para visar a baliza rematou rasteiro e permitiu o corte de Artur Jorge, já dentro da área.
Minutos depois foi a vez de Seferovic desperdiçar um bom cruzamento de Grimaldo, muito ativo do lado esquerdo dos encarnados. O espanhol centrou para a zona onde estava o suíço, este aparece primeiro do que Artur Jorge e atira de primeira, de pé esquerdo, mas por cima do travessão.
O jogo estava muito morno e o Benfica quase não rematava à baliza adversária, sempre com muitos passes errados ou curtos. Até que aos 35 minutos surgiu um lance digno de registo e que podia ter dado em golo, não fosse a boa intervenção de Makaridze. Cruzamento rasteiro de André Almeida, Seferovic não consegue encostar, mas Pizzi atira com intenção, mas o guarda-redes dos sadinos nega o golo ao internacional português.



A equipa de Bruno Lage parecia ter acordado com o aproximar do tempo de intervalo e tornou-se mais atacante nos últimos minutos da primeira metade do encontro e aos 42 minutos uma boa jogada de entendimento por pouco que não deu em golo. Pizzi meteu para o segundo poste, Seferovic amortece de cabeça, mas Artur Jorge tira a bola do caminho de André Almeida que aparecia para finalizar.
A segunda parte começou com uma mudança do lado da equipa da casa. Bruno Lage decidiu deixar no balneário o sérvio Fejsa para colocar em campo Gabriel e dar mais criatividade ao meio-campo encarnado. Mas foi ao Vitória de Setúbal que pertenceu a primeira ocasião do segundo tempo. Brian Mansilla isolou-se pela esquerda e disparou com violência às redes laterais da baliza defendida por Vlachodimos. Os sadinos entraram mais espevitados no segundo tempo e minutos depois de Mansilla ter atirado às malhas foi a vez de Hachidi fazer o mesmo. Era o segundo aviso da equipa de Sandro Mendes num curto espaço de tempo.


Os vitorianos carregavam mais neste reinício de encontro e Hachidi esteve a centímetros de inaugurar o marcador aos 55 minutos. Valeu o grande corte de Rúben Dias a impedir que o passe de Nuno Valente chegasse ao avançado marroquino.
A produção ofensiva era praticamente nenhuma e para mexer um pouco as coisas na frente de ataque Bruno Lage decidiu colocar em campo Carlos Vinícius, grande novidade na convocatória para este jogo. E foi precisamente dos pés do brasileiro que surgiu o primeiro golo do encontro aos 64 minutos. Após canto de Grimaldo, o brasileiro trabalhou bem na grande área após saída em falso de Makaridze e depois de alguns ressaltos, domina e atira à meia-volta para o fundo das redes. Antes, o guarda-redes vitoriano defendeu o desvio intencional de Ferro, mas depois não conseguiu travar o remate do camisola 95 dos encarnados.


O golo de Vinícius teve o condão de acordar as hostes encarnadas, mas o jogo em si arrefeceu, menos para Taarabt que viu o cartão vermelho direto nos minutos finais do encontro por uma entrada perigosa do marroquino sobre Zequinha.
Em cima do minuto 90 Gabriel tentou aquilo que seria um golo monumental. O médio brasileiro aproveitou o adiantamento de Makaridze e do meio campo tentou alvejar a baliza adversária, mas a bola saiu um pouco ao lado do poste da baliza do georgiano.
Nos minutos finais, e aproveitando o facto de ter mais um jogador em campo, o Vitória de Setúbal tentou de tudo para chegar ao golo do empate, mas Vlachodimos impediu que qualquer bola entrasse na sua baliza..


Quanto ao trabalho do árbitro Tiago Martins uma só coisa a dizer, UMA VERGONHA...

BENFICA CONQUISTA 5.ª SUPERTAÇA DO PALMARÉS!


FUTSAL FEMININO
Desafio entre Benfica e Novasemente ficou decidido na lotaria das grandes penalidades.
O Benfica, tricampeão nacional de futsal feminino e vencedor da Taça de Portugal, conquistou, neste sábado, a 5.ª Supertaça do palmarés do futsal feminino, depois de bater por 4-4 (6-5 após g.p.) o Novasemente, finalista vencido da prova-rainha, num desafio decidido apenas na lotaria das grandes penalidades.
Na terceira final consecutiva entre ambos os emblemas – com o Benfica a vencer as duas últimas – entrada avassaladora do Novasemente que ao fim de um minuto e meio de jogo se viu a vencer por 0-2 num Pavilhão Municipal de Ponte de Sor muito bem composto.
[GOLO: 0-1] Bianca Costa aproveitou uma defesa incompleta de Ana Catarina, na sequência de um lance de bola parada (19’). Lídia Fortes rematou e, na recarga, Bianca Costa não desperdiçou.
[GOLO: 0-2] Ana Catarina saiu a jogar, bola perdida e, num chapéu do meio-campo, Angélica Alves (18’) aumentou a contagem.
O Benfica respondeu e, aos 15’, esteve à vista o primeiro golo das encarnadas. Fifó tentou um primeiro remate à figura da guarda-redes do Novasemente, sobrou para Nina que acabou por atirar para a linha de fundo.
[GOLO: 1-2] Livre batido por Inês Fernandes, aos 10', com Raquel Santos, com um excelente remate de pé esquerdo, a bater pela primeira vez Samanta Martins.
Depois de um momento inicial em que se destabilizou com os dois golos sofridos, a formação liderada por Pedro Henriques reorganizou-se e colocou-se por cima do jogo. As oportunidades iam surgindo, mas estava lá, atenta e segura na baliza do Novasemente, Samanta Martins.
Numa altura em que faltavam seis minutos para jogar, estava estabelecido o empate no marcador (2-2) com o Benfica a mostrar muita qualidade de jogo.
[GOLO: 2-2] Grande trabalho de equipa. Assistência estudada de Janice – a conseguir dominar e ler o jogo – para Ana Maria Pereira que encostou para o segundo golo das encarnadas.
[INTERVALO: 2-2] Primeira parte equilibrada, com um Campeão Nacional com mais bola, mais remates e mais oportunidades depois de ter estado a perder por 0-2. 


 


Ainda assim, as equipas recolheram aos balneários em igualdade, deixando tudo em aberto para o segundo tempo.
O segundo tempo começou repartido, com mais equilíbrio, mais disputado em todas as zonas do terreno, onde as oportunidades flagrantes escassaram.
[GOLO: 3-2] Assistida por Fifó, na sequência de um canto, Raquel Santos (32'), novamente de pé esquerdo, colocou a bola no canto superior esquerdo da baliza de Samanta Martins, impotente para travar a precisão da camisola 20 do Benfica.
As oportunidades iam surgindo para o lado das encarnadas – aos 35' Janice atirou ao poste – que, pela primeira vez na frente do marcador, estavam cada vez mais perto do objetivo.
Quando faltavam dois minutos para jogar, Fifó viu cartão vermelho, deixando as encarnadas com menos um elemento. Uma oportunidade aproveitada pela Novasemente para igualar a partida.
[GOLO: 3-3] Na recarga, após uma grande defesa de Ana Catarina, Balona voltou a colocar tudo em aberto, levando a decisão para o prolongamento...
[GOLO: 4-3] Excelente remate de Nina, após passe de Inês Fernandes, a ganhar no cara a cara com Samanta Martins e a colocar o Benfica em vantagem numa altura em que se caminhava para o final da primeira parte do prolongamento (43').
O Benfica ia gerindo o resultado através da posse de bola, mas o Novasemente não baixou os braços.
[GOLO: 4-4] Remate potentíssimo de Angélica Alves, sem hipótese de defesa para Ana Catarina, a voltar a igualar o encontro a dois minutos do final.
Com o fim do prolongamento (4-4), foi na lotaria das grandes penalidades – três para cada lado – que se decidiu o desfecho do encontro. Aqui, as encarnadas foram mais fortes e, com duas grandes defesas de Ana Catarina, ergueram a 5.ª Supertaça do palmarés do Clube (2014, 2016, 2017, 2018 e 2019).
Formação inicial do Benfica: Ana Catarina, Inês Fernandes, Fifó, Raquel Santos e Janice.
Suplentes do Benfica: Marta Sarroeira, Cátia Tavares, Nina, Sofia Jesus, Patrícia Mexia e Ana Maria Pereira.
"Espírito de equipa, sacrifício e sofrimento"
Pedro Henriques (treinador do Benfica): “Valeu o resultado, valeu o espírito de equipa, valeu o sacrifício e o sofrimento que estas atletas tiveram, mas este conjunto tem de dar muito mais. De certeza absoluta que nos vamos preparar para nos mostrarmos para o resto do Campeonato e darmos outra imagem daquilo que é esta equipa.”
Ana Catarina (guarda-redes do Benfica): “Foi um grande jogo de futsal. Começámos a perder por dois erros nossos, um deles meu, mas conseguimos empatar, fomos novamente para cima do jogo, foi bastante disputado, creio que dignificámos o futsal feminino, mas acima de tudo houve uma equipa que quis ganhar mais e essa equipa foi o Benfica. Visto que temos uma equipa técnica nova, este foi um bom jogo para analisarmos determinados erros que aconteceram e assim podermos melhorar para o Campeonato Nacional.”

LIGA REVELAÇÃO: BENFICA VENCE BRAGA


O OURO ESTAVA NO PÉ ESQUERDO DE LUÍS LOPES
FUTEBOL
O Benfica bateu o SC Braga por 2-1 na 9.ª jornada da Liga Revelação.
A equipa Sub-23 do Benfica recebeu e venceu (2-1) este sábado no Benfica Futebol Campus, o SC Braga no jogo a contar para a 9.ª jornada da Liga Revelação.
A partida começou no Benfica Caixa Futebol Campus com as duas equipas a tentarem impor-se no jogo. Os primeiros quinze minutos pautaram pelo equilíbrio de ambas as partes, sem situações de grande perigo.
Aos 20’, o Benfica saiu em jogada de contra-ataque conduzida por Gerson Sousa (estreia absoluta nos sub-23), que rematou e pôs à prova o guarda-redes Rui Ribeiro. Este não conseguiu agarrar a bola, Gonçalo Ramos rompeu a área e quando se preparava para finalizar foi impedido, com falta, pelo guardião bracarense e foi assinalada grande penalidade.
[GOLO: 1-0] Gonçalo Ramos sofreu a falta, foi chamado a marcar o penálti e não desperdiçou a oportunidade de inaugurar o marcador no Seixal.
Os encarnados mantinham-se organizados e a tentar criar ocasiões para dilatarem o resultado.
A dupla Gerson Sousa e Gonçalo Ramos continuava com sede de golo e aos 43’ quase que surgia o segundo do Benfica. Gerson Sousa cruzou para a área e Gonçalo Ramos, de cabeça, fez o esférico rasar nas redes do adversário. As formações foram para os balneários com o Benfica em vantagem no marcador. 1-0 ao intervalo.
O segundo tempo iniciou-se com um Braga mais pressionante e a querer o empate no placard, contudo, o Benfica continuava atento e anular as hipóteses do adversário.
Aos 53’, o técnico Jorge Maciel mexeu pela primeira vez na equipa, fazendo entrar Paulo Bernardo para o lugar de Sérgio Andrade.
O Braga rondava a baliza de Celton Biai e aos 60’ eis que surgiu o empate.
[GOLO: 1-1] Na sequência da marcação de um livre, Celton Biai conseguiu desviar a primeira bola, mas após a insistência do conjunto minhoto, o esférico foi na direção das redes encarnadas e Pedro Ganchas na tentativa de impedir o empate, desviou, mas para dentro da própria baliza.
Aos 63', Jorge Maciel recorreu novamente às substituições: saiu Ebuehi (lateral-direto da equipa principal que tem ganhado ritmo na equipa sub-23) para a entrada de Luís Lopes e entrou Fábio Baptista para o lugar de Gonçalo Ramos.
As águias procuravam a vantagem e criavam situações de perigo na área adversária. Jair Tavares, aos 78’, encheu o pé e obrigou o guardião minhoto a uma defesa complicada.
No minuto a seguir (79’), novas alterações no xadrez do Benfica: Tiago Araújo substituiu Jair Tavares e Tiago Gouveia entrou para o lugar de Gerson Sousa.
A partida corria a bom ritmo. Aos 80’, nota para a grande defesa de Celton Biai, que evitou a vantagem dos bracarenses.
No contra-ataque (82'), o Benfica esteve à beira do segundo golo pelos pés de Tiago Araújo. Depois da bola sobrar para Luís Lopes, este foi derrubado pelo guarda-redes visitante, mas o árbitro não assinalou penálti.
O Clube da Luz continuou à procura da superioridade e foram várias as ocasiões perigosas. Já nos descontos (90’+2’), o perigo confirmou-se e o Benfica chegou à vantagem.
[GOLO: 2-1] Numa combinação de passe e desmarcação feita por Paulo Bernardo e Luís Lopes, este último viu-se com espaço para rematar e não hesitou. Estava feito o segundo golo do Benfica e o golo da vitória.
Onze do Benfica: Celton Biai; Ebuehi, Miguel Nóbrega, Pedro Ganchas, Rafael Rodrigues, Tomás Azevedo, Sérgio Andrade, Vukotic, Gerson Sousa, Jair Tavares e Gonçalo Ramos.
Suplentes: Kokubo, Vilius Armalas, Fábio Baptista, Henrique Jocu, Paulo Bernardo, Tiago Araújo, Tiago Gouveia, Henrique Araújo e Luís Lopes.
A equipa orientada por Jorge Maciel soma assim o seu sexto triunfo na competição (em 8 jogos), ocupando o 2.º lugar da tabela classificativa com 20 pontos. Na 10.ª jornada, marcada para o dia 5 de outubro, os encarnados visitam o CD Aves.

PRIMEIRAS PÁGINAS


JOGO LIMPO - BTV - 27 SETEMBRO 2019

                                           

1 SEMANA DO MELHOR - BTV - 27 SETEMBRO 2019

                                           

BENFICA NAPOLEÓNICO


"Benfica não pode queixar-se da falta de sorte na batalha de Moreira de Cónegos ou na contenda com o Vitória de Guimarães

Napoleão Bonaparte era conhecido por querer os seus generais com sorte. Esta era a qualidade mais apreciada pelo Imperador nos chefes militares a quem confiava batalhas.
O Benfica não se pode queixar de falta de sorte na batalha de Moreira de Cónegos, nem mesmo na contenda de quarta-feira da Taça da Liga frente ao V. Guimarães.
Há no entanto boas notícias vindas de dois jogos descoloridos.
Em Moreira de Cónegos houve sempre crença e vontade de vencer, os jogadores lutaram até ao fim e também Napoleão ensina que no fim 'a vitória pertence ao mais perseverante'.
Seferovic, marcou e festejou com a garra dos vencedores. Seferovic a festejar no relvado, éramos nós a festejar o golo na bancada ou no sofá.
Da batalha da Luz na quarta-feira, há sobretudo a povoar o nosso imaginário a alegria no regresso de Gabriel. Há um Benfica com Gabriel e outro sem ele.
Gabriel foram os nossos três pontos da Taça da Liga.
Sem tirar mérito ao Vitória, que até podia ter vencido o jogo, complicámos a matemática nesta prova onde a única solução é agora vencer sempre, por larga margem, os jogos fora de casa.
Mas como ensinava o Imperador, 'a impaciência é obstáculo ao êxito', e, por isso, resta acreditar porque 'quem teme ser vencido, tem a certeza da derrota'.
Bruno Lage, como Napoleão, sabe que pode ter problemas com a frente russa na próxima semana, mas o nosso técnico está avisado pelo Imperador que 'a primeira qualidade de um líder é a cabeça fria para receber uma impressão correcta das coisas. Não deve deixar-se confundir quer por boas, quer por más notícias'.
Bruno Lage recupera recursos e melhora as bases das suas/nossas conquistas. A mais urgente, a mais importante e a mais próxima é amanhã contra o Vitória, este o de Setúbal.
A actualidade desportiva também tem notícias sobre o momento dos nossos adversários, mas nesta matéria temos de ler as palavras do imperador: 'nunca interrompas o teu inimigo quando estiver a cometer um erro'.
Até porque, no fim, 'a história é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a acordo' e 'a vitória tem uma centena de pais. A derrota, essa, é órfã'.
Sempre na esperança de que o Benfica constrói motivos para o seu Arco do Triunfo."

Sílvio Cervan, in A Bola