terça-feira, 11 de março de 2025

GOLEADA RUMO A 1904

 


"Na sua secular e gloriosa história, o Sport Lisboa e Benfica sempre baseou a sua força numa paixão enorme dos seus associados que, mesmo tendo tendências de opinião diferentes, defenderam e engradeceram diariamente o seu clube. Essa pluralidade que nos fez grandes e permitiu a evolução constante do clube só consegue exprimir a sua voz com um regime democrático, transparente e livre que sempre foi nosso apanágio, sendo democrático, mesmo antes de Portugal o ser. Foi em assembleia geral que se legitimaram decisões estruturais para o clube, ganhando com isso a militância dos associados para as mesmas serem executadas.
Durante os últimos 30 anos, a democracia e a sua base associativa foram atacadas diariamente, delapidando a militância benfiquista e afastando os benfiquistas dos centros de decisão do clube, tornando o clube mais suscetível a verdadeiros atentados terroristas que infelizmente nos assolaram.
Todas estas ações tornaram o clube mais fraco, menos democrático e demasiado opaco, enfraquecendo-o para enfrentar todos os desafios que enfrentamos.
No dia 8 de março de 2025, depois de um percurso longo e atribulado, os sócios do Sport Lisboa e Benfica ganharam de goleada a quem sempre quis transformar o clube num centro de interesses pessoais, onde o benfiquismo não passou de uma característica acessória.
Com a aprovação inequívoca e maciça em sede de Assembleia Geral Extraordinária está dado o primeiro passo para o regresso à base associativa e democrática que nos permitiu ser a maior instituição portuguesa e uma das maiores do mundo. Com a alteração estatutária findam-se um conjunto de aberrações vigentes, abrindo-se espaço para o regresso dos sócios como maior património do Benfica e o movimento associativo como base de decisão do presente e futuro do clube.
Neste momento de vitória não nos devemos esquecer de todos os benfiquistas que participaram ativamente neste processo, tornando-o possível, deixando, sem esquecer ninguém, um agradecimento especial ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Dr. José Pereira da Costa, pela sua postura de elevada transparência, lisura e elevação, exercendo as suas funções com o intuito da defesa intransigente dos sócios, responsabilidade máxima do PMAG como representante máximo dos mesmos nos órgãos sociais.
Que seja o primeiro de muitos passos que terão de ser dados pelos sócios e legitimados pelos mesmos para termos um clube mais moderno, sólido e forte.
O Benfica assente nos valores de 1904 estará sempre mais próximo de vencer e de cumprir os desígnios dos nossos fundadores.
Sempre à Benfica, sempre pelo Benfica.
Viva o Glorioso!
Viva o Benfica!"

Ávaro Ferreira, in Benfica Independente

🚨A VERGONHA DA CNN PORTUGAL

 


O comentador da casa, Nuno Farinha, foi DUPLAMENTE DESMENTIDO por Bruno Lage no que respeita à notícia sobre o jantar de treinador do SLBenfica com Frederico Varandas em 2023.

Bruno Lage foi ao ponte de deixar a nu a fraquissimas qualidade da informação desse canal e o que fez CNN Portugal? Nada, absolutamente nada! Nem uma defesa se quer, ao seu colaborador.
Hoje teve a oportunidade de o fazer, durante os blocos de informação desportiva que transmite e nem uma referência, nem uma palavra. Querem esconder o quê!? Se estão tão seguros da "mentira" do Nuno Farinha, porque não fazer a defesa do antigo assessor de imprensa dos encarnados?
Em nome das audiências NÃO VALE TUDO!

Alberto Mota, in Facebook

AS TOCHAS E AS ÁGUAS QUE ENTRAM NOS ESTÁDIOS



 «Muitos assobios dos adeptos do Benfica e protestos dos jogadores, face ao uso de pirotecnia. Sanções à vista, uma vez mais, para os encarnados. UEFA tem mão pesada para estas situações», escrevia A BOLA no live do jogo Benfica-Barcelona, na quarta-feira, a propósito do triste festival de tochas que emanaram da bancada das claques do Benfica aos 36 minutos de jogo, e que levaram à interrupção da partida, depois retomada num clima de fumo que mais parecia as montanhas da Escócia.

Já aconteceu com toda a gente: entrar num recinto, seja para um concerto ou um jogo, e ter de deitar fora uma garrafa cheia de água, porque aquela não pode entrar. Até já me olharam de lado para uma maçã... Bem sei que, além da questão da segurança, lá dentro querem vender-me a mesma água pelo dobro do preço, mas o desperdício que ali se faz é, para mim, escandaloso.
Mais escandaloso ainda é que em estádios continuem a entrar impunes aqueles materiais de pirotecnia, que, seguramente, são mais visíveis que uma garrafa, e também mais letais. A quem interessa que continuem a entrar? Sendo que era um jogo de uma competição europeia, ao Benfica não deveria ser certamente, uma vez que se adivinha uma pesada multa e eventualmente nova interdição de bancada, ou estádio, ou adeptos ausentes em jogos fora. Para quem está sempre a pedir o apoio deles - os que assobiaram aquela atitude -, devia ter-se mais cuidados para que eles possam, de preferência sem tochas, lá estar.
As claques já não operam tão impunemente como há alguns anos, podendo tomar-se o exemplo do Sporting, mas mesmo o clube de Alvalade não consegue controlar estas ações e, depois de tochas terem sido atiradas diretamente contra os jogadores em Brugge, ficou sem adeptos em Leipzig.
De resto, basta experimentar fazer uma pesquisa por «pirotecnia» no site de A BOLA para ver a frequência com que acontece e o dinheiro que já custou aos clubes. Sendo assim, repete-se a pergunta: porque não conseguem os clubes controlar o que entra nos estádios? As mensagens em dias de jogo a pedir juízo e colaboração claramente não chegam.
Ana Soares, in a Bola

segunda-feira, 10 de março de 2025

ANTEVISÃO E TREINO...

                            

OS NOVOS ESTATUTOS DO BENFICA

 


Foi aprovada, por uma expressiva maioria, a nova ‘Magna Carta’ encarnada, que mexeu com alguns pressupostos tidos como ‘vacas sagradas’ dentro do clube. Faltou ser criada uma Assembleia Delegada, que fosse mais representativa dos sócios...

Do que foi aprovado, e que passará a constar da nova ‘Magna Carta’ encarnada, vários pontos merecem realce, por terem sido, até agora, considerados ‘vacas sagradas’ no universo benfiquista:
1 - A nova ponderação do número de votos atribuídos a cada associado em função do tempo de filiação, que empodera as gerações mais recentes de sócios;
2 - O facto de as Casas do clube deixarem de ter direito a voto (o que não tem nada a ver com os associados ‘per si’).
3 - O fim da necessidade de 25 anos de sócio para ser presidente do Benfica, baixando essa fasquia de fidelização para a década e meia;
4 - E, ‘last but not least’ a garantia de que, à imagem do que sucede na República, só será presidente quem tiver a maioria absoluta dos votos, o que em muitas circunstâncias poderá levar a uma segunda volta. Apesar de saber que as eleições nos clubes têm muito a ver com as conjunturas criadas pelos resultados desportivos da equipa principal de futebol, e que há exemplos de presidentes eleitos com 90 por cento dos votos não terem durado mais de um ano, não deixa de ser democraticamente justo e clubisticamente agregador aprovar esta alteração.
Pena é que não tenha sido contemplada a criação de uma Assembleia Delegada, que fosse mais representativa do universo de sócios, que acaba de atingir os 400 mil. Até porque, nos novos estatutos, o atual modelo de AG, que muitas vezes não acolhe mais do que um milhar de associados, passa a ter um peso maior na manutenção e queda das Direções, através da aprovação das contas. O que pode vir a transformar-se num foco de desestabilização.
José Manuel Delgado, in a Bola

MAIS UMA VITÓRIA INCONTESTADA DA NOSSA EQUIPA PRA LIGA

 


"Benfica 3 - 0 Nacional

Votação para os estatutos simples e rápida. Assembleia geral bem organizada. Benfica versão Liga tuga. Tem produzido bons resultados.
VAMOS LÁ AO JOGO
05 Amdouni e já lá mora o primeiro. Foi rápido, ainda mal tinha aquecido a minha cadeirinha vermelha. 16 na mesma jogada duas bojardas para duas boas defesas do redes deles. Onde é que eu já vi este filme? Falta de originalidade...
18 bem Bruma a assistir, Belotti é derrubado? Tem a palavra o VAR, o árbitro deu penálti. O VAR não quer, o árbitro manteve. Carrega, Kokcu! Que bem marcado: dois-zero!
27 bem, bem Samu a sair da baliza para uma bola difícil, à queima. Vai que nós confiamos em ti.
30 sucedem-se os pânicos na defesa do Nacional, com o guarda-redes a brilhar. 39 muito anda a jogar o "bacalhau" norueguês no seu verdadeiro lugar. Esta bomba, mandada a pedido da bancada, merecia melhor sorte. Mas, lá está, mais uma grande defesa.
42 mas ca granda jogada, Belotti tinhas que concluir isso, mas estava lá o do costume, mais uma vez a safá-los. Vou ver o nome dele, bem merece:
45 mas que festival de golos desperdiçados, nossa senhora!
45+2 VAR a chamar árbitro para avaliar lance na nossa área. Penálti! Vamos Samu!!! E não é que defendeu mesmo! Lindoooo!!!
47 vira o disco e toca o mesmo - e já lá vai mais uma perdida (do Bruma) e isto ainda agora recomeçou.
53 ó shôr bandeirinha: a bem do futebol não se anulam golos como este do Amdouni, OK? Que bomba!
63 o Amdouni tem pormenores de classe, de encher o olho, que mistura com percas de bola pouco menos que infantis. A sua melhor versão, que aparece a espaços nos jogos, é de categoria.
70 não sei se no famoso jogo dos dez-zero tivemos mais oportunidades do que hoje.
74 a quantidade de vezes que o Otamendi já passou a bola ao Renato nestes poucos minutos é de quem percebe que ele precisa de ganhar confiança, é de capitão.
52.543 em dia agreste contra adversário de pouco cartel é razoável. Daria para encher Alvalade e Dragão.
80 segunda parte menos interessante, totalmente compreensível, em todo o caso.
88 VAR a analisar uma suposta mão para penálti. Árbitro vai ao monitor. Vá lá, Pavlidis. Já está: três-zero, resultado assim mais de acordo com o que se passou no relvado.
90+3 finito! Cabeça no Barça. Carrega, BENFICA!!!"

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

REVIRAVOLTA PARA MAIS UM ÊXITO!

 


Capitã ofereceu o empate a Laís Araújo e teve a frieza para converter o penálti da reviravolta. Cinco em seis para as encarnadas. Diana Silva tinha dado vantagem às leoas.

Cinco em seis. Em meia dúzia de edições da Taça da Liga, o Benfica venceu uma mão cheia. E para festejarem, as águias tiveram mais… Carole. Porque foi da carola da capitã que saiu a assistência para o golo do empate e porque foi da carola da capitã que saiu a frieza necessária para a conversão do penálti decisivo.
Num dérbi intenso e muitas vezes bem jogado – com acelerações, transições e exploração da profundidade, algo que nem sempre é do agrado dos treinadores, que, por norma, preferem um jogo mais controlado e sem grandes sobressaltos -, foi o Sporting a entrar de forma mais afirmativa. E quando Brittany Raphino, logo aos 7 minutos, testou a atenção de Lena Pauels, percebeu-se que as leoas tinham a pretensão de chegar cedo ao golo. Não aconteceu aos 7’, aconteceu… aos 8’: Diana Silva fugiu em velocidade, isolou-se, entrou na área e, só com a guarda-redes alemã pela frente, escolheu o lado e atirou a contar. Estava desfeito o nulo no dérbi eterno.
A resposta do Benfica não se fez esperar. Anna Gasper desafiou as luvas de Hannah Seabert, mas a norte-americana nada pôde fazer pouco depois, quando Carole Costa ofereceu o empate a Laís Araújo. A brasileira agradeceu a generosidade da internacional portuguesa e, também de cabeça, devolveu a igualdade ao marcador.




A parada e resposta manteve-se até ao intervalo, com Marie Alidou (24’) e Cristina Martín-Prieto (28’) a tentarem colocar as águias na frente, e com Jacynta Gala (29’) e Maiara Niehues (36’) a espreitarem nova vantagem para as verdes e brancas.
O frio que se fez sentir em Leiria não arrefeceu a vontade das artistas e entrega não faltou. O que faltou, isso sim, foi definição no último terço. De parte a parte. Porque ambas as equipas continuaram a descobrir o caminho para as balizas contrárias, mas, na altura da decisão, falhava sempre alguma coisa. E quando os remates de meia distância não tinham a pontaria desejada, as penetrações eram negadas por Pauels e Seabert. Que o digam Telma Encarnação – cabeçada (quase) perfeita que contou com a oposição da número 1 do Benfica (67’) – e Lúcia Alves e Nycole Raysla – cujos remates encontraram a segurança da número 1 do Sporting (75’ e 79’).
Por esta altura, a chuva intensa já tinha sido a (indesejada) aliada do (dispensável) frio e o prolongamento começava… a vestir-se. Mas como até ao lavar dos cestos é vindima, o tempo extra foi, afinal, dispensado. Já perto do fim, o VAR deu indicação a Ana Afonso para ir ver as imagens de um lance entre Jacynta Gala e Catarina Amado, no interior da grande área leonina, sendo que a árbitra da partida entendeu, depois de analisar o lance, que a australiana das leoas havia pisado a portuguesa das águias. Penálti!




Chamada à conversão do castigo máximo, Carole Costa teve a frieza necessária para faturar e colocar os (muitos) adeptos encarnados em delírio. Estava garantido mais um troféu para o Museu Cosme Damião.
O Sporting tinha ganho a Supertaça, o Benfica ganha a Taça da Liga. Faltam campeonato e Taça de Portugal.
DECLARAÇÕES
Filipa Patão (treinadora do Benfica): "Infelizmente, na minha opinião, não um jogo tão bem jogado como todos desejávamos. Sabemos que as finais são sempre complicadas nesse capítulo. Houve bons momentos de jogo, tanto da equipa do Benfica como da equipa do Sporting, com muita intensidade e entrega das duas equipas. Uma 1.ª parte em que não entrámos tão bem, e novamente cometemos um erro. Não foi bem na primeira fase de construção, mas na nossa entrada para a criação acabámos por cometer um erro e fazer um passe desnecessário sob pressão da nossa defesa, e acabámos por perder a bola, dá uma transição e o golo do Sporting, mas, mais uma vez, tal como no Estádio da Luz, reagimos muito bem ao golo. Conseguimos o empate, conseguimos depois equilibrar as coisas, e acho que, sinceramente, na 2.ª parte, se tinha de haver um vencedor, éramos nós. O Sporting já não conseguia sair em transições, já não conseguia sair do seu último terço, conseguimos ganhar as primeiras e as segundas bolas. Agora, não conseguimos foi definir tão bem no último terço e principalmente no último passe. Porque muitas das jogadas que nós tivemos na 2.ª parte, se bem definidas, poderíamos ter definido mais cedo o jogo. E isso acabou por não acontecer. E depois, com o prolongar do jogo e com o carregar que nós estávamos, porque a verdade é que estávamos a carregar em cima do Sporting, acabámos por ter a situação do penálti. Mas, mais uma vez, acho que, na 2.ª parte, se existia aqui uma equipa que merecia ser vencedora, era a nossa. [Os objetivos não dão folgas para festejos] Não, folga têm sempre. Porque elas acabam sempre por ter a folga após o jogo, ou 48 horas a seguir ao jogo e recuperação após o jogo. Neste caso, vamos dar folga, mas a seguir só têm uma folga, não têm duas, já estão a trabalhar e a focar para o Damaiense. E, muito sinceramente, nesta fase da época, não é uma fase onde nós gostamos de festejar taças ou de cair nessa tentação, muito porque o nosso grande objetivo é o Campeonato, e temos um jogo muito importante contra o Damaiense já no próximo fim de semana. Portanto, muito contentes, muito felizes por ganharmos esta taça, mas temos de já estar a pensar na próxima, já temos de estar a pensar no próximo desafio. E acho que este clube assim o pede, vão festejar hoje, podem festejar à vontade, amanhã recuperar, terça-feira já temos de estar a pensar em como ganhar mais 3 pontos e ficar a 6 do penta, que é o nosso grande objetivo para esta época.

domingo, 9 de março de 2025

21ª TAÇA DE PORTUGAL

 


Após na época passada nem ter conseguido chegar à final da Taça de Portugal, o Benfica bateu, este domingo, o Leixões por 0-3, com os parciais de 22-25, 25-27, 19-25, na finalíssima da Final Four disputada no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos, que lhe permitiu conquistar o troféu pela 21.ª vez num total de 29 finais.

É a sétima Taça de Portugal das águas nas últimas dez edições (2014/15, 2015/16, 2017/18, 2108/19, 2021/22, 2022/23. 2024/25), não contando com a temporada de 2019/20 em que a competição não se concluiu devido à pandemia, com a particularidade das últimas quatro já terem acontecido sob o comando de Marcel Matz.
No caso do Leixões, procurava ficar na posse do troféu pela sexta ocasião em 15 finais, tendo disputado a última há 23 anos (2001/02), mas apenas levou a Taça pela última ocasião em 1988/89.
Foi ainda a quinta ocasião que os dois clubes se encontraram na final, com os lisboetas (1973/74, 1979/80, 1989/90, 2024/25) a terem também uma clara vantagem face ao Leixões (1968/69).
No jogo deste domingo, essa superioridade inequívoca apenas se refletiu no terceiro set (19-25), onde os nortenhos quebraram física e animicamente depois de terem perdido o segundo por 25-27 tendo estado a liderar por 23-22 e 25-24.
No derradeiro set Nívaldo Gómez, uma das figuras da conquista, com um poder de impulsão e variação e potência de remate, capaz de ultrapassar o mais afincado bloco, marcou quatro pontos num parcial de 1-5 com que os pentacampeões nacionais abriram a partida, chegando rapidamente à diferença de 9 (7-16) que praticamente ditava que não haveria um quarto set.
O cubano acabou por registar 6 dos seus 19 pontos, e se os leixonenses ainda reduziram para 5 em duas ocasiões (17-22 e 19-24) isso deveu-se mais à quebra de concentração do adversário face à vantagem e ao domínio esmagador que chegara a ter, onde Felipe Banderó não só desequilibrava no bloco como na finalização.
Na realidade, havia sido o segundo set que decidira tudo. Com o Leixões a corrigir as falhas cometidas no set inaugural, sobretudo ao nível do bloco, receção e procura da finalização pela zona central, uma sequência de 3-0 (7-6), com André Pereira (11) e Hisham Ewais (12) sempre em evidência, o posto egípcio igualmente a travar o ataque contrário, os homens de Tiago Sineiro ganharam algum ascendente.
Superioridade que só não os levou a vencer o set porque, depois de novo parcial de 3-1 (13-10), falharam seis(!) serviços, contra um do Benfica, que num embate discutido ponto a ponto – a partir daí registaram-se 11(!) Igualdades até os encarnados fecharam o set – deu tempo para que Nivaldo voltasse a atacar voando pela pipe, com Matheus Alejandro a também dar uma ajuda. Os dois marcaram 8 dos últimos 11 pontos do conjunto da Luz.
Havia sido a melhor oportunidade da formação de Matosinhos para prolongar a final. Nem no primeiro set chegara tão perto já que, após ter igualado o marcador a 15-15, permitiu que as águias construíssem um parcial 1-5 (16-20), com Banderó e Alejandro formarem uma barreira quase intransponível na rede, para complementar a velocidade de execução e contra-ataque de Nivaldo, Pablo Machado (7) e Pearson Eshenko (7) conseguiam no ataque facilitado após serviços que causavam problemas do lado contrário.

TORCI POR MANTORRAS, TORÇO POR RENATO

 


Tantos e tantos anos a ver futebol, primeiro na pele de adepto, depois como jornalista, e mesmo assim ainda é possível olhar para um jogador e ficar surpreendido, esfregar os olhos e questionar simplesmente: quem é este (futuro) craque?

Em tempos de portas abertas, certo dia tocou-me acompanhar o treino do Alverca, à data orientado por José Romão, e quando a bola começou a rolar numa série de exercícios sem grande ciência um jovem meio desengonçado abriu o livro com impressionante naturalidade, futebol de rua em esplendor na relva. 'Quem é este?', perguntei-me. Era o Pedro Manuel, o nome pelo qual era então conhecido um futebolista que passou à história por... Mantorras.
Nessa época de 1999/2000, aos 17 anos, o avançado angolano disputou seis partidas, antecâmara da temporada de sonho seguinte em que, sob o comando de Jesualdo Ferreira, especialista em lapidar diamantes, explodiu como titular e convenceu os mais céticos com uma exibição sublime diante do Sporting numa vitória do Alverca, por 3-1, em que marcou e foi decisivo nos outros dois golos.
Depois, rumou ao Benfica, chegou a ser comparado a Eusébio e poucos conquistaram o coração dos encarnados como ele. Não é por acaso que o título nacional das águias em 2004/2005 é associado ao efeito que, apesar de jogar ao pé-coxinho, provocava na equipa de Giovanni Trapattoni naqueles minutinhos em que espalhava magia. Torci por Mantorras... Como teria sido a carreira dele se constantes lesões nos joelhos não o tivessem derrubado?
Quando Renato Sanches substituiu Kokçu na passada quarta-feira, na Luz, aos 84', tentava o Benfica anular nova desfeita de Raphinha agora na primeira mão dos oitavos de final da UEFA Champions League, lembrei-me de Mantorras. Atormentado por inúmeras e sucessivas lesões musculares, o médio procurou pegar no jogo, dinamizá-lo, a receita original de Rui Vitória para fazer esquecer em definitivo Enzo Pérez (saíra para o Valência em janeiro de 2015) e lançar o Benfica para cruzar a meta na liderança do campeonato de 2015/2016.
Mas logo que entrou, num lance banal no meio-campo defensivo, sofreu um toque e abrandou a corrida enquanto coxeava, frações de segundo que me fizeram temer o pior. Torci por Mantorras, sem sucesso, infelizmente, torço hoje em dia por Renato Sanches, para que consiga voltar a mostrar o talento que me fez perguntar 'quem é este?' nas primeiras aparições com a camisola do Benfica em novembro de 2015, sobretudo num duelo da UEFA Champions League no Cazaquistão, frente ao Astana.
Pouco mais de meio ano bastaria para convencer Fernando Santos a dar-lhe papel de protagonista no Euro-2016 do nosso contentamento e para o Bayern investir 35 milhões de euros — além de €45 M por objetivos — na contratação de um jovem de 18 anos sem um sequer de profissionalismo de alto nível.
Que o peso da dúvida não se abata a cada recomeço incerto. Torço por ti, Renato.
Paulo Cunha, in a Bola

BENFICA COM SAÚDE MOSTROU ESTAR PRONTO PARA BARCELONA



Bruno Lage mudou meio onze, mas a equipa mostrou que está com saúde. Muitas oportunidades desperdiçadas e penálti defendido por Samuel Soares.
Quando se juntam as palavras Luz, Lage, Benfica e Nacional vem sempre à memória um célebre 10-0, um daqueles resultados que acontecem uma vez na história e nos transportam para um contexto específico e provavelmente irrepetível. Mas tivesse Lucas França mãos de manteiga em vez das mãos de ferro (dos pés não se pode dizer o mesmo, mas já lá vamos…) podia ter-se assistido, neste sábado, a mais um resultado desnivelado a favor da equipa da casa, tal o caudal ofensivo e oportunidades criadas, principalmente na primeira parte, numa torrente mais forte que a tempestade que afastou das bancadas mais adeptos que o habitual.
A meio de uma eliminatória frente ao Barcelona e sabendo desde já que terá de estar fisicamente nos píncaros para ganhar na cidade condal de maneira a reverter o 0-1 da primeira mão dos oitavos de final da UEFA Champions League, Bruno Lage mexeu no onze e em todos os setores, entrando Samuel Soares, Leandro Santos, Dahl, Amdouni, Bruma (não inscrito nas provas europeias) e Belotti, tendo como resposta uma atitude agressiva de todos na procura da bola e rapidez nas transições.




O golo de Amdouni, aos 5’, foi o reflexo do aproveitamento que os encarnados fizeram da estratégia do Nacional, uma equipa que gosta de sair a jogar desde o seu guarda-redes e com uma defesa subida: na sequência de um pau passe de Lucas França (a ação do guarda-redes foi deficiente, mas os seus colegas estavam demasiado distantes), Dahl prosseguiu com a bola, ganhou o ressalto e o internacional suíço aproveitou para inaugurar o marcador, num bom remate rasteiro à meia volta, rasteiro, de pé esquerdo.
A partir daí, o que se seguiu foi um somatório de lances para obrigar França a redimir-se: uma, duas, três, sete vezes se necessário, para mal de Belotti, Amdouni ou Kokçu. O Benfica fazia tudo bem, menos a concretização, lacuna que ficou à vista na partida diante dos catalães, que fez do guardião adversário a figura do jogo (Szczesny). A exceção foi mesmo da marca dos onze metros, através de um penálti superiormente executado por Kokçu, castigando falta de Zé Vítor sobre Belotti.
Aparece Samuel Soares.




O jogo estava controlado, mas à semelhança do encontro com o Barcelona as águias voltaram a cometer um erro não forçado. Aplaudido pelos adeptos na sequência do mau passe que originou o golo dos blaugrana, António Silva foi novamente protagonista pela negativa ao cometer falta sobre Labid na área, momento que pedia abordagem menos arriscada. Chamado pelo VAR, André Narciso não teve dúvidas e apontou para a marca do penálti, que fez emergir uma das valências de Samuel Soares: a forma como enche a baliza, mesmo na luta desigual frente ao marcador, no caso Dudu, que num remate denunciado permitiu o voo do suplente de Trubin. O relógio já passava muito do tempo de compensação da primeira parte e aquele lance mandava as equipas para os balneários com estados de espírito completamente diferentes.
Na segunda parte, Barcelona começou aqui e ali a pesar no subconsciente do Benfica. Gerir passou a ser o verbo mais utilizado, sem quase nunca perder o controlo e tendo uma dose de sorte a seu lado, como naquele falhanço de Dudu, aos 55’, quando apareceu isolado na cara de Samuel Soares. O jogo foi perdendo interesse porque as diferenças de andamento eram óbvias e Lage conseguia concretizar todos os objetivos: vencer, dar descanso a alguns (Pavlidis, autor do 3-0, de penálti, mesmo no último minuto, e Akturkoglu, principalmente) e manter o moral elevado a outros (Otamendi, Aursnes, Kokçu). Apenas não se viu Dahl como lateral-esquerdo, candidato ao lugar do castigado Carreras (outra grande exibição do espanhol) no Olímpico de Barcelona.
DESTAQUES:
Italiano determinante nos dois golos: pressionando no primeiro e sofrendo falta no segundo. Suíço marcou o primeiro e teve diversas jogadas muito bem construídas.
Amdouni (7) - Melhor em campo
Entrou muito bem e logo ao minuto 5 marcou, com um remate forte e colocado rente ao poste esquerdo. Pouco depois, novo tiraço, agora para muito boa defesa de Lucas França. Não teve muita bola, mas sempre que a teve criou perigo ou desequilíbrios. Muitos dos momentos individuais do Benfica saíram dos seus pés. Um pouquinho de filigrana do suíço número 7.




Samuel Soares (7) - Felino, lançou-se para a direita e esticou-se até não poder mais. A bola rematada por Dudu veio na sua direção e o golo do Nacional foi evitado com um salto de gato. Já antes, perante o mesmo Dudu, mostrara velocidade para chegar à bola primeiro. Lapso após canto do Nacional, deixando a bola cair quando tentava recolhê-la.
António Silva (6) - Quem cai, levanta-se. E António Silva levantou-se. E quase voltava a cair ao cometer falta na área para penálti. Samuel Soares, com grande defesa, evitou o golo. Melhorou na segunda parte, sobretudo na fase em que o Nacional esteve por cima do jogo.
Otamendi (7) - Continua imperial. Sempre bem posicionado e atento às dobras à direita e à esquerda. Não teve lances de grande visibilidade, mas tudo o que fez, fez bem.
Carreras (7) - Grande passe a desmarcar Belotti na jogada que esteve na origem da grande penalidade a favor do Benfica. Corte oportuno antes da meia hora a evitar remate perigoso de Yamada. Mais solto na segunda parte, criou diversos desequílibrios na esquerda.
Leandro Santos (6) - Está cada vez mais solto e confiante. Fechou bem o lado direito e, sempre que pôde, avançou para a área do Nacional. Teve alguns lances em que demonstrou que, a prazo, pode mesmo ser titular.
Kokçu (6) - Olhou para o lado, afagou o cabelo molhado, correu para a bola colocada na marca dos 11 metros e disparou, forte e certeiro, para o lado direito de Lucas França: 2-0. Pouco depois, potente remate para defesa do guarda-redes do nacional; minutos mais tarde, excelente abertura para potente remate de Belotti à figura de quem? Lucas França, claro.
Aursnes (6) - Cérebro notável na função de número 6. Há um espaço entre António Silva e Otamendi e é preciso construir? Aursnes recua e inicia a construção. Tiraço para defesa de Lucas França para canto e sempre bem posicionado para tapar linhas de passe do Nacional.
Dahl (6) - Recebeu a bola do pé de Lucas França, progrediu meia dúzia de metros e, na sequência, Amdouni abriu o marcador. Quase marcava um golaço de fora da área no arranque da segunda parte. A bola entrou na baliza do Nacional como um foguete, mas Bruma, instantes antes, tocou nela em posição irregular. Merece estar no onze inicial.
Belotti (7) -Disponibilidade impressionante e fisicamente sempre poderoso. Bem a pressionar a defesa adversária e a obrigar tremenda atenção dos defesas nacionalistas. Muito bem a pressionar Lucas França e Zé Vítor no início da jogada do golo de Amdouni, forçando o erro do guarda-redes. Impressionante de força e capacidade de pressão. Inteligente a perceber que Bruma estava melhor colocado no lance do penálti. Remate forte para defesa de Lucas França em cima do intervalo.
Bruma (6) - Bom jogo, muitos remates, mas com a mira sempre um pouco desafinada. Importante na construção da jogada que esteve na origem do penálti, ao fugir pela esquerda e a cruzar, rasteiro, para a entrada de Belotti.
Leandro Barreiro (5) - Desviou de cabeça, mas Lucas França, em voo, defendeu pela linha de fundo.
Akturkoglu (5) -Pouca bola e, assim, escassas possibilidades de criar perigo junto de Lucas França.
Pavlidis (6) – Uma oportunidade, um golo. Colocou a bola na marca dos 11 metros, recuou quatro ou cinco e, quando rematou, colocou-a junto ao ângulo superior direito. Muito bem marcado.
Renato Sanches (5) - Importante é que vá jogando e, sem pressa, vá melhorando a condição física. Voltou a ter, tal como frente ao Barcelona, algumas tentativas de longe. O que demonstra que está confiante.
Schjelderup (-) - Entrou aos 82' e não se deu por ele

sábado, 8 de março de 2025

BENFICA VENCE CLÁSSICO DE JUNIORES



 Águias entraram nos últimos quinze minutos a perder, mas chegaram aos 90 na frente do marcador. Vitória dramática garante assalto à liderança.

Na jornada 6 da fase de apuramento de campeão de sub-19, Benfica e FC Porto proporcionaram um grande espetáculo no Estádio Dr. Jorge Sampaio do início ao fim. Os dragões entraram praticamente a ganhar, graças a um penálti convertido por Tiago Silva aos 2', a castigar uma abordagem imprudente de Guilherme Gaspar dentro da área.

Sob pena de ficarem a seis pontos da liderança, as jovens águias correram atrás do prejuízo e chegaram ao empate aos 34'. Na sequência de um pontapé de canto, Jaden Umeh apareceu ao segundo poste para emendar um primeiro cabeceamento de Francisco Silva para dentro as redes azuis e brancas.

Cada equipa levou um golo para o intervalo, mas no reatamento o FC Porto voltou a entrar ligado à corrente. No quinto minuto da segunda parte, Léo Fajardo ficou esquecido ao segundo poste e cabeceou para o segundo golo azul e branco.

Novamente em desvantagem, o Benfica, embalado pelo sempre irrequieto Francisco Silva, voltou a reagir, mas a inspiração do guarda-redes portista Gonçalo Silva e a ineficácia dos homens da frente adiaram o golo do empate.

Aos 76', Tomás Soares ultrapassou com nota artística o marcador direto e, na linha de fundo, cruzou atrasado para o coração da área, onde João Afonso rematou rasteiro para o 2-2. Os dois jogadores foram lançados nos últimos 20 minutos de jogo, bem a tempo de assumirem papéis de destaque na reviravolta encarnada.

Seis minutos depois de ter assistido para o empate, Tomás Soares assumiu o papel de herói e marcou o golo da vitória e da loucura encarnada em Vila Nova de Gaia. Até ao final da partida, o FC Porto ficou reduzido a dez elementos por expulsão de André Miranda.

Após ter concretizado uma reviravolta com contornos de ficção, o Benfica alcançou o FC Porto na liderança da tabela. Ambas as equipas somam 13 pontos, mais dois que o SC Braga, que venceu o Académico de Viseu por 3-0 e aproximou-se do topo

O ESTATUTO DE LAGE



 Para lá dos ajustes à equipa, o treinador do Benfica tem procurado evoluir também do ponto de vista comunicacional, e mostrou-o no lançamento de um dia importante para o clube.

Já por aqui elogiei os reajustes que Bruno Lage perspicazmente aplicou à equipa do Benfica, por forma a contrariar uma certa estagnação na dinâmica de jogo, ultrapassada a fase de estabilização que abraçou com sucesso, quando foi chamado de volta à Luz para substituir Roger Schmidt.
A derrota caseira com o Barcelona, na primeira mão dos oitavos de final da UEFA Champions League, pouco ou nada belisca esse reconhecimento. O Benfica deixou uma boa imagem frente à poderosa equipa catalã, embora tenha desaproveitado a vantagem numérica de que dispôs durante grande parte do encontro da Luz, permitindo que o adversário levasse para casa a vantagem na eliminatória.
Ainda que seja justo realçar que as circunstâncias do jogo deixaram o Benfica desconfortável, a partir do momento em que ficou com um jogador a mais, será pouco fundamentada a ligação que se possa estabelecer a dificuldades evidenciadas em compromissos anteriores, até pelo adversário e pela competição em causa. Basta recordar que foram vários os jogos em que a equipa encarnada ficou notoriamente condicionada por adversários que aplicavam pressão alta, e o desafio, desta vez, foi bem antagónico, sendo que o Barcelona contou com um guarda-redes muito inspirado.
Vale sempre a pena lembrar que basta um dia mau para que o destino seja bem distinto - e não apenas no futebol -, mas Lage continua a merecer crédito pela melhoria que tem apresentado. Tanto a nível coletivo, como numa perspetiva mais individualizada, evidente até na forma como comunica. A conferência de imprensa de ontem é bom exemplo disso, pela forma como o treinador do Benfica antecipou logo que António Silva seria «um dos melhores» a lançar frente ao Nacional, ou até como foi buscar os golos que o pai marca no sofá para desvalorizar o erro que o jovem central cometeu na noite europeia.
Lage tem evoluído também do ponto de vista comunicacional, e mostrou-o no lançamento de um dia que será de importância acrescida para o Benfica. Desde logo pelo jogo da equipa de futebol, mais ainda pela Assembleia Geral agendada para votar a proposta de alteração dos estatutos do clube.
O processo foi atribulado, dificilmente seria imaculado, mas foi dada a palavra aos associados, que hoje vão a votos. Seja qual for o resultado, Rui Costa merece o elogio por ter cumprido a promessa eleitoral.
Nuno Travassos, in a Bola