sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

MOURINHO VAI JOGAR À BENFICA

 


Qualquer resultado que não a vitória no dérbi será um mau resultado, dada a diferença de seis pontos para o líder FC Porto, que visita Tondela, e de três para os leões.

O Benfica vem de três vitórias (Atlético, Ajax e Nacional) para três competições (Taça de Portugal, UEFA Champions League e Liga) e não pode falhar a quarta, no sempre apetecível dérbi.
O triunfo na Madeira, arrancado do fundo da alma, não poderia ser mais moralizador e o grito de José Mourinho, ainda no relvado, pouco depois do final do jogo — «Isto é o Benfica, c...» — é sintomático.
No sábado, fiquei com a convicção de que o Benfica está de volta, pelo que não tenho dúvidas de que Mourinho vai jogar à Benfica frente ao Sporting.
Até por jogarem na Luz, os encarnados estão obrigados a ganhar. Qualquer resultado que não a vitória será um mau resultado, dada a diferença de seis pontos para o líder FC Porto, que visita Tondela, e de três para os leões.
Empurrada pela força dos adeptos, não acredito noutro cenário que não uma equipa a jogar desde o primeiro minuto com os olhos na baliza de Rui Silva. O mesmo será dizer que não equaciono uma estratégia resultadista, como a apresentada diante do FC Porto, no Dragão. Então, Mourinho assumiu-a e deixou bem vincado que o importante era não perder, pelo que não escondeu a satisfação com o empate. Estávamos a 5 de outubro, com o treinador há apenas 15 dias na Luz e a disputar o quarto jogo no banco.
Entretanto, passaram dois meses e sete jogos, além dos três mencionados no início deste texto. Quatro vitórias, duas derrotas (ambas para a UEFA Champions League, com Newcastle e Leverkusen) e um empate, o tal da polémica com o Casa Pia. Pouco, certamente, para os exigentes adeptos encarnados. Pouco, provavelmente, para José Mourinho, que durante este período não deixou de vincar as limitações do plantel. Ora devido a lesões, ora devido aos desequilíbrios de uma construção assinada por… Bruno Lage.
Percebo Mourinho. Não é fácil para qualquer treinador herdar uma equipa com a época em andamento, muito menos a ter de esperar quatro meses até o mercado reabrir e, pelo caminho, perdendo o jogador mais desequilibrador, Lukebakio. Mas, como ele gritou na Madeira…, é o treinador do Benfica e isso obriga-o a jogar para ganhar, pelo que, mesmo que continue a prescindir de início de Prestianni ou Schjelderup e mantenha a aposta em Leandro Barreiro como número 10, tem de assumir riscos e jogar ao ataque, à Benfica.
Do outro lado estará o renovado Sporting a jogar, não duvido, também ao ataque. Rui Borges mudou a equipa, fê-la esquecer as rotinas enraizadas por Ruben Amorim e tornou-a muito mais criativa em ataque posicional e mais competente diante de adversários mais modestos e a jogar em bloco baixo.
Apesar dos 10 pontos em cinco jogos na UEFA Champions League, falta ainda ao treinador dos leões impor-se nos grandes jogos internos, depois das derrotas com Benfica (Supertaça) e FC Porto e do empate com o SC Braga, os dois últimos encontros para o campeonato. Todos os cinco pontos que perdeu…
Acreditando que Benfica e Sporting vão jogar ao ataque, ficarei desiludido se esta sexta-feira não assistirmos a um dérbi para recordar por muito tempo.
Hugo do Carmo, in a Bola

CONTAS A FAZER NO DÉRBI

 


No primeiro teste contra um grande, no Dragão, Mourinho apostou em sobreviver - e conseguiu. Desta vez, ou muito me engano vou vai querer 'matar'. E há muitas formas de o fazer...

Sexta-feira à noite, Estádio da Luz cheio e os eternos rivais de Lisboa frente a frente: dificilmente vai encontrar programa melhor para arrancar o fim de semana. O dérbi, de certa forma, arranca já hoje, com as conferências de imprensa de antevisão.
José Mourinho e Rui Borges têm pouco em comum, mas arrisco adivinhar que ambos farão muitos elogios ao adversário. Não só porque sim, já sabemos que são duas equipas muito fortes, mas porque dá sempre jeito insuflar o oponente na esperança de que isso o distraia ligeiramente. O treinador do Benfica tem mais experiência nisto (e em quase tudo...), mas o do Sporting já mostrou que não se importa de partir atrás para chegar à frente.
Em campo, no entanto, é o Benfica que parte em desvantagem. A consistência leonina está à vista e as dúvidas encarnadas lá se vão mantendo, mesmo com a reviravolta nos minutos finais que ajudou a unir o grupo numa fase tão... emocional. José Mourinho sempre gostou disto: o underdog a vencer o suposto favorito dá belas histórias para contar. Mas Rui Borges também tem algo a provar: o Sporting apareceu com estilo no pós-Gyokeres, mas tem contas a ajustar com os grandes (perdeu a Supertaça contra o Benfica e com o FC Porto em Alvalade).
Por sua vez, Mourinho nunca perdeu com o Sporting. É só uma estatística, vale o que vale, mas há toda uma carreira que demonstra a força deste treinador nos maiores jogos. No primeiro teste, no Dragão, Mourinho apostou em sobreviver - e conseguiu. Desta vez, ou muito me engano ou vai querer matar. E há muitas formas de o fazer, até há por aí muitos génios do futebol que perderam contra Mourinho mesmo atacando o jogo todo e tendo muita posse de bola...
O resultado é imprevisível, mas a classificação lá nos vai dizendo algumas coisas: o Sporting está em 2.º, a três pontos do FC Porto (os tais do jogo em Alvalade...) e também com três de vantagem sobre as águias. Ou seja, se ganhar, Rui Borges ganha outro alento na corrida ao 1.º e deixa Mourinho a pedir mais reforços para uma segunda volta que terá de ser muito diferente. Se der empate, tudo como dantes, mas já passou o dérbi e ambos terão de torcer muito contra o FC Porto. E, se der vitória para o Benfica, os rivais de Lisboa ficam iguais na Liga. Treze jornadas depois, com mudança de treinador na Luz, eleições, assobios, lenços brancos e muitas críticas, afinal...
É por estas e outras que o futebol tem tanta piada. E que será sempre um grande dérbi. Venha ele!
Catarina Pereira, in a Bola

Entre águias e leões, quem pode estar mais confiante?

                           

«Não tenho dúvidas sobre o 11 do Benfica. No Sporting o Quenda tem feito...

                           

QUEM LIDERA QUEM?

 


Ao contrário do mundo corporate, o desporto de alta competição tem uma distribuição de liderança, poder e recompensas que segue uma lógica quase oposta à das organizações tradicionais. Numa empresa convencional, existe um conselho de administração com maior poder, seguido de um CEO, diretores e, por fim, os restantes colaboradores.

No desporto profissional, sobretudo ao mais alto nível, o atleta e o treinador são, muitas vezes, quem realmente influencia as decisões mais críticas, por muito que isso custe admitir a alguns Presidentes ou CEOs.
Estes definem estratégias e caminhos, mas existe um princípio estrutural no desporto: o talento decide no campo. É por isso que os clubes mais organizados sabem que precisam de reunir máxima qualidade dentro e fora do terreno de jogo, seja desenvolvida internamente ou recrutada externamente.
Sabemos que o talento individual ganha jogos, mas também sabemos que esse sem o suporte coletivo raramente ganha de forma regular. Compete ao clube construir o que chamamos de talento coletivo, permitindo que o talento individual brilhe e vença de forma mais regular.
Esse talento coletivo dura mais quando existe uma estrutura de apoio forte fora de campo, com recursos adequados e não apenas financeiros. Os melhores CEOs e diretores desportivos entendem isto e diria que os mais astutos percebem que não precisam de ser a estrela, mesmo quando a estratégia nasce das suas ideias. O treinador Jorge Araújo repetia: «O mapa é uma coisa, o território é outra» e é por aqui que os clubes de hoje precisam de se adaptar ainda com mais lucidez.
Hoje encontramos clubes onde o treinador é mais do que treinador, e também o contrário, quando existe intromissão excessiva no seu papel. Em alguns contextos, de forma estratégica ou reativa, o treinador assume um peso maior e decisório próximo da definição da própria estratégia desportiva. Errado quando não é estratégico ou quando o treinador não tem capacidades para tal.
Outro exemplo: quando um clube tem um treinador como Carlo Ancelotti ou José Mourinho e um plantel como o atual do Benfica ou a seleção do Brasil, percebe-se que quase todos olham para o treinador com admiração e reconhecem-lhe legitimidade para liderar o processo. São treinadores cujos currículos superam largamente os dos atletas. E não são só os jogadores: também a organização entende que Ancelotti ou Mourinho, mesmo sendo apenas treinadores, acumulam mais experiência prática em múltiplas áreas do que vários profissionais que nelas trabalham diariamente.
Não se trata de crítica; é realidade. Trabalharam em muitos clubes de topo, viram métodos quase perfeitos e também muitos erros. Por isso identificam rapidamente quando um processo está no caminho certo ou errado, mesmo fora da sua área direta.
A hierarquia no desporto tornou-se cada vez mais anárquica. A nova geração segue mais os atletas do que os clubes e, muitas vezes, mais os treinadores do que as decisões estruturais. Mesmo quando uma direção tem total razão numa decisão, opera num contexto onde as consequências se avaliam com métricas completamente diferentes das de há dez anos. O volume de comunicação de atletas e treinadores — e a velocidade com que é replicada — amplifica impacto e risco. Reforça identidade, mas pode abalar credibilidade.
Quem vive da comunicação também se expõe a ela. Quem surge nos momentos de glória é cobrado quando não aparece nos momentos difíceis. A liderança mudou. Os melhores líderes perceberam isso. Não mudaram quem são, mas ajustaram a abordagem. Uma espécie de inteligência ecológica: compreender o contexto e mover-se nele com eficácia, mesmo sem ser o detentor do mapa.
Não existe propriamente certo ou errado na redistribuição de liderança fora da hierarquia tradicional. O erro surge quando isso acontece sem estratégia, sem intenção e sem consciência — quando resulta apenas de reação ou desespero. Compreender o ecossistema organizacional específico do desporto é essencial para quem quer movimentar-se nele. Como tudo tem impacto quase imediato, quem não domina este contexto parece estar sempre a correr atrás do prejuízo.
Conhecer a cultura que opera no desporto de alto rendimento implica deixar o ego de lado, implica colocar os interesses coletivos em primeiro lugar, implica colocar limites e regras, mas somente aquelas que permitem e nos aproximam de estar mais perto de vencer e construir uma cultura organizacional que premeie os valores comportamentais que queremos ver diariamente no clube. Já era assim, mas agora creio que é cada vez mais usual. A grande mudança é mesmo o ritmo a que estas situações acontecem: é mais frequente e o tempo para pensar na melhor resposta está a diminuir todos os dias. Exige uma abordagem e pensamento diferente de todos os que se encontram na hierarquia e no fluxo, seja ele de cima para baixo ou de baixo para cima. Até por que tudo se tornou mais volátil.
Rui Lança, in a Bola

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Conversas Gloriosas #33